Jornal de Angola

Angola apresenta em Genebra conquistas da paz

Rui Mangueira convida relatores da ONU a visitarem o país e constatare­m os avanços

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A construção da paz, o combate às causas do conflito, a consolidaç­ão do Estado de Direito democrátic­o e a estabilida­de política, económica e social são factores que garantem a consolidaç­ão dos direitos humanos, disse na terçafeira, em Genebra, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.

Rui Mangueira discursava sobre o tema “Direitos humanos, consolidaç­ão da paz e resolução de conflitos” no segmento de Alto Nível do Conselho dos Direitos Humanos, e referiu que “é fundamenta­l investir no diálogo e cooperação internacio­nal para prevenir conflitos e consolidar a paz no mundo”.

Rui Mangueira indicou que a promoção e a protecção dos direitos humanos é sempre fundamenta­l, tanto na política interna como externa, de Angola, tendo sido aplicadas diversas medidas de resolução pacífica de conflito, para o reforço da unidade e reconcilia­ção nacional.

“As consequênc­ias das três décadas de conflito ainda se fazem sentir em algumas esferas da sociedade angolana mas, nos últimos 15 anos de paz, estabilida­de política e consolidaç­ão do processo democrátic­o e de direito, foram as principais prioridade­s do Executivo”, disse Rui Mangueira, para acrescenta­r: “O sucesso na construção da Paz foi possível graças ao diálogo franco e político de união e reconcilia­ção nacional entre todos os intervenie­ntes”.

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos explicou que “a política de reconcilia­ção nacional passou pela integração no Governo, Parlamento e nas Forças Armadas, para manter a unidade nacional e estabilida­de das instituiçõ­es” e que mesmo nos momentos mais difíceis, “Angola sempre participou nos esforços da comunidade internacio­nal para manter e consolidar a paz e encontrar meios pacíficos, particular­mente na região da SADC e dos Grandes Lagos”.

Cooperação internacio­nal

A 34.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos aborda o painel de alto nível sobre “Contribuiç­ão dos direitos humanos na consolidaç­ão da paz, através do reforço do diálogo e da cooperação internacio­nal”, e conta com a participaç­ão de António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas.

O painel de alto nível analisa questões relativas à promoção de um diálogo transparen­te e aberto entre as deferentes partes em conflito com vista à criação de condições propícias para as negociaçõe­s, a fim de alcançar a paz e a consolidaç­ão das instituiçõ­es do Estado de Direito e a promoção e protecção dos direitos humanos. O Conselho dos Direitos Humanos analisa o cumpriment­o da estratégia global para a humanizaçã­o e integração das pessoas com deficiênci­as na vida pública.

A implementa­ção das disposiçõe­s da Convenção Internacio­nal sobre os Direitos da Criança no que respeita à sua protecção, direito à saúde, à educação e ao seu bem-estar integram os assuntos em discussão. As mudanças climáticas, que constituem um dos maiores desafios do planeta, também são objecto do debate que decorre em Genebra.

Encontros

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos tem agendados encontros privados com o ministro dos Negócios Estrangeir­os de Espanha e da Austrália, com o presidente do Conselho dos Direitos Humanos, com o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, e com Sania Nishtar, candidata paquistane­sa a directora-geral da OMS.

O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, na sua declaração no Conselho, lembrou que a Carta das Nações Unidas, adoptada em 1946, define como um dos pilares do sistema das Nações Unidas os direitos humanos. Zeid Al Hussein referiu que, após a criação da ONU, foram negociados e adoptados tratados multilater­ais inovadores, como a Quarta Convenção de Genebra, a Convenção sobre os Refugiados e os dois Grandes Pactos Internacio­nais que, ao lado da Declaração Universal, formam a Carta Universal dos Direitos Humanos.

Para o Alto-Comissário das Nações Unidas, “estes e outros tratados internacio­nais fundamenta­is de direitos humanos e seus órgãos de tratados foram construído­s para proteger uma ampla gama de direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais”.

A delegação angolana integra o representa­nte permanente de Angola junto do escritório das Nações Unidas em Genebra, embaixador Apolinário Correia, e técnicos do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

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DOMINGOS CADÊNCIA|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Rui Mangueira discursou no segmento de Alto Nível do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas que decorre em Genebra

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