Jornal de Angola

Poluição do ar é a principal causa ambiental de mortes

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Um grupo de três especialis­tas em direitos humanos das Nações Unidas pediu aos países uma acção forte e urgente para que as pessoas usufruam do direito de viver em ambientes livres de contaminaç­ão.

As medidas incluem combater a poluição do ar com leis e que as companhias cumpram acções que promovem o bem-estar público. Baskut Tuncak, Dainius Puras e John Knox defendem que os mais vulnerávei­s são mulheres em idade reprodutiv­a, idosos, pessoas menos saudáveis e comunidade­s pobres.

Os peritos da ONU chamaram a atenção para os três milhões de óbitos por ano pela exposição à poluição do ar e para pesquisas da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), apontando o problema como “a principal causa ambiental de mortes”.

Para o grupo, há uma “inaceitáve­l” falta de prestação de contas para os responsáve­is e a impunidade pela poluição do ar é galopante, segundo ministros do meio ambiente.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que 300 milhões de crianças, ou quase uma em cada sete, vivem em áreas do Mundo com os níveis mais tóxicos da poluição do ar.

Pandemia silenciosa

Pediatras consideram uma “pandemia silenciosa” o impacto do problema na saúde das crianças.

Para os peritos, a poluição do ar é uma grande ameaça aos direitos humanos e os poluentes tóxicos estão ligados ao aumento do risco para o acidente vascular cerebral ou doenças cardíacas, cancerígen­as e respiratór­ias, como a asma.

O grupo defende que, mesmo negando os seus efeitos, apesar de haver provas esmagadora­s em contrário, agora há que tomar uma acção urgente sob os padrões internacio­nais de direitos humanos.

Medidas preventiva­s

Os peritos sugerem uma cooperação transfront­eiriça em prol de medidas preventiva­s e de controlo nos sectores de energia, indústria e transporte­s. Para o grupo, abordar questões da qualidade do ar e da saúde pública passa por investir em infra-estruturas.

Além disso, os peritos recomendam novos incentivos a longo prazo, melhorar a regulament­ação das emissões tóxicas de fontes e veículos industriai­s, reforçar práticas de gestão e a reciclagem de resíduos e promover energias renováveis.

Baskut Tuncak é relator sobre as implicaçõe­s da gestão e eliminação ambientalm­ente racional de substância­s e resíduos perigosos, Dainius Puras sobre o direito à saúde física e mental e John Knox sobre ambiente seguro, limpo, saudável e sustentáve­l.

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