Insegurança alimentar atinge maior proporção
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alerta que cerca de 20 por cento da população cabo-verdiana ainda está em situação de insegurança alimentar, apurou a agência PANA quinta-feira na cidade a Praia, de fonte segura.
O representante da FAO em Cabo Verde, Remi Nono Wondim, considera que o país tem condições para erradicar a fome, já que há vontade política e capacidade para garantir a segurança alimentar e nutricional no futuro.
Remi Nono Wondim emitiu esta opinião quando falava à imprensa na cidade da Praia, depois de participar no acto de abertura de uma conferência sobre os desafios de uma agenda pública para a segurança alimentar e nutricional em Cabo Verde, promovida pelo Ministério da Agricultura e Ambiente.
O responsável sublinhou que, para tal, os sectores públicos e privados devem trabalhar com a comunidade internacional e assegurou que a FAO colabora com o Governo de Cabo Verde no desenvolvimento de políticas, estratégias e programas no sector da segurança alimentar e nutricional.
Em 2016, a FAO reviu com Cabo Verde o Quadro Programático do País (QPP) para 2016-2017 que define as prioridades para garantir a segurança alimentar e nutricional no país. Neste momento, uma “task force” trabalha no novo QPP no mesmo contexto para o período 20182022. Na sua opinião, num país com uma população crescente como Cabo Verde, é preciso aprender a produzir mais com menos recursos.
Remi Nono Wondim destacou que o país tem três grandes desafios, designadamente, alimentar, social, porque a maior parte da população vive nas cidades, e ecológico, já que o país, por ser pequeno e insular, está sujeito a catástrofes naturais, como a seca. Para o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, o aumento da produção alimentar no país, que passa pela agricultura, pesca e transformação agro-alimentar, é uma das prioridades do Governo em matéria de segurança alimentar e nutricional.
Gilberto Silva anotou que, para o efeito, já foram tomadas várias medidas a nível da agricultura, entre as quais a melhoria dos sistemas de rega e a diminuição dos riscos.
O ministro acrescentou que esta política de fomento da produção visa a rentabilidade das explorações, como culturas protegidas, combate a pragas, melhoria do tratamento pós-colheita e acesso ao crédito. “É evidente que vamos ter que alinhar toda a actuação em matéria de Segurança Alimentar e Nutricional”, precisou.