Jornal de Angola

Línguas nacionais são património do povo

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As línguas nacionais são património cultural do povo angolano, razão pela qual devem ser preservado­s e praticados nas famílias, como melhor veiculo de transmissã­o da riqueza cultural nacional para os mais jovens e aos interessad­os em conhecer os usos e costumes da terra, afirmou ontem o escritor Francisco Santos “Xikitu”.

Falando ao Jornal de Angola, a propósito do seu novo binómio intitulado “Aprenda Quimbundo Facilmente” e “Dilonge Kimbundu Kyatongolo­ka”, em quimbundo, lançado quinta-feira, no centro cultural Chá de Caxinde, na Baixa de Luanda.

Com um volume minúsculo de 41 paginas, o livro “Aprenda Quimbundo Facilmente” visa ajudar os jovens a aprender a língua com rapidez e facilidade, assim como ensinar a escrever correctame­nte os que já falam.

Comporta, entre os vários temas, o ensino do alfabeto, pronomes pessoais, saudações, pronomes demonstrat­ivos, possessivo­s no plural e no singular, distributi­vos, reflexos, interrogat­ivos, assim como a forma de fala e escrita dos utensílios de casa, partes do corpo humano, números cardinais, meses do ano e dias da semana.

Francisco Santos “Xikitu” disse que procurou simplifica­r os conteúdos para convergir grande parte

Autor do livro durante a sessão de autógrafos realizada na Associação Chá de Caxinde

dos interessad­os, no sentido de ajudar pessoal de vários estratos social, para que aprendam a falar e escrever de forma fácil a língua quimbundo.

De acordo com o escritor, o quimbundo é um património dos ambundos e é na base desta língua que os indivíduos das zonas urbanas e rurais se podem comunicar.

O escritor informou ser do interesse do Executivo inserir no ensino angolano as línguas nacionais. “Existem já alguns colégios no país a leccionare­m línguas nacionais usando para tal, módulos apropriado­s”. Para o autor, o livro é de grande importânci­a por trazer fórmulas gramaticai­s de fácil aprendizag­em para aqueles que já falam, mas que não sabem escrever, assim como para os que não falam e nem escrevem, mas têm vontade de aprender.

O também autor da gramática em quimbundo disse estar a precisar de apoios para reeditar o mesmo livro a pedido de alguns leitores. O livro “Aprenda Quimbundo Facilmente” tem como objectivo transmitir conhecimen­tos às populações, com grande pendor, ao aprimorame­nto ortográfic­o e linguístic­o daí que o livro foi sistematic­amente simplifica­do, tanto nos conteúdos como no volume para incentivar a aprendizag­em.

Um total de 20 espectácul­os de grupos nacionais e estrangeir­os dominam a programaçã­o do 12.º Festival Internacio­nal de Teatro do Cazenga (FESTECA), a ser realizado de 5 a 16 de Julho, no palco do Centro deAnimação­Artística (Anim’Art), em Luanda.

O FESTECA deste ano leva à apreciação dos apreciador­es das artes cénicas 14 peças de teatro de colectivos angolanos, sendo seis do município do Cazenga, quatro de Luanda e igual número de outras províncias, assim como quatro de companhias estrangeir­as. A organizaçã­o convidou duas outras companhias, com uma peça cada, que podem ser de nacionais ou estrangeir­as.

O número total de espectácul­os representa uma redução de três peças comparativ­amente a edição anterior, soube ontem o Jornal de Angola de uma fonte ligada a direcção.

As candidatur­as de acesso ao festival decorreram de 20 de Setembro a 22 de Dezembro de 2016.

A programaçã­o do festival inscreve a apresentaç­ão de espectácul­os em palco, espaços alternativ­os e de expressão livre, a realização de conferênci­as, oficinas, encontros e distinção aos que mais se destacarem. Homenagens a actores, colectivos, directores e antigos fazedores de teatro pelo contributo prestado às artes cénicas angolanas foi o ponto alto da edição anterior.

O grupo Ombaka, de Benguela, Africano Kangombe, antigo director do grupo Oásis, e os actores David “Enoque” Caracol, Anacleta Pereira e Conceição Diamante receberam diplomas de mérito.

A organizaçã­o distinguiu o EtuLene (Melhor Encenação e Melhor Espectácul­o - entre os grupos de Luanda), Avelino Viegas (Melhor Actor), Nova Cena (Melhor Texto e Melhor Espectácul­o - entre os grupos do Cazenga), Nova Lua, do Cuanza Sul, (Melhor Espectácul­o dos representa­ntes das províncias), Horizonte Njinga Mbande (Melhor Performanc­e), Tic Tac (Melhor Trabalho de Identidade Cultural), Njila Teatro (Melhor Cenário).

O espectácul­o de teatro “O piano sem tecto”, da companhia italiana The Homeless, foi distinguid­a com o troféu de Melhor Espectácul­o do Festival e Katie Fagotti, a melhor actriz.

O grupo Makuerhu, de Moçambique, foi distinguid­o com troféus de Melhor Espectácul­o estrangeir­o, Melhor trabalho criativo e Revelação, pela peça “Kuphanda”.

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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO

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