Equilíbrio e igualdade
O ponto mais alto das comemorações, num mês dedicado às pessoas do género feminino, acontece hoje em todo o Mundo, quando se assinala o Dia Internacional da Mulher. A data continua a ser uma referência importante em tudo o que diga respeito às mulheres, muito em particular e, obviamente, com largo impacto na vida dos homens e da sociedade em geral.
Continua a ser um desafio muito grande, num mundo em que a ciência e tecnologia evoluíram consideravelmente, fazer admitir que as mulheres devem estar ao lado dos homens e não atrás, a nível de direitos e oportunidades. Embora o mês seja dedicado ao género feminino um pouco por todo o Mundo, o 8 de Março lembra fundamentalmente o percurso que as mulheres fizeram ao longo de séculos para obter a emancipação.
Apesar de todos os avanços, o processo não está concluído. Há ainda um longo caminho pela frente quando se trata de paridade de género, mas não se pode minimizar o muito que já foi conseguido desde a primeira década do século XX. Dificilmente teremos tão cedo um equilíbrio e paridade a cem por cento entre homem e mulher, mas, atendendo aos propósitos da data implementada pela ONU, o fundamental é ver reduzida significativamente a minimização e desvalorização do papel da mulher.
Quando a ONU, em 1975, passou a promover a celebração em todo o Mundo do Dia Internacional da Mulher, pretendia no fundo trazer ao debate em todas as sociedades temas como salários baixos, jornada excessiva de trabalho, desvantagens na carreira profissional e violência doméstica, entre outras questões que afectam em larga medida as mulheres.
Em todo o caso, mais de 40 anos depois, atendendo às mudanças por que muitos Estados passaram e à aprovação de legislação mais equilibrada para contrariar um conjunto de factos e números que ainda preocupam, podemos dizer que muita coisa foi feita.
Com as devidas diferenças de Estado para Estado e de região para região, tem sido amplamente visível como os Governos e as organizações internacionais se empenham no sentido da melhoria da condição da mulher. Como provam estudos, além do género feminino, o grande beneficiário destes avanços é a própria sociedade, na medida em que, quando valorizado e devidamente reconhecido, o papel da mulher tem um peso significativo no PIB (Produto Interno Bruto) dos países. O trabalho da mulher, qualificado ou não, representa um ganho inegável para a economia que os países não podem prescindir.
Em Angola, as autoridades promovem várias iniciativas no sentido de elevar o estatuto das mulheres, enquanto maior segmento da população, como agentes indispensáveis do desenvolvimento nacional. Quando olhamos, por exemplo, para as iniciativas do Governo no meio rural que abrangem inúmeras famílias, verificamos que o envolvimento da mulher no processo produtivo é expressivo. O processo de auscultação da mulher rural, promovido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tornou-se um ponto de viragem para todas as questões que digam respeito ao género feminino na comunidade, o qual representa o grosso da população em todo o país.
O Programa Nacional de Desenvolvimento da Mulher Rural tem servido como mola impulsionadora para a inserção económica e produtiva da mulher rural, bem como da facilitação do acesso aos serviços básicos.
Precisamos de continuar a melhorar a condição da mulher de Cabinda ao Cunene, sobretudo no que à formação e inserção económica diz respeito, porque acreditamos que se tratam de dois pilares insubstituíveis para a afirmação das angolanas.
A mulher não só precisa de ver facilitado o seu caminho, de ver abertas as portas para a sua ascensão social, económica e política, mas também de ver criadas condições que permitam o equilíbrio ao nível de género. Este factor, por via do qual homens e mulheres partem em pé de igualdade, não constitui um favor às mulheres, é um benefício para toda a sociedade. Os valores subjacentes à democracia participativa impõem a igualdade de género, a luta pela erradicação da violência doméstica e a defesa dos princípios morais e cívicos, entre outros.
Num dia como este e embora as comemorações se estendam ao longo do mês, não podíamos deixar de enaltecer o facto da presença feminina ser hoje uma realidade em todas as esferas da vida política, militar, económica, profissional e desportiva em todo o Mundo, incluindo Angola. No nosso país, orgulhamo-nos do papel exemplar das mulheres nas Forças Armadas, na Polícia Nacional, no trabalho, na ciência e educação, na saúde, na cultura e no desporto, numa altura em que crescem igualmente os desafios para as famílias.
As mulheres angolanas são batalhadoras e são inúmeros os exemplos do seu empenho no sustento das suas famílias e em actividades produtivas que conbtribuem para o crescimento da economia. As mulheres angolanas têm sido parte da construção do progresso no nosso pais. As mulheres angolanas têm um peso considerável na nossa economia.