CARTAS DO LEITOR
Basquetebol em alta
Depois da eleição de Hélder Cruz “Maneda” para o cargo de presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), aquela instituição tende a conhecer uma dinâmica de trabalho e metas. Encerrou-se um ciclo com Paulo Madeira, que teve momentos altos e baixos. Começa agora outro com Hélder Cruz “Maneda” cujo programa agradou à massa votante em nome do basquetebol angolano. Uma das boas coisas que muito me agradou tem a ver com a criação de uma espécie de conselho técnico ou de sapiência que vai envolver ex-praticantes e antigos treinadores. Pelo que eu percebi, tal estrutura vai congregar todos aqueles que um dia serviram o basquetebol e que podem ainda continuar a servir a modalidade. Para terminar, gostaria de exprimir palavras de encorajamento à nova direcção da FAB, que tomou posse há poucas semanas, augurando que a mesma seja bem sucedida. Espero que voltemos ao período áureo do nosso basquetebol, concretamente os chamados dez anos de ouro, entre 1989 e 1999, quando Angola cimentou a sua liderança incontestável em África.
Angolanos na diáspora
Sou angolano na diáspora e vivo contando os meus dias para regressar à minha querida terra para ver a minha gente. O que me leva a escrever tem a ver com o facto das comunidades angolanas no estrangeiro ficarem, segundo a minha percepção, distanciadas afectivamente do país. Antigamente, havia no Ministério das Relações Exteriores um departamento ligado às comunidades e que, de certo modo, servia como ponte. Hoje, não sei como é que essa articulação se processa, mas sinto a partir daqui, na Europa, a falta de uma entidade do país que sirva de elo de ligação. Por outro lado, julgo que as instituições do país nunca deviam distanciar-se de todos os lugares do Mundo onde haja famílias angolanas. Pelo contrário, o acompanhamento e registo dessas comunidades, bem como a interacção com elas, deve fazer parte da política do Governo para que os angolanos e descendentes sintam estendida para eles as mãos do Estado. Sei que alguma coisa se faz com as comunidades nos países vizinhos, sobretudo diligências a vários níveis junto dos angolanas lá residentes, mas era bom que todos tivessem as mesmas oportunidades.
Lar de idosos
A terceira idade é uma fase nobre porque, como sabemos, nem todos têm a sorte de chegar a essa etapa da vida e experimentar outros desafios. Cuidar dos netos, passar mais tempo com a companheira, quando existe, e poder dedicar-se a outras actividades, ocupam os tempos livres dos idosos. Há dias, acompanhei um debate sobre os cuidados que a sociedade tem ou não sobre os velhos, sobretudo aqueles que se encontram em lares de terceira idade. Estas instituições, fruto da conjuntura por que passa o país, enfrentam numerosos desafios para se manterem em funcionamento e com alguma dignidade. Julgo que as instituições do Estado procuram fazer o seu melhor para que os nossos mais velhos continuem a merecer a atenção que lhes é devida nesta fase das suas vidas. Embora defenda que o melhor lugar para o idoso seja em casa, na companhia dos familiares, não descarto a possibilidade de as instituições do Estado desempenharem o papel que lhes cabe. Na eventualidade da ausência ou indisponibilidade dos familiares acolherem os seus idosos, não há dúvida que os lares de terceira idade passam a ser locais privilegiados para os acolher.