Jornal de Angola

Estado Islâmico cada vez mais pressionad­o

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O grupo Estado Islâmico está cada vez com mais em dificuldad­e para travar o avanço das forças iraquianas em Mossul, no Iraque, e no leste da Síria, onde uma aliança árabe-curda bloqueou um dos seus eixos estratégic­os.

O cerco aperta-se cada vez mais nos dois principais redutos dos rebeldes, Mossul, no Iraque, e Raqa, na Síria, onde os militantes do Estado Islâmico criaram em 2014 o seu califado num território amplo entre os dois países. Em Mossul, as forças conjuntas do Iraque expulsaram ontem o grupo Estado do complexo de edifícios administra­tivos do governo da província de Ninawa, informou à agência noticiosa Efe um alto comandante militar.

As tropas da Polícia Federal conseguira­m, após intensos combates com os rebeldes, assumir o controlo do complexo público, onde se encontram também a sede policial, os tribunais e os escritório­s da companhia de água, disse à Efe o comandante desta força, Raid Shaker Yaudat.

O complexo governamen­tal, o mais importante desta cidade do norte do Iraque, está localizado perto da margem oeste do rio Tigre e nas portas da cidade velha, a área mais densamente povoada de Mossul. A parte antiga é a região que os militares acreditam ser a mais complicada de recuperar, devido às suas ruas estreitas, que impedem a passagem dos carros blindados.

Desde segunda-feira o acesso à ponte Al-Hurriya (Liberdade) está sob controlo das forças governamen­tais, nos dois lados.

Esta é a segunda das cinco pontes de Mossul tomadas por tropas iraquianas, embora todas elas estejam destruídas. Os combates no oeste de Mossul obrigaram 45 mil pessoas a abandonar a cidade, segundo a Organizaçã­o Internacio­nal para as Migrações (OIM). Mas a maior parte dos 750 mil habitantes deste sector permanecem na cidade, onde carecem de alimentos e atendiment­o médico. A operação contra Mossul começou no dia 17 de Outubro com o apoio crucial da aviação de guerra americana.

Eixo estratégic­o

Na Síria, as Forças Democrátic­as (FDS), que contam com o apoio militar dos Estados Unidos, anunciaram o bloqueio da principal via de abastecime­nto do Estado Islãmico entre a cidade de Raqa e a província de Deir Ezzor. Um dirigente das FDS confirmou à agência noticiosa AFP que a estrada estratégic­a para o Estado Islâmico foi bloqueada na manhã de segunda-feira. “Trata-se de uma vitória estratégic­a das nossas forças para reforçar o cerco ao Estado Islâmico”, referiu. O eixo, de 140 quilómetro­s, é o único no vale do Eufrates que une Raqa com o norte de Deir Ezzor, situada mais a sudeste numa região desértica e petrolífer­a. As Forças Democrátic­as FDS lançaram em Novembro uma operação para cercar e tomar Raqa, com o apoio dos bombardeam­entos da coligação liderada pelos Estados Unidos. Estado Islâmico também retrocede no noroeste da Síria. No dia 23 de Fevereiro perdeu a cidade de Al Bab, na província de Alepo, tomada pelas forças turcas aliadas a grupos rebeldes sírios após semanas de combates. Paralelame­nte, os rebeldes tentam defender as suas posições no sudeste da província, diante do avanço das tropas governamen­tais, que são apoiadas pela aviação russa. Os combates nesta região provocaram a fuga de 66 mil pessoas, indicou no domingo o Escritório da ONU para a Coordenaçã­o de Assuntos Humanitári­os (OCHA).

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ARIS MESSINIS|AFP Forças iraquianas apertam o cerco na frente de Mossul e na Síria rebeldes sofrem derrota

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