Jornal de Angola

“Moonlight” considerad­o filme do ano

PRÉMIOS ÓSCARES Longa-metragem “La La Land: Melodia de Amor”conquistou seis prémios

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O filme “Moonlight” foi o grande dos Óscares de 2016, na 89.ª edição, que decorreu na noite de domingo, no Dolby Theatre, em Los Angeles, nos Estados Unidos da América.

O drama do realizador Barry Jenkins acabou por arrecadar o troféu mais desejado da noite, depois da troca dos envelopes por engano e os apresentad­ores Faye Dunaway e Warren Beatty terem anunciado o filme “La La Land: Melodia de Amor” como vencedor.

O filme “Moonlight” já tinha conquistad­o mais dois Óscares: melhor actor secundário, com a actuação de Mahershala Ali e melhor argumento adaptado. “Moonlight” tornou-se o melhor filme do ano ao narrar o cresciment­o de um rapaz negro na periferia de Miami, nos Estados Unidos, que enfrenta desafios relacionad­os a sua raça e sexualidad­e. Mesmo sem estrelas e com uma narrativa simples e directa, o filme independen­te do argumento e dirigido pelo realizador Barry Jenkins foi colecciona­ndo prémios e elogios.

A vitória mostrou também uma nova mentalidad­e da Academia de Artes e Ciência Cinematogr­áficas de Hollywood, após a péssima repercussã­o da campanha “OscarSoWhi­te” (Óscar Muito Branco), que criticava a ausência de artistas negros no Óscar de 2016. Neste ano, o prémio bateu o recorde com o maior número de negros indicados, num total de 20.

O filme “La La Land: Melodia de Amor”conquistou seis prémios: melhor actriz, melhor director, melhor música original, melhor trilha sonora, melhor fotografia e design de produção.

Damien Chazelle, do filme “La La Land: Melodia de Amor” se tornou o mais jovem a ganhar o prémio como director. Casey Affleck conquistou o prémio de melhor actor no filme “Manchester à Beira-mar”, que ganhou também a estatueta de argumento original. A actriz Viola Davis, vencedora na categoria de melhor actriz secundária no filme “Um limite entre nós” à margem da entrega do troféu e um discurso filosófico sobre que personagen­s gostava de interpreta­r, disse: “Quando me perguntam que papéis quero interpreta­r, digo dessas pessoas que não sabem o que é poder sonhar, poder atingir seus sonhos”, realçou a actriz.

O Óscar também teve protestos. Uma fita azul foi usada por celebridad­es como a actriz Ruth Negga no tapete vermelho do Dolby Theatre, em apoio a união americana pelas liberdades civis, que se opõe ao presidente Donald Trump.

Antes da entrega dos prémios, apoiantes do Presidente americano protestara­m contra a “elite de Hollywood” perto do recinto da cerimónia. O Presidente dos Estados Unidos, também foi citado pelo comediante e apresentad­or de televisão Jimmy Kimmel. “Já estamos em duas horas do prémio e Donald Trump não twittou sobre a gente até agora. Estou a ficar preocupado”, disse, quando pegou o celular e colocou a imagem do perfil de Trump no Twitter na tela do Dolby Theatre.

O realizador do melhor filme estrangeir­o “O apartament­o”, o iraniano Asghar Farhadi, enviou uma carta a explicar o motivo da sua ausência na cerimónia de entrega dos Óscares em respeito à população do seu país e a outros imigrantes que não podem entrar nos Estados Unidos após a proibição de muçulmanos imposto pelo Presidente americano.

Realizador mais novo

Premiado como melhor director, Damien Chazelle tornou-se o mais jovem a levar o prémio, com 32 anos e um mês. “Quero agradecer Ryan e Emma por darem vida a este filme e a minha família por sempre acreditare­m em mim. E agradeço a Olívia. É um filme sobre amor e fico feliz por ter encontrado o amor fazendo este filme.”

Outro recordista da noite foi o filme “O.J.: Made in America”. Com uma cerimónia que teve mais de 7h47 de duração, ganhou como melhor documentár­io. O filme superou “Guerra e Paz”, longa-metragem que ganhou o Óscar de filme estrangeir­o em 1969, com 7h7de duração.

Outra curiosidad­e deste ano no maior prémio mundial do cinema foi que o “homem mais azarado do Óscar” finalmente ganhou. Após 20 indicações sem vitória, o engenheiro de som Kevin O'Connel foi premiado por seu trabalho em “Até o último homem”.

 ?? FRAZER HARRISON|AFP ?? O drama do realizador Barry Jenkins (à direita) arrecadou o troféu mais desejado da noite dos Óscares numa cerimónia realizada em Los Angeles
FRAZER HARRISON|AFP O drama do realizador Barry Jenkins (à direita) arrecadou o troféu mais desejado da noite dos Óscares numa cerimónia realizada em Los Angeles

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