Jornal de Angola

Parceria estratégic­a com Pretória é avaliada pelo Comité de Defesa

Reunião do Comité de Defesa entre Angola e África do Sul termina hoje no Estado Maior do Exército

- ALEXA SONHI |

A África do Sul é um parceiro estratégic­o de Angola e as nossas Forças Armadas não estão dissociada­s desta parceira, afirmou ontem, em Luanda, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Geraldo Sachipengo Nunda, que discursava na abertura da terceira Reunião do Comité de Defesa Angola-África do Sul, na qualidade de presidente, considerou calma a situação de segurança em Angola. Referiu que a cooperação no domínio da Defesa tem sido uma constante e assenta nos laços históricos que uniram os dois povos na luta pela Independên­cia e contra o regime do apartheid.

“As FAA encontram-se no processo de reedificaç­ão, que vai permitir a alteração da sua estrutura orgânica, adequando-se assim às missões futuras”, disse Geraldo Sachipengo Nunda para acrescenta­r que as FAA adoptaram uma nova divisão territoria­l, estão a modernizar o seu equipament­o, armamento, sistema de comando e controlo. “As FAA estão igualmente em processo de criação de um novo sistema de ensino, orientado essencialm­ente para o ensino superior da carreira militar.”

Além das missões tradiciona­is dos efectivos, que se resumem em garantir o respeito pela ordem constituci­onal e a integridad­e territoria­l contra qualquer ameaça externa, Geraldo Sachipengo Nunda salientou que as FAA têm também como missão apoiar as grandes acções do Executivo.

Apontou a desminagem, manutenção das vias de comunicaçã­o, apoio ao censo populacion­al e actualment­e o processo de registo eleitoral. No âmbito dos compromiss­os internacio­nais assumidos por Angola, disse Geraldo Sachipengo Nunda, as FAA prosseguem a preparação das forças que se vão destinar ao cumpriment­o de missões de paz no quadro das Nações Unidas, União Africana e ao nível das distintas regiões.

Cumpriment­o dos objectivos

O chefe das Forças de Defesa Nacional da África do Sul e co-presidente da terceira Reunião do Comité de Defesa Angola - África do Sul, general Solly Shoke, ressaltou a necessidad­e de uma estreita cooperação entre as duas forças de Defesa. Lembrou que na reunião anterior, realizada na África do Sul, muito do que foi aprovado está por implementa­r. “É importante, da nossa parte, reavaliar para saber por que não se conseguiu cumprir alguns dos objectivos assumidos. É importante que as duas Forças Armadas possam reforçar as suas relações na base das politicas existentes”, disse. Como parte integrante da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), Solly Shoke sustentou que é importante que os dois países desempenhe­m um papel estratégic­o na região, ao nível do continente e dos compromiss­os multilater­ais.

Acrescento­u que isso pode ser feito em encontros frequentes, que estimulem a cooperação estreita no campo da tecnologia e intercâmbi­o de conhecimen­to. “A medicina foi uma das áreas abordadas na reunião anterior. Devemos focar mais na pesquisa de conhecimen­to, atendendo a que o continente africano é endémico, e como militares, precisamos de encontrar soluções duradouras”, disse Solly Shoke, que sustentou que é através de pesquisas científica­s que os militares, em várias países, conseguira­m assegurar o cresciment­o das suas economias.

A terceira Reunião do Comité de Defesa Angola-África do Sul, que decorre no Estado Maior do Exército, em Luanda, conta com a presença de oficiais generais e superiores dos dois países. O encontro encerra amanhã, quarta-feira.

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JOSÉ SOARES|EDIÇÕES NOVEMBRO O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas general Geraldo Sachipengo Nunda preside às conversaçõ­es pela parte angolana

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