CARTAS DO LEITOR
Assistência a filhos
Apercebi-me por via de um programa emitido por uma rádio comercial angolana que há muitos pais que não prestam assistência aos filhos, sobretudo nos casos de divórcio. O que mais me surpreendeu foi o facto de haver pais que não prestam assistência aos filhos, mas que auferem bons salários e estão em condições de garantir alimentos aos seus descendentes. É para mim triste saber que há pessoas que não têm amor pelos filhos, deixando-os em situações degradantes, quando até têm, em muitos casos, possibilidades de evitar isso. Costuma-se dizer que os filhos não pedem para vir ao mundo. Os pais devem assumir as suas responsabilidades, garantindo que os filhos tenham condições para satisfazer, pelo menos, necessidades básicas. Nota-se na nossa sociedade muitas mulheres que cuidam sozinhas dos seus filhos, não sabendo a quem recorrer para obrigar, por exemplo, o ex-cônjuge, a assumir despesas com a educação e com os alimentos dos seus descendentes. Muitas dessas mulheres não têm dinheiro suficiente para tratar os seus filhos, sobretudo quando estão doentes. penso que é necessários que as mulheres nessas condições devem saber a que instituições recorrer para reclamarem os direitos dos seus filhos. Sei que as questões relativas à falta de assistência a filhos por parte dos pais têm natureza urgente nas salas de família dos tribunais provinciais. Que o Ministério da Família e Promoção da Mulher promova esclarecimentos sobre como os menores que não recebem assistência dos pais podem usufruir dos seus direitos, nos termos da lei.
O nosso Carnaval
Gostei muito de ver a edição deste ano do nosso Carnaval. Os grupos carnavalescos estão, quanto a mim, mais organizados. É de facto de admirar a capacidade de organização que os nossos grupos carnavalescos apresentaram no dia 28 de Fevereiro, na Nova Marginal, um espectáculo de rara beleza. O Carnaval de Angola é na verdade uma grande manifestação cultural e nunca perdi a oportunidade de assistir aos desfiles. Impressionam-me no nosso Carnaval a indumentária, as canções e danças dos grupos carnavalescos.
Gostava que um dia o Carnaval voltasse a ser dançado nas zonas suburbanas, onde vive afinal a maioria da nossa população. Sei que os grupos carnavalescos, pelo menos em Luanda, não vão às zonas suburbanas por temem pela sua segurança. Acredito que um dia este problema seja superado. Temos de sentir de perto o que os nossos grupos carnavalescos executam no Carnaval. Temos grupos carnavalescos de grande valia e todos nós gostaríamos de vê-los exibir nos nossos bairros suburbanos.
O Largo Lumege
Passei há dias pelo Largo Lumege, o que fica perto da Universidade Lusíada, e notei que ele não está a ser bem tratado. Apelo às entidades competentes que se faça arranjos no referido Largo, dando um tratamento adequado às plantas e à relva. O Largo Lumege está situado numa zona em que circula muita gente e era bom que ele fosse bem tratado. Temos de passar a tratar bem das nossas zonas verdes.
Fiscalização nos bairros
Penso que os nossos serviços de fiscalização não devem trabalhar apenas nas áreas urbanas. Há muitas irregularidades que acontecem nas zonas suburbanas, muitas delas graves. É possível que seja mais problemático fiscalizar actos contrários à lei nos bairros suburbanos, mas alguma coisa deve ser feita. Todos os dias, no meu bairro, se comete infracções de vária ordem e, como não há punição, as pessoas persistem na violação das leis. Há pessoas por exemplo no meu bairro que lavam carros na via pública de manhã até à noite. Isso não seria possível numa zona urbana, onde os fiscais andam muito atentos às infracções. A lavagem de carro no meu bairro degrada as ruas. Ninguém deve estar acima da lei.