Parceria estratégica com Pretória é avaliada pelo Comité de Defesa
Reunião do Comité de Defesa entre Angola e África do Sul termina hoje no Estado Maior do Exército
A África do Sul é um parceiro estratégico de Angola e as nossas Forças Armadas não estão dissociadas desta parceira, afirmou ontem, em Luanda, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA).
Geraldo Sachipengo Nunda, que discursava na abertura da terceira Reunião do Comité de Defesa Angola-África do Sul, na qualidade de presidente, considerou calma a situação de segurança em Angola. Referiu que a cooperação no domínio da Defesa tem sido uma constante e assenta nos laços históricos que uniram os dois povos na luta pela Independência e contra o regime do apartheid.
“As FAA encontram-se no processo de reedificação, que vai permitir a alteração da sua estrutura orgânica, adequando-se assim às missões futuras”, disse Geraldo Sachipengo Nunda para acrescentar que as FAA adoptaram uma nova divisão territorial, estão a modernizar o seu equipamento, armamento, sistema de comando e controlo. “As FAA estão igualmente em processo de criação de um novo sistema de ensino, orientado essencialmente para o ensino superior da carreira militar.”
Além das missões tradicionais dos efectivos, que se resumem em garantir o respeito pela ordem constitucional e a integridade territorial contra qualquer ameaça externa, Geraldo Sachipengo Nunda salientou que as FAA têm também como missão apoiar as grandes acções do Executivo.
Apontou a desminagem, manutenção das vias de comunicação, apoio ao censo populacional e actualmente o processo de registo eleitoral. No âmbito dos compromissos internacionais assumidos por Angola, disse Geraldo Sachipengo Nunda, as FAA prosseguem a preparação das forças que se vão destinar ao cumprimento de missões de paz no quadro das Nações Unidas, União Africana e ao nível das distintas regiões.
Cumprimento dos objectivos
O chefe das Forças de Defesa Nacional da África do Sul e co-presidente da terceira Reunião do Comité de Defesa Angola - África do Sul, general Solly Shoke, ressaltou a necessidade de uma estreita cooperação entre as duas forças de Defesa. Lembrou que na reunião anterior, realizada na África do Sul, muito do que foi aprovado está por implementar. “É importante, da nossa parte, reavaliar para saber por que não se conseguiu cumprir alguns dos objectivos assumidos. É importante que as duas Forças Armadas possam reforçar as suas relações na base das politicas existentes”, disse. Como parte integrante da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Solly Shoke sustentou que é importante que os dois países desempenhem um papel estratégico na região, ao nível do continente e dos compromissos multilaterais.
Acrescentou que isso pode ser feito em encontros frequentes, que estimulem a cooperação estreita no campo da tecnologia e intercâmbio de conhecimento. “A medicina foi uma das áreas abordadas na reunião anterior. Devemos focar mais na pesquisa de conhecimento, atendendo a que o continente africano é endémico, e como militares, precisamos de encontrar soluções duradouras”, disse Solly Shoke, que sustentou que é através de pesquisas científicas que os militares, em várias países, conseguiram assegurar o crescimento das suas economias.
A terceira Reunião do Comité de Defesa Angola-África do Sul, que decorre no Estado Maior do Exército, em Luanda, conta com a presença de oficiais generais e superiores dos dois países. O encontro encerra amanhã, quarta-feira.