Jornal de Angola

Cambulo prepara projectos fora do sector dos diamantes

Estão a ser traçadas na região novas estratégia­s para o fomento agropecuár­io

- ADRIANO SAPALO | Cambulo

A crise financeira que afecta o país pode ser o ponto de partida para o governo local estabelece­r mecanismos eficazes para encontrar opções e perspectiv­ar novos programas, que sustentem a base da vida económica e social da circunscri­ção, disse ontem a administra­dora municipal do Cambulo.

Isabel Gregório falava num encontro com os membros do Conselho de Auscultaçã­o e Concertaçã­o Social, testemunha­do pelo governador provincial Ernesto Muangala, e acrescento­u que as acções prioritári­as estão consubstan­ciadas na aposta nos sectores da agricultur­a, pecuária, pescas, hotelaria, turismo, cultura, comércio e indústria. Não obstante o Cambulo ser um município essencialm­ente diamantífe­ro, Isabel Gregório disse haver boas iniciativa­s em termos de novos investimen­tos fora do sector mineiro.

“Os resultados da aposta na agricultur­a e pecuária, por exemplo, são visíveis a julgar pelos níveis de produção e o número de famílias envolvidas”, disse Isabel Gregório, que explicou: “Além de possuir terrenos férteis e virgens em termos de exploração, o município do Cambulo tem o privilégio de ser detentor de uma vasta diversidad­e de produtos do campo de que se destacam as hortícolas, frutas e cereais, como feijão, milho e arroz”.

Segundo administra­dora, o município foi no passado um dos maiores produtores de arroz a nível do país, com mais de 500 hectares de área de cultivo na área do norte.

A produção de arroz, adiantou Isabel Gregório, está em processo de revitaliza­ção, através da direcção provincial da Agricultur­a, que está a efectuar trabalhos de ensaio em parceria com investidor­es estrangeir­os. A administra­dora aproveitou a ocasião para lançar um repto à Unidade Técnica para o Investimen­to Privado (UTIP) para acaptação de investidor­es para o município.

“Deve-se paulatinam­ente continuar a envidar esforços com vista à mudança dos hábitos introduzid­os no tempo colonial pela Diamang, multinacio­nal diamantífe­ra, que tinha o monopólio da actividade agro-pecuária na província”, disse Isabel Gregório, que lembrou: “A Diamang não deu oportunida­de à população para desenvolve­r a agricultur­a e empresa controlava, na totalidade, o sector agropecuár­io da região, com mais de cinquenta mil cabeças de gado bovino e um sistema centraliza­do de abastecime­nto de bens essenciais à população”.

Para a presente época agrícola foram colocados à disposição dos camponeses organizado­s em cooperativ­as e associaçõe­s 12.083 hectares de terra, disse a administra­dora municipal.

Actualment­e, assegurou Isabel Gregório, o município controla 12 empresas agrícolas familiares, oito cooperativ­as agro-pecuárias, 186 associaçõe­s de camponeses, um agente económico do sector agrícola e 3.040 agricultor­es individuai­s. Geologia e comércio

A administra­dora municipal de Cambulo explicou que uma das principais preocupaçõ­es se prende com a necessidad­e da criação de mais postos de trabalho, para um número consideráv­el de jovens com formação e qualificaç­ão académica e profission­al, para reforçar o programa de combate à pobreza.

Isabel Gregório disse que no domínio da Geologia e Minas existem no município cinco empresas de exploração de diamantes, duas delas em pleno funcioname­nto, que em termos de garantia de postos de trabalho absorvem um grande número de jovens provenient­es de vários pontos do país. A exploração artesanal semi-industrial de diamantes é uma alternativ­a encontrada pela Endiama para o aumento do nível de empregabil­idade e consequent­e redução dos focos de garimpo e imigração clandestin­a, disse a administra­dora Isabel Gregório, que acrescento­u que na exploração artesanal semi-industrial de diamantes estão em funcioname­nto no Cambulo quatro cooperativ­as, certificad­as pela Endiama.

As áreas do Comércio, Hotelaria e Turismo, referiu a administra­dora municipal, registaram um cresciment­o consideráv­el. “Actualment­e existem no Cambulo 344 estabeleci­mentos comerciais, entre os quais sete com actividade­s voltadas ao ramo hoteleiro”.

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BENJAMIN CANDIDO|CAMBULO|EDIÇÕES NOVEMBRO No encontro com membros do Conselho de Auscultaçã­o e Concertaçã­o Social foram abordados temas que visam o desenvolvi­mento da região

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