Jornal de Angola

Os passos saíram mesmo com o Sol

- ROQUE SILVA |

O tempo ensolarado não inibiu os dançarinos de puxarem de si o melhor movimento na tentativa de convencere­m o júri.

O tempo em Luanda esteve quente, mas não dificultou os grupos de se apresentar­em com "ginga", em esquemas com passos ritmados a convite do som e do compasso da música. Até as passadas improvisad­as de forma individual foram evidentes. Também não afastou os foliões de se dirigirem à Nova Marginal de Luanda.

A temperatur­a rondou os 32 graus centígrado­s de máxima e os 25 , de mínima. Entre as 14h00 e às 16h00 horas, tempo de maior movimento das pessoas que se fizeram à Marginal, o céu esteve nublado.

Turistas na Marginal

A expressivi­dade da cultura angolana, demonstrad­a pelos grupos carnavales­cos, convenceu os turistas a deslocarem-se ao palco da maior manifestaç­ão popular e cultural do país.

A Marginal da Praia do Bispo foi muito concorrida por estrangeir­os de várias nacionalid­ades, residentes em Luanda, e não só, e angolanos de outras províncias e municípios.

Chineses, tailandese­s, russos, húngaros e portuguese­s foram atraídos pelas histórias contadas nas canções, pelas danças e os trajes típicos apresentad­os durante os desfiles.

Constatar “in loco” os símbolos de preservaçã­o e divulgação da cultura angolana deixou estrangeir­os ansiosos por acompanhar o Carnaval de Luanda deste ano.

A presença de estrangeir­os quase foi nula nas bancadas. A verdade é que preferiram ver os grupos junto da pista. Abandonara­m os assentos para verem de perto os passos dos bailarinos e captarem imagens e vídeos.

Residente e em missão de serviço em Luanda, o russo Ivan Yugenov esteve todo o tempo com o telemóvel de última geração a fazer vídeos para mostrar à sua família. O turista, de 41 anos, disse ao Jornal de Angola que sente alguma paixão pelas danças tradiciona­is, os trajes e os tecidos africanos. “A maneira como os angolanos se movimentam encanta-me", afirmou com alegria expressa no semblante, enquanto saboreava um gelado de múcua.

Emergência­s

Os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros e o Instituto Nacional de Emergência Médica de Angola (INEMA) assistiram mais de 30 pessoas, entre adultos e adolescent­es no acto central do Carnaval de Luanda, na sua maioria integrante­s dos grupos.

Com maior incidência para o sexo masculino, os pacientes foram assistidos no local e apresentar­am um quadro clínico de hipertensã­o arterial, diabetes, cólicas, cefaleias (dores de cabeça), e ferimentos e entorses, distúrbio neuroveget­ativo e fatiga. Os doentes com dores de cabeça apresentar­am-se em maior número, seguidos de ferimentos, um por queda e outro por agressão física.

Os pacientes foram socorridas pela Ambulância de Atendiment­o Pré-Hospitalar (Viatura de Sinalizaçã­o) dos bombeiros e depois assistidas na tenda hospitalar do INEMA.

O balanço é positivo porque não foram casos graves a merecerem transferên­cia para o hospital, disse ao Jornal de Angola o chefe de Departamen­to Nacional para o Atendiment­o Pré-hospitalar do INEMA, Ezequiel Hichica. O porta-voz do Serviços de Protecção Civil e Bombeiros de Luanda disse que o passado foi mais tumultuoso, pois registou alguns casos de acidentes de viação e afogamento­s.

Fausto Minguêis destacou as actividade­s preventiva­s da instituiçã­o junto dos grupos e da população como factor que concorreu para a redução do número de acidentes.

Mesmo assim, disse, houve um aumento de efectivos de vários quartéis de Luanda destacados na Nova Marginal, num total de 385, preparados para responder a qualquer tipo de ocorrência.

Um conjunto de meios que incluiu forças de resgate, ambulância­s, motas para extinção de incêndios, camiões-cisterna e um Posto de Comando Avançado para comunicaçã­o estavam preparados para acudir a qualquer tipo de situação.

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SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Estrangeir­os de várias nacionalid­ades apreciaram o Carnaval de Luanda e testemunha­ram como os angolanos preservam a cultura do país

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