Grandes produtores reduzem oferta
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros grandes produtores da matéria-prima que não integram o grupo cumpriram cerca de 86 por cento da meta de redução da sua oferta, informou ontem a agência de notícias oficial do Koweit.
A OPEP já tinha divulgado um índice de cumprimento de 94 por cento da meta, o que significa que países de fora do cartel estão a cortar a produção num ritmo mais lento. A produção da Rússia, por exemplo, teve uma queda de apenas 100 mil barris por dia em Janeiro, representando um terço do corte prometido.
No fim de Novembro, a OPEP encerrou um acordo para reduzir a sua produção conjunta diária em 1,2 milhões de barris, numa tentativa de conter o superávit da oferta e reactivar os preços do petróleo. No mês seguinte, um grupo de 11 países que não fazem parte da OPEP, incluindo a Rússia, decidiram cortar sua produção combinada em 558 mil barris por dia.
Segundo um comité de representantes de países que se reuniram na semana passada, liderado pelo Kuwait, o percentual de cumprimento dos acordos está em torno de 86 por cento, de acordo com a agência de notícias Kuna. A Rússia ultrapassou a Arábia Saudita como maior produtor de petróleo do mundo em Dezembro, quando ambos os países começaram a restringir os fornecimentos diante dos cortes acordados com outros produtores globais, para conter a pior queda dos preços da matériaprima em décadas.
No último mês de 2016, a Rússia injectou 10,49 milhões de barris por dia, diante dos 29 mil barris por dia em Novembro, enquanto a produção saudita recuou para 10,46 milhões ante 10,72 milhões de unidades diárias em Novembro.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Iniciativa Conjunta de Dado de Organizações (JODI), em Riade. Foi a primeira vez que a Rússia superou a Arábia Saudita desde Março.
A Arábia Saudita e os produtores parceiros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo decidiram, no fim de Novembro passado, cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia durante seis meses, a partir de 1 de Janeiro deste ano. Produtores que não fazem parte do grupo, como a Rússia, se comprometeram a fazer cortes adicionais. Desde o acordo, no fim do ano passado, a cotação do barril de petróleo do tipo Brent (a referência internacional) subiu cerca de 20 por cento.
Os Estados Unidos vêm logo depois, em terceiro lugar, com 8,8 milhões de barris por dia no último mês de 2016, em relação á extracção total de 8,9 milhões de barris em Novembro, segundo a Iniciativa Conjunta de Dado de Organizações. O Iraque ficou na quarta posição, com 4,5 milhões de unidades por dia, seguido da China, com 3,98 milhões de barris diários.
As exportações da Arábia Saudita caíram para oito milhões de barris por dia em Dezembro, a partir de 8,26 milhões de unidades diárias, o maior fluxo de saída para qualquer mês desde Maio de 2003, informou a organização.