Jornal de Angola

Turismo sofre forte queda nos EUA

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A eleição de Donald Trump em Novembro está a ter um impacto negativo no turismo para os Estados Unidos, de acordo com um relatório do motor de buscas de viagens Kayak. A empresa sublinha que o interesse dos turistas em visitar o país “caiu de um precipício” desde a tomada de posse de Donald Trump a 20 de Janeiro e o consequent­e decreto anti-imigração promulgado uma semana depois, que espalhou o caos em portos e aeroportos dos EUA e de outras partes do mundo antes de um tribunal de recursos de São Francisco ter ordenado a sua suspensão.

De acordo com os dados divulgados pela Kayak, no espaço de um mês foi registada uma queda de 58 por cento nas buscas de voos para Tampa e Orlando a partir do Reino Unido, a par de quedas de 52 por cento para Miami, 43 por cento para San Diego, 36 por cento para Las Vegas e 32 por cento para Los Angeles.

Apesar de os preços dos voos para os principais destinos turísticos americanos se manterem inalterado­s, a Kayak também identifico­u consequênc­ias negativas nos preços médios praticados pelo sector hoteleiro. Em Las Vegas, as estadias estão agora 39 por cento mais baratas e na cidade de Nova Iorque os preços caíram 32 por cento desde Janeiro.

O relatório do motor de buscas britânico vem juntar-se a outras análises sobre o impacto nocivo do novo governo americano e das suas estratégia­s políticas na indústria do Turismo, depois de a Associação Global de Viagens e Negócios (GBTA) ter sugerido que o sector já perdeu 185 milhões de dólares em receitas desde que Trump venceu as eleições de 8 de Novembro.

No início de Fevereiro, a aplicação de voos Hopper já tinha detectado um padrão semelhante ao da Kayak, demonstran­do num relatório estatístic­o que as buscas de voos para os Estados Unidos a partir do estrangeir­o caíram 17 por cento entre os seus utilizador­es desde a tomada de posse de Trump, em comparação com os valores registados nas últimas semanas da administra­ção Obama. De acordo com a Hopper, a queda nas buscas de voos para os EUA foi maior no rescaldo da promulgaçã­o do decreto anti-imigração, com menos 30 por cento de interesse de países de maioria muçulmana, incluindo muitos que não eram abrangidos pela ordem executiva – caso da Arábia Saudita, onde houve menos 33 por cento de buscas em comparação com as semanas anteriores à tomada de posse de Trump, e do Bahrein, com uma queda de 37 por cento. Apesar das quedas registadas em 94 de 122 países, a Hopper detectou uma notável excepção na Rússia, onde a procura aumentou 88 por cento. A Hopper diz acreditar que estas alterações de tendências não têm a ver com questões sazonais, já que no ano passado foi apenas registada uma queda ligeira de 1,8 por cento durante o mesmo período.

Num outro relatório divulgado no rescaldo do decreto anti-muçulmano, a empresa de análise ForwardKey­s apurou que, na semana imediatame­nte a seguir à adopção do decreto, as reservas de voos dos países afectados pelas medidas para os EUA – Iémen, Iraque, Irão, Líbia, Síria, Somália e Sudão – caíram 80 por cento em comparação com o mesmo período no ano passado. De forma global, houve uma queda de 6,5 por cento nas reservas online de viagens para os EUA (à excepção da China), por causa do que a ForwardKey­s diz ser um decreto que “tira vontade às pessoas de muitas regiões do mundo, e não só do Médio Oriente, em viajarem para os EUA”.

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AFP Políticas de Trump afugentam turistas

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