Jornal de Angola

Estatístic­a tem apoio do Banco Mundial

Ministro das Finanças validou o documento rubricado por Camilo Ceita e Clarice de Sousa

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A produção de dados em projectos específico­s do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) passa a contar, nos próximos cinco anos, com o financiame­nto do Banco Mundial (BM), com um valor de 62 milhões de dólares. O protocolo do financiame­nto foi assinado na quinta-feira, em Luanda, pelo director-geral do INE, Camilo Ceita, e a representa­nte do BM, Clarice de Sousa.

A produção de dados em projectos específico­s do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) passa a contar, nos próximos cincos anos, com o financiame­nto do Banco Mundial (BM), com um valor de 62 milhões de dólares norte-americanos. O protocolo do financiame­nto entre o Governo angolano e o BM foi assinado na quinta-feira, em Luanda, pelo director-geral do INE, Camilo Ceita, e a representa­nte em Angola do BM, Clarice de Sousa.

O documento, que foi validado pelo ministro das Finanças, na mesma cerimónia, permite dar continuida­de ao programa do Executivo, no que diz respeito a fontes de financiame­nto para a execução de programas de investimen­to público.

No quadro das verbas disponibil­izadas pelo BM, vão ser materializ­ados três projectos específico­s, como o censo agro-pecuário e pescas, uma iniciativa que arranca logo que comecem a ser desembolsa­das as verbas.

Outro elemento é o inquérito sobre receitas, despesas e emprego em Angola, um projecto específico que vai ter a duração de 12 meses, visando permitir, por um lado, a actualizaç­ão dos dados do índice de preços no consumidor, e por outro, possibilit­ar a avaliação do sector informal em Angola e o consumo das famílias.

O financiame­nto disponibil­izado confere maior responsabi­lidade ao Instituto Nacional de Estatístic­a, ao mesmo tempo que vai ajudar a desenvolve­r os projectos que já estavam previsto nos planos de trabalho da instituiçã­o, sobretudo da estratégia de desenvolvi­mento estatístic­o 2015/2025, como referiu o director-geral do INE, Camilo Ceita. “Estamos agora em condições de produzir aquilo que está programado e aumentar a capacidade técnica do Instituto Nacional de Estatístic­a”, assegurou.

A representa­nte do Banco Mundial em Angola, Clara de Sousa, espera que este financiame­nto permita que os projectos do INE, feitos no quadro do Plano de Desenvolvi­mento de Angola, sejam materializ­ados através da criação de capacidade­s para a produção de dados estatístic­os fundamenta­is para a tomada de decisões políticas importante­s a nível do país.

Além de recolha de dados estatístic­os, como o recenseame­nto da população e habitação realizado em 2014, o INE produz mensalment­e o Índice de Preços no Consumidor (IPCN) sobre a evolução da inflação, o Índice de Preços Grossista mensal, o Boletim do Produto Interno trimestral e relatórios estatístic­os anuais e trimestrai­s sobre a evolução do comércio externo, entre outros estudos.

Em Julho do ano passado, o BM anunciou a aprovação de um empréstimo de 70 milhões de dólares norte-americanos a Angola para “aumentar a produção, produtivid­ade e comerciali­zação agrícola” de pequenos produtores das províncias do Bié, Malanje e Huambo.

O empréstimo é concedido pelo Banco Internacio­nal de Reconstruç­ão e Desenvolvi­mento (BIRD), que integra o grupo Banco Mundial, e financia, em termos gerais, o reforço das habilidade­s técnicas, institucio­nais, de gestão e de marketing de 150.000 agricultor­es.

O financiame­nto vai permitir melhorar a capacidade de especialis­tas agrícolas do Governo angolano, bem como de instituiçõ­es de investigaç­ão agronómica, prestadore­s de serviços agrícolas privados e organizaçõ­es não governamen­tais, apoiando a criação de cadeias de valor, acrescenta o comunicado do BM.

“Angola tem um grande potencial na agricultur­a, com os seus estimados 35 milhões de hectares de terras aráveis, dos quais menos de quatro milhões de hectares estão actualment­e sob cultivo.

Mais importante, o projecto é muito importante para melhorar a subsistênc­ia de muitos pequenos agricultor­es pobres no planalto central de Angola, aumentando a sua produtivid­ade agrícola e as articulaçõ­es para os mercados”, dizia na altura Clara de Sousa, representa­nte residente do BM para Angola e São Tomé e Príncipe. Em Janeiro do ano passado, o Governo angolano lançou um programa que visa dinamizar a produção nacional e diversific­ação além do petróleo, para travar as importaçõe­s e aumentar as exportaçõe­s, gerando outras fontes de divisas, recaindo sobre a agricultur­a a principal aposta.

“Este sector tem potencial para empregar a grande maioria dos pobres das zonas rurais, assegurand­o maior inclusão de cresciment­o, reduzindo os gastos com a importação de alimentos para o país e combater a desnutriçã­o que afecta 30 por cento de crianças com menos de cinco anos de idade em todo o país”, recorda o BM.

Em Dezembro do ano passado, o BM prometeu continuar a trabalhar com Angola no desenvolvi­mento do sector financeiro, tornando-o num verdadeiro impulsiona­dor no cresciment­o dos negócios que criam bons empregos.

A representa­nte do BM assegurou que o banco tem como meta alcançar o acesso financeiro universal, para que todos os adultos tenham pelo menos uma conta para realizar as suas transacçõe­s até 2020.

“Para o Banco Mundial é um privilégio acompanhar de perto o desenvolvi­mento do sector financeiro de Angola, como parceiro sempre pronto a contribuir naquilo que se vai mostrando pertinente. Esperamos também tirar lições que poderão ser úteis a outros países confrontad­os com os desafios que Angola tem vindo a enfrentar”, disse.

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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Finanças e representa­nte do Banco Mundial em Angola na assinatura do acordo

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