Assinado acordo com Espanha
Governante visitou as instalações da Airbus em Madrid e termina hoje visita de três dias
Angola e Espanha assinaram ontem, em Madrid, um novo acordo de cooperação no domínio da Defesa, numa demonstração da excelência do estado das relações bilaterais estabelecidas ainda nos primórdios da Independência Nacional. O acordo foi rubricado no final de um encontro entre o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, e a sua homóloga espanhola, María Dolores de Cospeda. Na segunda-feira, João Lourenço foi recebido pelo presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, no Palácio de Moncloa, numa audiência assistida pelos embaixadores de Angola, Victor Lima, e de Espanha, Júlia Alicia Olmo y Romero. João Lourenço efectuou, ainda ontem, uma visita às instalações da Airbus, gigante da indústria aeronáutica, em Madrid, onde teve conversações com o seu presidente, Fernando Alonso. Nos últimos anos, a cooperação entre os dois países tem conhecido avanços significativos, com destaque para as áreas das finanças, segurança e ordem interna. Angola e Espanha preparam, igualmente, a assinatura de um novo acordo de cooperação, em matérias de segurança e ordem interna.
Angola e Espanha assinaram ontem, em Madrid, um novo acordo de cooperação no domínio da Defesa, numa demonstração da excelência do estado das relações bilaterais estabelecidas ainda nos primórdios da Independência Nacional.
O acordo foi rubricado no final de um encontro entre o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, e a sua homóloga espanhola, María Dolores de Cospeda. Na segundafeira, João Lourenço foi recebido pelo presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, no Palácio de Moncloa, numa audiência assistida pelos embaixadores de Angola, Victor Lima, e de Espanha, Júlia Alicia Olmo y Romero.
João Lourenço efectuou, ainda ontem, uma visita às instalações da Airbus, gigante da indústria aeronáutica, em Madrid, onde teve conversações com o seu presidente, Fernando Alonso.
Nos últimos anos, a cooperação entre os dois países tem conhecido avanços significativos, com a implementação de projectos diversificados em distintos sectores da vida nacional, com destaque para as áreas das finanças, segurança e ordem interna. Angola e Espanha preparam, igualmente, a assinatura de um novo acordo de cooperação, em matérias de segurança e ordem interna, para conferir maior dinamismo às relações já existentes entre os Ministérios do Interior dos dois países.
O documento vem actualizar o anterior acordo de cooperação celebrado em Madrid, em Junho de 1997. Em 2014, os ministros do Interior de Angola e de Espanha, Ângelo Veiga Tavares e Jorge Fernández, assinaram em Madrid um plano de execução para cooperação em matéria de segurança interna.
O plano abrange as áreas de formação e assessoria técnica em matéria policial, migratória, penitenciária, protecção civil, protecção de fronteiras e combate à imigração ilegal. A Espanha está a transmitir às autoridades angolanas a sua experiência em treino e fornecimento de equipamento de vigilância fronteiriça.
No domínio da protecção civil, os dois países trabalham em conjunto sobre as respostas às calamidades naturais, tecnológicas e capacidade de reacção, face às emergências, resgate e salvamento.
Angola e Espanha decidiram igualmente incrementar a assessoria técnica para a construção de estabelecimentos penitenciários, políticas de reabilitação e assistência social.Recentemente, o ministro das Finanças esteve igualmente em Madrid onde pediu aos representantes de mais de 70 empresas espanholas ajuda no processo em curso de mudança de modelo económico e produtivo até agora baseado na dependência ao petróleo.
“Actualmente, estamos em plena adaptação para um novo paradigma económico”, disse Archer Mangueira, para acrescentar que o país está em “plena adaptação para um novo paradigma económico”, que ainda “depende da exportação de petróleo” e que, mesmo que o preço tenha “recuperado nos últimos meses”, não haverá um regresso “à situação anterior”.
Archer Mangueira explicou que o seu Governo “conta com as empresas espanholas para fazer que Angola volte a ser um país multi exportador”. Angola manifestou a necessidade de “alterar o actual modelo económico e produtivo para acabar com a sua dependência do petróleo”, e para isso necessita de “investimento estrangeiro nos sectores que considera serem estratégicos”, como são as infra-estruturas, energias renováveis, saúde, novas tecnologias ou agro-alimentar.
Mais de 60 empresas espanholas estão instaladas em Angola. Um dos destaques da presença espanhola em Angola e destacada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, é a participação no Plano Nacional de Geologia (Planageo), lançado em Maio de 2014, através da firma Impulso, que integra um consórcio com o Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal. Ambos são responsáveis por 37,5 por cento do projecto que vai permitir conhecer os recursos naturais do país, caracterizando as potencialidades minerais, para depois captar investidores estrangeiros, a médio e longo prazo.
Os trabalhos do Planageo, um dos maiores do género a nível mundial, consistem no mapeamento dos potenciais recursos mineiros e envolvem levantamentos aéreos e recolha e análise de amostras. O plano é o principal instrumento da estratégia do Governo para o sector mineiro.
A deslocação do ministro Archer Mangueira a Espanha ocorreu dias após a Cofides ter anunciado a disponibilização de 75 milhões de euros (cerca de 14 mil milhões de kwanzas) ao Instituto de Fomento Empresarial (IFE), para ajudar empresas de Angola e Espanha a constituírem negócios. O valor disponibilizado pela Cofides, de acordo com a presidente do Conselho de Administração do IFE, Dalva Ringote Allen, é destinado a sectores como a agricultura, transportes e logística, exploração mineira, indústrias de material de construção, têxtil e de calçado, petroquímica e de processamento de alimentos.
A embaixadora Júlia Alicia Olmo y Romero realçou, recentemente, que os dois países mantêm uma larga e frutífera amizade, iniciada em 1977. A diplomata lembrou a presença em Angola, no início dos anos 80, de representantes da Guarda Civil espanhola, um dos corpos de segurança mais prestigiados da Europa, para a formação da Polícia de Intervenção Rápida.
Comissão mista
Posteriormente, os dois países decidiram criar a comissão mista bilateral, que permitiu maior aproximação entre os órgãos de defesa e segurança, com acções de formação e visitas periódicas de funcionários de ambos os países.
“Cumprimos este ano 40 anos de relações plenas e contínuas. Relações fraternais que esperamos celebrar em conjunto ao longo deste ano”, expressou.
Segundo a diplomata, “nem mesmo nos momentos mais difíceis do conflito ou no começo dos anos noventa, quando alguns países decidiram congelar as suas relações fechando as suas embaixadas, a Espanha sempre se manteve presente ao lado de Angola”.