CARTAS DO LEITOR
Criminalidade em alta
Sou taxista e por inerência das actividades que desempenho, testemunho nas ruas de Luanda numerosas situações menos boas. Falo concretamente sobre a criminalidade, um fenómeno sobre o qual vale a pena falar e nunca escamotear. O índice de criminalidade na cidade de Luanda, sobretudo no que ao furto de viaturas diz respeito, começa a tomar contornos assustadores para o cidadão comum. Mas é bom ouvir da parte da Polícia Nacional que o fenómeno social está controlado, independentemente dos ciclos normais.
Mais do que os comunicados, que não deixam de ser importantes, é exactamente a actuação da Polícia Nacional que deve continuar a dar garantias de ordem, segurança e tranquilidade públicas. independentemente de alguns se manterem no quadro de carreira e outros passarem à vida civil. O importante seria que durante dois ou três anos todo o homem e mulher cumprisse o serviço militar para que todos tenham noções elementares de preparação militar.
Centros de reeducação
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar a questão dos menores em conflito com a lei, os passos para uma eventual redução da idade penal, entre outras.
Antigamente, havia centros de reeducação de menores, como o que existia em Cacuaco e julgo que noutras províncias do país. Hoje, muito se fala sobre o julgado de menores e, embora o mesmo não vise necessariamente o desligamento do menor à família ou vice-versa, era bom que se não descartasse a possibilidade de integração de menores em centros de reeducação.
Muitos menores em conflito com a lei acabam por “cavar” pesadas incompatibilidades com a família, facto que dificilmente leva a família a recebê-los de volta no seu seio.
Atendendo à gravidade da infracção por parte dos menores e com o receio de que o menor em causa volte a prevaricar, a opção entre o seio familiar e os centros de reeducação parece claramente óbvia.Como munícipe de Luanda gostaria muito que o Estado disponibilizasse mais espaços e recursos suficientes para viabilizar a recuperação dos centros de mobilização e garantir um melhor futuro para essas crianças.