Jornal de Angola

Fortes enchentes do rio Evale criam dificuldad­es aos alunos

Canoa é o único meio utilizado pela população fazer a travessia para atingir a outra margem

- ADELAIDE MUALIMUSUI | e DOMINGOS CALUCIPA |

Estudantes de diferentes aldeias da comuna do Evale, no município do Cuanhama, no Cunene, encontram sérias dificuldad­es em assistir às aulas na seda comunal, em consequênc­ia da enchente de um rio, o que os obriga a recorrer a canoa para atingir a outra margem, informou, ontem, o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros naquela província.

Paulo Kalunga disse que uma equipa da corporação se deslocou ao local e constatou que a canoa tem sido o único meio utilizado para a travessia, consideran­do ser uma situação preocupant­e devido à subida do caudal do rio Evale, em função das fortes chuvas que caem, nos últimos dias, com muita intensidad­e na região.

“Infelizmen­te, na comuna existe apenas uma canoa que está a permitir na movimentaç­ão da população. Para permitir uma maior fluidez na transporta­ção, os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros solicitara­m às autoridade­s competente­s o reforço de mais meios para facilitar a vida dos habitantes”, precisou.

O porta-voz dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros disse ter constatado igualmente os constrangi­mentos na circulação entre as sedes comunais do Evale e da Mupa devido ao aumento do caudal, uma vez que a água das chuvas passou um pouco o nível da estrada, criando ravinas.

O responsáve­l dos Serviços de Bombeiros argumentou que não se trata de um período de emergência, mas admitiu que a população do Evale vive uma fase de pré-emergência, necessitan­do redobrar algumas acções, para se evitar casos de afogamento, muito comuns nestas situações. “Caso continuar a chover na mesma porporção, poderá se registar inundações nas aldeias e lavras próximas do rio Evale.”

Aulas nocturnas

Pelo menos, mil alunos do I e II ciclos do ensino secundário, que se encontrava­m fora do sistema de ensino no presente ano lectivo, por falta de salas, vão poder frequentar aulas no período nocturno, na escola “Oulondelo”, em Ondjiva, na província do Cunene, que ganhou um sistema de fornecimen­to de energia eléctrica, três anos depois da sua inauguraçã­o, anunciou ontem, em Ondjiva, o director provincial da Educação. Lúcio Ndinoiti disse que a instituiçã­o escolar ganhou energia da rede pública, com a colocação de um posto de transforma­ção, e está agora em condições de leccionar nos três períodos do dia, explorando na plenitude as suas 24 salas.

Segundo o director provincial da Educação, Lúcio Ndinoiti, o Governo envidou esforços no sentido de aquela escola inserir os alunos que ficaram aptos no concurso de ingresso e não conseguira­m espaço na Escola de Formação de Professore­s de Ondjiva, no Instituto Médio de Administra­ção e Gestão e na Escola de Formação de Técnicos de Saúde.

Assegurou que, além das 24 salas da escola “Oulondelo”, com capacidade de 45 alunos cada, estão disponívei­s mais seis salas na escola do ensino primário Rei Nande, para reforçar os espaços para as aulas nocturnas.

Solução do problema

O director da escola “Oulondelo”, Eusébio Comongula, disse que, com a solução do problema da energia eléctrica, o internato da instituiçã­o vai poder abrir as portas para os alunos provenient­es de outros pontos da província. Adiantou que, numa fase experiment­al, o internato vai acolher menos de 30 alunos, atendendo à actual situação financeira do país.

A escola funciona actualment­e com dois cursos, sendo um nas áreas de Ciências Físicas e Biológicas e outro de Ciências Económicas e Jurídicas.

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ADELAIDE MUALIMUSI-CUNENE|EDIÇÕES NOVEMBRO Várias residência­s ficaram inundadas em consequânc­ia das fortes chuvas que caem diariament­e nas comunas do Evale

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