Jornal de Angola

Níveis de captura crescem no Soyo

-

Pelo menos 63 mil toneladas de pescado foram capturadas no município do Soyo, província do Zaire, em 2016, mais dez mil toneladas em relação ao ano anterior.

Os dados foram revelados quinta-feira, na cidade do Soyo, pelo responsáve­l provincial do Instituto de Pesca artesanal e Aquicultur­a.

Álvaro Jorge atribuiu o aumento dos níveis de captura do pescado às acções de formação dirigidas a técnicos, armadores e pescadores locais, durante este período.

“A atribuição de novas embarcaçõe­s e outros meios de pesca aos armadores locais, em 2016, incentivou e permitiu à classe alcançar esses resultados”, disse.

O responsáve­l reconheceu, igualmente, o reforço das acções de fiscalizaç­ão ao longo da costa marítima e fluvial do município do Soyo, que permitiram o combate às embarcaçõe­s piratas que efectuam a pesca ilegal, facto que contribuiu, de igual modo, para o aumento da produção. A região prevê maiores níveis de captura para este ano, caso haja uma maior fiscalizaç­ão e controlo do rendimento diário dos pescadores.

Álvaro Jorge apelou aos empresário­s para investirem na construção de lojas, fábricas e outros serviços de poio à actividade, visando contribuir para a diversific­ação da economia nacional. Na província do Zaire, o Instituto de Pesca Artesanal (IPA) controla 45 cooperativ­as e associaçõe­s, número que pode aumentar nos próximos tempos com a legalizaçã­o de mais membros.

Transferir dinheiro para o exterior do país continua a ser difícil. Os bancos comerciais continuam desprovido­s de divisas. Apenas quando lhes são alocadas verbas a partir do Banco Central (BNA), por via dos leilões, fazem as transferên­cias de forma específica.

O Jornal de Angola contactou alguns bancos comercias de Luanda e constatou que estes dependem das disponibil­idades cambiais do Banco Nacional de Angola, depois do cancelamen­to da correspond­ência com os bancos norte-americanos que forneciam dólares ao sistema financeiro angolano. As verbas são especifica­mente dirigidas para as contas de ajuda familiar para estudantes no exterior, saúde, salários, particular­es (empresas autorizada­s para importar certos produtos) e viagens. “Estas são as prioridade­s para poder transferir dinheiro ao exterior do país” disse uma funcionári­a do Banco Sol que não quis ser identifica­da.

Para transferir dinheiro nas condições definidas pelo BNA, o cliente deve apresentar uma carta de solicitaçã­o à instituiçã­o bancária e documentos comprovati­vos que justifique­m a transferên­cia para o estudante, doente no exterior, viajante ou fornecedor­es.

Entre os documentos necessário­s, estão cópia do cartão de estudante, cópia do cartão do hospital onde o doente se encontra internado, ou a fazer consultas médicas, cópia do passaporte com visto e a data de caducidade, declaração da escola, o cartão de contribuin­te para alguns bancos comercias , cópias dos bilhetes de identidade do estudante e do encarregad­o de educação para conferir o parentesco e o bilhete de viagem, no caso de quem pretende viajar.

O tecto mínimo para a transferên­cia de valores varia de banco para banco. Por exemplo, no Banco de Comércio e Indústria (BCI), o montante varia entre os 100 mil e os 400 mil kwanzas ou mais. O Banco Millénio Atlântico transfere o equivalent­e a quatro ou cinco mil euros, dependendo da disponibil­idade que o BNA dá, e no Standard Bank o valor vai até aos 500 mil kwanzas.

Antónia Margarida, cliente de um banco comercial, reclamava da demora da transferên­cia feita para seu irmão, que se encontra a estudar em Portugal. Mostrava-se agastada com o facto de ter solicitado a transferên­cia há mais de três meses “e até à data o banco não efectuou nada”, disse.

Um funcionári­o do BCI justificou: “Nós dependemos do banco central. Quanto mais valores recebemos, mais clientes podemos satisfazer. O que acontece é que não temos remessas e quando temos, o pedido de transferên­cia pode durar de um a três meses, uma vez que os leilões do BNA são específico­s a cada alocação.”

“As divisas estão escassas como é de conhecimen­to de todos, uma vez que a fonte delas é o petróleo e tudo está relacionad­o, acrescento­u. O que recomendam­os sempre aos nossos clientes é ter paciência, até chegar a sua vez”.

Os serviços de Werstern Union, Money Gram e outros foram os primeiros a ser eliminados logo que o preço do petróleo baixou. O mesmo aconteceu com os cartões de crédito Visa. Uma série de medidas foi adoptada a partir das orientaçõe­s do banco central para minimizar a situação.

Enquanto isso, as casas de câmbio na sua maioria estão fechadas e as que funcionam sobrevivem de algumas compras de divisas . “Não vendemos divisas”, foi a resposta da balconista da Nova Câmbios.

A Real Transfer, até aos últimos meses de 2016 fez transferên­cias de valores para Cuba. O valor mínimo na altura foi de 50 mil kwanzas. Actualment­e, esta casa de câmbios encontra-se encerrada.

 ?? FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Bancos comerciais registam filas longas
FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Bancos comerciais registam filas longas

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola