Angola reforça cooperação com Espanha
O ministro das Finanças, Archer Mangueira, analisou em Madrid, com um representante do Governo de Espanha, o reforço das relações económicas e financeiras entre os dois países.
No encontro com o ministro espanhol da Economia, Indústria e Competitividade, Luís de Guindos, o governante angolano deu a conhecer que o país está num processo de adaptação para um novo paradigma económico e, para tal, solicitou o apoio das empresas espanholas. Archer Mangueira assegurou que Angola conta com as empresas espanholas para fazer com que o país obtenha capacidade para diversificar as exportações, mas, para tal, precisa de alterar o actual modelo económico e produtivo, para acabar com a dependência do petróleo.
Na ocasião, o ministro acrescentou que o país necessita do investimento estrangeiro em sectores estratégicos, como infra-estruturas, energias renováveis, saúde, novas tecnologias e agro-alimentar.
O titular da pasta das Finanças reuniu igualmente com a secretária de Estado do Comércio, Maria Poncela, que destacou os esforços que o país tem empreendido com vista a reduzir a despesa pública e recordou as medidas que a Espanha coloca à disposição das empresas para co-financiar projectos de investimentos em Angola.
No âmbito da visita a Madrid, Archer Mangueira manteve encontros com responsáveis do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e participou no encontro de negócios Espanha-Angola, uma iniciativa conjunta do Ministério do Comércio, Agência Espanhola de Exportação e Investimentos, Confederação Espanhola de Organizações Empresariais e Câmara de Comércio da Espanha.
Dados da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais indicam que actualmente existem cerca de cinquenta empresas daquele país estabelecidas em Angola, o segundo destino espanhol mais importante na África Subsaariana.
Uma linha de crédito de 75 milhões de euros, cerca de 14 mil milhões de kwanzas, para apoiar parcerias entre as empresas angolanas e espanholas foi anunciada ontem, em Luanda, pela presidente do conselho de administração do Instituto de Fomento Empresarial (IFE), Dalva Ringote. A linha de crédito foi instituída pela Companhia Espanhola de Financiamento do Desenvolvimento (Cofides) e beneficia projectos nos sectores da Agricultura, Transportes e Logística, exploração mineira, assim como indústrias de materiais de construção, calçado, petroquímica e processamento de alimentos.
Dalva Ringote considerou que a linha de crédito da Cofides constitui um importante instrumento financeiro de apoio e incentivo ao sector empresarial privado nacional. A presidente do conselho de administração do IFE destacou que o financiamento resulta de um acordo de cooperação celebrado entre o Instituto e a Cofides, estando associada a quatro bancos espanhóis que vão servir de veículos para a operacionalização da linha de crédito. Além disso, a Cofides está encarregue da componente de avaliação de risco do projecto, deixando a operacionalização financeira e monitorização a bancos comerciais angolanos, sublinhou.
Dalva Ringote declarou que, ao colocar essa linha de crédito à disposição do sector empresarial privado, o Executivo contribui para criação e a afirmação de parcerias estratégicas entre as empresas nacionais e espanholas. O acordo de cooperação entre o IFE e a Cofides, apontou, vigora até 2019 e ajuda as empresas angolanas a estruturarem projectos de parceria que garantam condições para a absorção de tecnologias e criação de valores.