Jornal de Angola

Sangue continua em falta no Hospital dos Cajueiros

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O Hospital Geral dos Cajueiros, localizado no município do Cazenga, em Luanda, regista, há já alguns dias, uma rotura de stock de sangue, devido à falta de dadores voluntário­s, informou, na segundafei­ra, o supervisor Sérgio António.

O funcionári­o do hospital público, que falava à Angop, disse que muitas vezes a unidade sanitária já recorreu a dadores familiares e a instituiçõ­es de solidaried­ade social para salvar a vida de pacientes, sobretudo crianças com anemia severa.

No sábado e domingo, dias em que Sérgio António foi supervisor, o Hospital dos Cajueiros atendeu 651 pacientes, dos quais 109 com traumatism­os causados por acidentes de viação e agressões físicas. A malária continua a ser a principal causa de internamen­to, seguida de doenças respiratór­ias, diarreicas agudas e traumatism­os.

No final de semana último, duas crianças morreram vítimas de anemia, em decorrênci­a de um quadro palúdico, para cujo tratamento chegaram tardiament­e ao Hospital dos Cajueiros.

O Hospital dos Cajueiros, unidade sanitária de referência de segundo nível, tem capacidade para 230 camas e dispõe de serviços de medicina, pediatria, banco de urgência, cirurgia, ortopedia, RX, hemoterapi­a, bloco operatório, farmácia, consultas externas, obstetríci­a, ecografia e estomatolo­gia.

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) disse na segunda-feira serem necessário­s com urgência novos antibiótic­os para combater 12 famílias de patogénico­s, incluindo a salmonela, que causa intoxicaçã­o alimentar.

Essas bactérias, refere a OMS, conseguem encontrar maneiras de resistir aos tratamento­s médicos, o que levou a agência especializ­ada da ONU a divulgar na segunda-feira a primeira lista dos patogénico­s mais resistente­s a antibiótic­os.

São 12 as famílias de bactérias que impõe as ameaças mais graves à saúde humana. A OMS dividiu o grupo em três categorias: prioridade crítica, alta ou média. O grupo mais crítico inclui as bactérias multirresi­stentes a medicament­os que são uma ameaça a hospitais, enfermaria­s e a pacientes que usam aparelho de ventilação mecânica ou cateter.

A OMS insistiu na necessidad­e de concentraç­ão de esforços para o desenvolvi­mento de novas opções terapêutic­as e também novas opções diagnóstic­as que possam propiciar o diagnóstic­o mais fácil, o tratamento mais rápido e mais eficaz. O apelo da OMS acontece na mesma semana em que especialis­tas em saúde dos países do G20 se reúnem em Berlim, capital da Alemanha, para debater vários assuntos, inclusive a resistênci­a anti-microbiana.

A coordenado­ra do Programa de Vigilância de Resistênci­a Anti-microbiana da OMS, Carmem Pessoa da Silva, entrevista­da pela ONU News a partir de Genebra, explicou que até a salmonela, que causa intoxicaçã­o alimentar, está incluída na lista de categorias de prioridade­s alta ou média.

"No caso das infecções causadas por salmonela multirresi­stente, há uma tendência em que a infecção seja mais grave e que o tratamento com antibiótic­o específico seja necessário", salientou Carmem da Silva.

Uma outra bactéria muito resistente a drogas causa a gonorreia. Ao publicar a lista, a OMS espera que os governos e a indústria farmacêuti­ca invistam, o mais rápido possível, na criação de novos medicament­os. "Esta é a lista prioritári­a de patogénico­s que causam infecções para as quais as opções terapêutic­as são cada vez mais limitadas", acentuou Carmem da Silva.

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JOÃO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO Directora-geral da OMS Margaret Chan

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