Grupo Pitabel promete dignificar o país
Teatro angolano no festival de Artes Performativas em Lisboa
Mostrar alguns aspectos da cultura angolana e aprofundar a trocar experiências entre os grupos participantes, na sexta edição do Festival Internacional de Artes Performativas, que começa, hoje e termina a 12 de Março, em Sintra, Portugal, e o principal objectivo da Companhia da Teatro angolana Pitabel.
Em declarações ontem ao Jornal de Angola, o encenador Adérito Rodrigues “Bi”, realçou que durante a estadia em Portugal, a caravana integrada por dez elementos entre actores e membros da direcção vai dar a conhecer a nova realidade e dinâmica que tem sido empreendida no domínio das artes cénicas no país.
Com regresso marcado para dDomingo, o Pitabel, disse o encenador , vai endereçar também um convite à Companhia Chão de Oliva de Sintra, organizadora do festival, para participar este ano na segunda edição do Circuito Internacional de Teatro (CIT), que no ano passado decorreu de 1 de Julho a 17 de Setembro, no Instituto Superior de Artes (Isartes), na Centralidade do Kilamba.
Adérito Rodrigues “Bi” disse que vão aproveitar o momento para participar em seminários e oficinas artísticas, onde devem ser abordados temas como: criação artística e a adaptação de textos de escritores. “Vamos aproveita para formalizar alguns convites também aos grupos de outros países para participarem no CIT”.
Durante os debates a ser realizados no Festival, explicou Adérito Rodrigues “Bi”, o grupo vai propor temas como “A produção teatral”, “direitos de autores”, “A dança contemporânea e o teatro”, “Arte performativa africana”, “Teatro de hoje e sua especificidade”, “A música e o teatro”, “Importância da formação para as artes em geral e em particular para o teatro”, “Dança desportiva” e “As artes plásticas e o teatro”. Esse ano, o festival angolano, referiu Adérito Rodrigues “Bi”, vai homenagear os 50 anos de José Mena Abrantes, como encenador e dramaturgo.
O espectáculo
Adérito Rodrigues informou que o grupo montou um espectáculo no sentido de mostrar aspectos culturais angolanos, através da história fictícia de Cristina, uma jovem natural de Mbanza Congo, que cresce em Luanda e vê a sua relação amorosa em risco devido à tradição.
Embora seja um grupo com créditos reconhecido e de sucesso no país, vão explorar ao máximo a ponte existente entre o modernismo e o tradicional no espectáculo de teatro “O preço do fato”, bem como a experiência acumulada em mais de um décadas e meia de vitórias e insucessos. A peça abre o festival no dia 2 de Março, e mostra a multiplicidade cultural de regiões do norte de Angola, ainda assentes no conservadorismo.
Mostrar a realidade actual do teatro angolano, criar parcerias e fortalecer as relações entre os grupos participantes são alguns dos aspectos essenciais da estadia do Pitabel em Portugal, garantiu o encenador.
Fazem parte da comitiva: Adérito Rodrigues (encenador), Lopes filho, Yuri e Carlos Nunes, Adilson Miguel (actores), Carla esmeralda, Nelma Silva, Constância Lopes e Neide Cíntia (actrizes) e António Franpenio (técnico de luz e som). A peça “O preço do fato”, já foi apresentada nos Festivais Internacionais de Teatro de Mindelo (Mindelact), em Cabo Verde, e de Língua Portuguesa, no Brasil.
Fundado em 4 de Agosto de 2001, o colectivo de Artes Pitabel venceu em 2006 o Prémio de Teatro Cidade de Luanda e conquistou três vezes consecutivas o troféu de melhor texto de teatro no Prémio Cidade de Luanda, em 2006, 2008 e 2009. O grupo venceu o prémio DSTV-BWE na edição 2006 e apresentou em 2009 o melhor espectáculo de Luanda no Festival Internacional de Teatro do Cazenga.
Na sua longa carreira, a companhia de teatro Pitabel recebeu várias distinções, com destaque para o Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2010. Constituída por 15 actores, a companhia encenou, entre outras, as peças “De Quem é a Culpa” e “Missosso”, adaptada do livro homónimo de Óscar Ribas.