Cambulo prepara projectos fora do sector dos diamantes
Estão a ser traçadas na região novas estratégias para o fomento agropecuário
A crise financeira que afecta o país pode ser o ponto de partida para o governo local estabelecer mecanismos eficazes para encontrar opções e perspectivar novos programas, que sustentem a base da vida económica e social da circunscrição, disse ontem a administradora municipal do Cambulo.
Isabel Gregório falava num encontro com os membros do Conselho de Auscultação e Concertação Social, testemunhado pelo governador provincial Ernesto Muangala, e acrescentou que as acções prioritárias estão consubstanciadas na aposta nos sectores da agricultura, pecuária, pescas, hotelaria, turismo, cultura, comércio e indústria. Não obstante o Cambulo ser um município essencialmente diamantífero, Isabel Gregório disse haver boas iniciativas em termos de novos investimentos fora do sector mineiro.
“Os resultados da aposta na agricultura e pecuária, por exemplo, são visíveis a julgar pelos níveis de produção e o número de famílias envolvidas”, disse Isabel Gregório, que explicou: “Além de possuir terrenos férteis e virgens em termos de exploração, o município do Cambulo tem o privilégio de ser detentor de uma vasta diversidade de produtos do campo de que se destacam as hortícolas, frutas e cereais, como feijão, milho e arroz”.
Segundo administradora, o município foi no passado um dos maiores produtores de arroz a nível do país, com mais de 500 hectares de área de cultivo na área do norte.
A produção de arroz, adiantou Isabel Gregório, está em processo de revitalização, através da direcção provincial da Agricultura, que está a efectuar trabalhos de ensaio em parceria com investidores estrangeiros. A administradora aproveitou a ocasião para lançar um repto à Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP) para acaptação de investidores para o município.
“Deve-se paulatinamente continuar a envidar esforços com vista à mudança dos hábitos introduzidos no tempo colonial pela Diamang, multinacional diamantífera, que tinha o monopólio da actividade agro-pecuária na província”, disse Isabel Gregório, que lembrou: “A Diamang não deu oportunidade à população para desenvolver a agricultura e empresa controlava, na totalidade, o sector agropecuário da região, com mais de cinquenta mil cabeças de gado bovino e um sistema centralizado de abastecimento de bens essenciais à população”.
Para a presente época agrícola foram colocados à disposição dos camponeses organizados em cooperativas e associações 12.083 hectares de terra, disse a administradora municipal.
Actualmente, assegurou Isabel Gregório, o município controla 12 empresas agrícolas familiares, oito cooperativas agro-pecuárias, 186 associações de camponeses, um agente económico do sector agrícola e 3.040 agricultores individuais. Geologia e comércio
A administradora municipal de Cambulo explicou que uma das principais preocupações se prende com a necessidade da criação de mais postos de trabalho, para um número considerável de jovens com formação e qualificação académica e profissional, para reforçar o programa de combate à pobreza.
Isabel Gregório disse que no domínio da Geologia e Minas existem no município cinco empresas de exploração de diamantes, duas delas em pleno funcionamento, que em termos de garantia de postos de trabalho absorvem um grande número de jovens provenientes de vários pontos do país. A exploração artesanal semi-industrial de diamantes é uma alternativa encontrada pela Endiama para o aumento do nível de empregabilidade e consequente redução dos focos de garimpo e imigração clandestina, disse a administradora Isabel Gregório, que acrescentou que na exploração artesanal semi-industrial de diamantes estão em funcionamento no Cambulo quatro cooperativas, certificadas pela Endiama.
As áreas do Comércio, Hotelaria e Turismo, referiu a administradora municipal, registaram um crescimento considerável. “Actualmente existem no Cambulo 344 estabelecimentos comerciais, entre os quais sete com actividades voltadas ao ramo hoteleiro”.