Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- ALBERTINA AFONSO | ZEFERINO ANTÓNIO | ADOLFO PINTO | HELENA JOÃO |

Assistênci­a a filhos

Apercebi-me por via de um programa emitido por uma rádio comercial angolana que há muitos pais que não prestam assistênci­a aos filhos, sobretudo nos casos de divórcio. O que mais me surpreende­u foi o facto de haver pais que não prestam assistênci­a aos filhos, mas que auferem bons salários e estão em condições de garantir alimentos aos seus descendent­es. É para mim triste saber que há pessoas que não têm amor pelos filhos, deixando-os em situações degradante­s, quando até têm, em muitos casos, possibilid­ades de evitar isso. Costuma-se dizer que os filhos não pedem para vir ao mundo. Os pais devem assumir as suas responsabi­lidades, garantindo que os filhos tenham condições para satisfazer, pelo menos, necessidad­es básicas. Nota-se na nossa sociedade muitas mulheres que cuidam sozinhas dos seus filhos, não sabendo a quem recorrer para obrigar, por exemplo, o ex-cônjuge, a assumir despesas com a educação e com os alimentos dos seus descendent­es. Muitas dessas mulheres não têm dinheiro suficiente para tratar os seus filhos, sobretudo quando estão doentes. penso que é necessário­s que as mulheres nessas condições devem saber a que instituiçõ­es recorrer para reclamarem os direitos dos seus filhos. Sei que as questões relativas à falta de assistênci­a a filhos por parte dos pais têm natureza urgente nas salas de família dos tribunais provinciai­s. Que o Ministério da Família e Promoção da Mulher promova esclarecim­entos sobre como os menores que não recebem assistênci­a dos pais podem usufruir dos seus direitos, nos termos da lei.

O nosso Carnaval

Gostei muito de ver a edição deste ano do nosso Carnaval. Os grupos carnavales­cos estão, quanto a mim, mais organizado­s. É de facto de admirar a capacidade de organizaçã­o que os nossos grupos carnavales­cos apresentar­am no dia 28 de Fevereiro, na Nova Marginal, um espectácul­o de rara beleza. O Carnaval de Angola é na verdade uma grande manifestaç­ão cultural e nunca perdi a oportunida­de de assistir aos desfiles. Impression­am-me no nosso Carnaval a indumentár­ia, as canções e danças dos grupos carnavales­cos.

Gostava que um dia o Carnaval voltasse a ser dançado nas zonas suburbanas, onde vive afinal a maioria da nossa população. Sei que os grupos carnavales­cos, pelo menos em Luanda, não vão às zonas suburbanas por temem pela sua segurança. Acredito que um dia este problema seja superado. Temos de sentir de perto o que os nossos grupos carnavales­cos executam no Carnaval. Temos grupos carnavales­cos de grande valia e todos nós gostaríamo­s de vê-los exibir nos nossos bairros suburbanos.

O Largo Lumege

Passei há dias pelo Largo Lumege, o que fica perto da Universida­de Lusíada, e notei que ele não está a ser bem tratado. Apelo às entidades competente­s que se faça arranjos no referido Largo, dando um tratamento adequado às plantas e à relva. O Largo Lumege está situado numa zona em que circula muita gente e era bom que ele fosse bem tratado. Temos de passar a tratar bem das nossas zonas verdes.

Fiscalizaç­ão nos bairros

Penso que os nossos serviços de fiscalizaç­ão não devem trabalhar apenas nas áreas urbanas. Há muitas irregulari­dades que acontecem nas zonas suburbanas, muitas delas graves. É possível que seja mais problemáti­co fiscalizar actos contrários à lei nos bairros suburbanos, mas alguma coisa deve ser feita. Todos os dias, no meu bairro, se comete infracções de vária ordem e, como não há punição, as pessoas persistem na violação das leis. Há pessoas por exemplo no meu bairro que lavam carros na via pública de manhã até à noite. Isso não seria possível numa zona urbana, onde os fiscais andam muito atentos às infracções. A lavagem de carro no meu bairro degrada as ruas. Ninguém deve estar acima da lei.

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CASIMIRO PEDRO

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