Celebração da luta
Desde há uma semana que foram abertas as jornadas alusivas ao 15 de Março de 1961, data da expansão da luta armada de libertação nacional, cujo ponto mais alto sucede hoje com celebrações e reflexões em todo o país. Num dia como hoje, valorosos nacionalistas angolanos abalaram as estruturas do poder colonial com uma acção revolucionária que, ao lado de outras acções heróicas, marcou definitivamente o curso dos acontecimentos que culminaram com a proclamação da Independência Nacional.
Toda a sociedade, sobretudo as gerações mais novas, é beneficiária das conquistas daquela importante data de celebração.
Há 56 anos, valorosos patriotas inspirados pelos acontecimentos locais, continentais e mundiais, insurgiram-se contra o domínio colonial português, uma instituição retrógrada e atentatória da dignidade humana. O sofrimento das populações angolanas, que viram as suas vidas regredir profundamente com práticas desumanas, tais como o trabalho forçado, a condição de indígena plasmada na famigerada lei, entre outros procedimentos desprezíveis, acelerou o aumento da consciência nacionalista. Apenas a mentalidade colonial não se alterava, numa altura em que os ventos de mudança em todo o mundo a favor de valores como a autodeterminação e do direito dos povos disporem de si mesmos constituíam já a bandeira em todo o mundo. Não era mais possível perpetuar o colonialismo e todas as tentativas no sentido de o “ornamentar” com medidas cosméticas que davam ao mundo a impressão de uma sã convivência entre colonizadores e colonizados estavam condenadas a fracassar. As populações angolanas e os movimentos nacionalistas há muito perceberam que a ruptura com as autoridades coloniais portuguesas seria a única saída para a independência a todos os níveis.
As independências africanas, que tiveram o ano de 1960 como a fase de arranque, serviram igualmente de ingrediente indispensável para que a consciência nacionalista crescesse e fosse acelerada. Países vizinhos como a República do Congo, a República Democrática do Congo e da Zâmbia, serviram como retaguardas seguras não apenas para as famílias que fugiam da repressão colonial, mas também para os nacionalistas. Tais países, aos quais as populações angolanas estão gratas pelo papel desempenhado, e com os quais a República de Angola mantém excelentes relações diplomáticas e económicas, serviram de rampa de lançamento de movimentos nacionalistas como a UPA-FNLA e MPLA. Apesar das dificuldades inerentes à conjuntura e ao processo de luta de guerrilha anti-colonial, os territórios dos países vizinhos foram cruciais como ponto de partida, recuo, reorganização e ataque contra o poder colonial. E de uma maneira geral, os países africanos que já se tinham emancipado, em 1961, também incentivaram muito o início da luta de libertação nacional, sobretudo a julgar pelo envolvimento e contributo da então Organização de Unidade Africana (OUA), hoje União Africana.
Em todo o mundo, o sistema colonial deixou de ser uma instituição digna de apoio ou de justificação, realidade que legitimava o recurso a todos os meios de luta por parte dos povos oprimidos. Esse desenvolvimento tornou possível aos povos colonizados sonhar e tornar efectiva a independência. Num dia como hoje, urge reflectir e transformar os ganhos resultantes da expansão da luta armada de libertação nacional em ingredientes para acelerar o desenvolvimento de Angola. Como disse o secretário de Estado dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Clemente Conjuca, o dia 15 de Março deve “servir como ponto de referência para a exaltação dos factos e feitos do processo de luta de libertação nacional, que constitui fonte inesgotável de inspiração e educação patriótica e formação dos valores cívicos e morais da sociedade”.
Como sociedade, devemos todos respeitar, honrar e criar as condições para dignificar aqueles que há mais de 50 anos se ergueram contra o sistema colonial português para legar às gerações vindouras liberdade e dignidade. Por isso, insistimos que as gerações mais novas deviam ser elas também convidadas a este importante momento de reflexão para melhor preservarem as conquistas e ganhos. O sucesso da acção nacionalista deve inspirar os nossos jovens a encarar os presentes desafios que enfrentam, ao nível do ensino, da formação técnico -profissional, da procura do primeiro emprego e da afirmação em todas as outras esferas, com a mesma determinação. O passado deve ser devidamente explicado a todos para que saibamos melhor interpretar os caminhos que devem levar Angola às próximas conquistas.
Da parte das instituições do Estado, nomeadamente do Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, deve continuar o empenho para que material e institucionalmente continue a existir o apoio dado àqueles que não mediram esforços para lutar contra o domínio colonial. Hoje, celebremos todos o percurso que levou à liberdade, honrando homens e mulheres que deram o melhor de si, perdendo a vida em muitos casos, para que Angola fosse livre e emancipada.
Formação profissional
A formação profissional tem permitido que muitos jovens consigam emprego em várias empresas. São já muitos os jovens que, depois de terem terminado cursos de formação profissional em diferentes áreas, estão a trabalhar em várias empresas no nosso país, com bom desempenho. Sou também de opinião que se devem potenciar as escolas de formação profissional espalhadas