Partes em conflito retomam o diálogo
Cerca de 140.000 pessoas estão na condição de deslocados em Myanmar, antiga Birmânia, desde Setembro, por causa dos conflitos armados que afectam várias zonas do oeste e nordeste do país, informaram ontem as Nações Unidas.
A maioria dos deslocados é membro da minoria muçulmana rohinya, no estado Rakhine, afectados pela operação que as forças de segurança iniciaram depois do assalto armado de 9 de Outubro contra três postos da Polícia fronteiriça.
Segundo o Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, 74.000 destas pessoas encontram-se nos campos de refugiados no Bangladesh, enquanto outras 20.000 são deslocados que continuam em Rakhine.
Outras 36.000 pessoas tiveram de abandonar as suas casas nos estados de Shan e Kachin por causa do recrudescimento dos combates entre o Exército de Myanmar e uma coligação de guerrilhas de minorias étnicas no noroeste do país.
Cerca de 20.000 pessoas atravessaram a fronteira até ao território chinês, fugindo destes combates, informaram na quinta-feira as autoridades de Pequim. Estes números elevam para 260.000 o total de pessoas deslocadas em todo o país por causa de conflitos armados e violência sectária, segundo a mais recente estimativa do OCHA. A organização estima que cerca de 60.000 deslocados internos se encontram em áreas inacessíveis à ajuda humanitária, incluindo os do estado Rakhine, apesar de as autoridades terem anunciado a 15 de Fevereiro o fim da operação de segurança. Vários refugiados regressaram às suas casas e as autoridades permitiram o restabelecimento progressivo das actividades humanitárias.