África celebra benefícios da merenda escolar
Alguns países entre os quais Angola obtêm há anos repetidos resultados positivos
O Dia Africano da Alimentação Escolar foi ontem assinalado, tendo este ano a efeméride dado ênfase à merenda escolar como “um investimento, não apenas um gasto dos orçamentos nacionais”.
São Tomé e Príncipe está entre as nações onde a merenda escolar tem grande impacto. O Programa Alimentar Mundial (PAM) apoia, com merenda escolar, 45 mil alunos do arquipélago.
Em declarações à ONU News, o encarregado interino do PAM em São Tomé e Príncipe, Diógenes dos Santos, disse que garantir um prato quente diário a milhares de crianças santomenses exige a busca de experiências além-fronteiras.
“Esperamos ainda este ano financiar visitas de estudo a países como Cabo Verde, que está numa fase mais avançada do que São Tomé e Príncipe”, informou Diógenes dos Santos, para quem Moçambique é outra opção e exemplo no continente africano por utilizar há anos essa fórmula, com resultados positivos.
O PAM defende, de acordo com Diógenes dos Santos, que a rendimento das comunidades locais aumenta quando a sua produção agrícola encontra um mercado pronto, como o da alimentação escolar.
Moçambique é um dos exemplos da busca de parcerias tanto locais como internacionais para impulsionar a iniciativa. A representante do PAM em Moçambique, Karin Manente, que falou do potencial de colaboração, disse que “fazemos a ligação entre os pequenos produtores e a escola”. As famílias de produtores também fazem parte do comité escolar, o que faz com que haja uma inclusão da economia do distrito, mesmo da parte de fornecimento de alimentos, na economia da escola e na gestão. Isso ajuda na sustentabilidade do programa, assegurou Karin Manente, revelando que o Governo brasileiro está interessado em apoiar essa área e um programa denominado “Compra de Africano para Africano”.
O Programa Alimentar Mundial sublinha que um dólar norte-americano investido na merenda escolar pode ser multiplicado “quando as crianças beneficiárias crescerem e tornarem-se adultas com habilidades para o trabalho”.
A agência especializada da Organização das Nações Unidas defende que os ganhos do programa de merenda escolar “são a curto, médio e longo prazos para as crianças africanas na transição da infância para a vida adulta e produtiva”.
A iniciativa também garante espaço para que “jovens do continente africano estejam envolvidos na produção de alimentos para as escolas e contribui para a redução do desemprego e para a geração de rendimento nas suas comunidades”.
O ponto alto da celebração do Dia Africano da Alimentação Escolar aconteceu em Brazzaville, na República do Congo, com debates, envolvimento de parceiros e experiências de alimentação escolar em países do continente. As celebrações incluem eventos em escolas com a participação de estudantes, professores e comunidades.