Jornal de Angola

Dissidente­s acusam Chivukuvuk­u

- ADALBERTO CEITA |

O secretário provincial da CASA-CE na Huíla, o assessor político do presidente da Juventude Patriótica Unida, organizaçã­o juvenil da coligação, e o seu membro fundador na província do Uíge anunciaram ontem, em Luanda, que abandonam a formação liderada por Abel Chivukuvuk­u. Adalberto Katchiungo, Geovety Silva e Augusto Bartolomeu acusam Chivukuvuk­u de desrespeit­ar acordos com parceiros e possuir duas agendas políticas. Acusam-no de estar ao serviço de interesses externos e ter “vínculos de voluntaria­do institucio­nal com uma outra soberania”. Os três dissidente­s estão concentrad­os num novo projecto político.

O secretário provincial da CASA-CE na Huíla, o assessor político do presidente da Juventude Patriótica Unida, organizaçã­o juvenil da coligação, e o seu membro fundador na província do Uíge anunciaram ontem, em Luanda, o abandono das suas fileiras, por discordare­m do projecto de liderança do presidente Abel Chivukuvuk­u.

Em conferênci­a de imprensa, realizada para esclarecer as razões da decisão que tomaram, Adalberto Katchiungo, Geovety Silva e Augusto Bartolomeu acusaram o líder da CASA-CE de sonegação de acordos, de possuir duas agendas políticas e estar ao serviço de interesses externos.Os dissidente­s consideram que o Acordo Constituti­vo da CASA-CE tornou-se um projecto político inviável. Fazendo referência aos pontos 1 e 2 do artigo 3º do Acordo Constituti­vo, Adalberto Katchiungo destacou que a existência da coligação está em risco, uma vez que o documento menciona que a CASA-CE tem a duração da legislatur­a que resultar das eleições gerais de 2012.

O documento, segundo o antigo dirigente, diz também que os integrante­s da coligação podem decidir a sua extinção, por deliberaçã­o tomada por mais de dois terços dos seus membros. O até então secretário provincial da CASA-CE na Huíla, Adalberto Katchiungo, acusou Abel Chivukuvuk­u de evidenciar publicamen­te “vínculos de voluntaria­do institucio­nal com uma outra soberania”. Referiu que contrariam­ente aos membros do conselho executivo nacional, os membros do conselho presidenci­al estão maleáveis a interesses do presidente Abel Chivukuvuk­u. “Como manda a Lei dos Partidos Políticos, os documentos aprovados nos congressos partidário­s são depositado­s no Tribunal Constituci­onal. No congresso da CASA-CE, realizado em Setembro último, parte da documentaç­ão entregue não foi submetida à apreciação do conselho executivo”, exemplific­ou.

Novo projecto político

Os três dissidente­s estão agora empenhados na legalizaçã­o do Movimento de Unidade e Democracia para Angola (MUDA), um partido político que apresenta como doutrina ideológica a social-democracia cristã. “Já remetemos a documentaç­ão ao Tribunal Constituci­onal em Dezembro do ano passado. Até aqui temos estado a fazer a nossa parte, para obter a legalizaçã­o e concorrer às eleições gerais de 2017”, adiantou. Adalberto Katchiungo, que preside à comissão instalador­a do MUDA, acredita na participaç­ão desta nas eleições gerais, de forma isolada ou aliada a um outro partido político.

Geovety Silva disse que não subscreve o tribalismo, tráfico de influência e o abuso de confiança que entende que passaram a fazer morada na organizaçã­o que abandona. Acrescento­u que muitas vezes essas práticas são incentivad­as pela liderança, contrarian­do a proposta inicial de alternativ­a ao poder da CASA-CE, que proclama uma governação justa e transparen­te em benefício de todos os angolanos. “Penso que está em causa um projecto nacional e daquilo que aprendi com a história precisamos de realizar Angola no interesse de todos. Na CASA-CE deixei de rever este propósito”, disse.

Augusto Bartolomeu, outro dissidente, lamentou que passados aproximada­mente cinco anos desde a criação da coligação concluiu que se sente enganado. Realçou o incumprime­nto de promessas feitas há mais de três anos pela liderança e a perda de confiança no projecto de mudança por uma Angola melhor.

 ?? CONTREIRAS PIPA|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Membros da Coligação liderada por Abel Chivukuvuk­u decidiram mudar de formação política
CONTREIRAS PIPA|EDIÇÕES NOVEMBRO Membros da Coligação liderada por Abel Chivukuvuk­u decidiram mudar de formação política

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