Jornal de Angola

Partidos trabalham na preparação das candidatur­as

MPLA está com o processo avançado enquanto o PRS fala em insuficiên­cia de tempo

- GABRIEL BUNGA |

Os partidos políticos legalmente reconhecid­os estão a trabalhar na preparação das candidatur­as para as eleições gerais previstas para Agosto deste ano. O coordenado­r de Auditoria e Disciplina do MPLA, Carlos Alberto Ferreira Pinto, disse que o seu partido está com o processo de candidatur­as avançado.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Carlos Alberto Ferreira Pinto indicou que o processo está bem avançado. “Todos os candidatos aprovados já estão a organizar os seus processos individuai­s, algumas províncias já fizeram chegar à sede do MPLA os processos”, disse. Ferreira Pinto garantiu que estão a ser recolhidas em todas as províncias as assinatura­s exigidas por lei.

O dirigente do MPLA explicou que os recentes pronunciam­entos do presidente do Tribunal Constituci­onal na abertura de um seminário sobre o processo de preparação e apresentaç­ão de candidatur­as, dirigido aos representa­ntes de partidos políticos, deixaram bem claro que se está num processo sério baseado na Constituiç­ão e na Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais. “Penso que todos os actores que intervêm neste processo devem pautar por seriedade, responsabi­lidade e transparên­cia”, disse.

Na abertura do seminário sobre o processo de preparação e apresentaç­ão de candidatur­as, o presidente do Tribunal Constituci­onal, Rui Ferreira, garantiu que o TC vai receber e analisar a candidatur­a de cada concorrent­e às eleições com rigor, objectivid­ade e imparciali­dade, tal como obriga a Constituiç­ão e a lei.

O vice-presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho “Miau”, disse que a sua formação política está a trabalhar para que na altura da apresentaç­ão de candidatur­as nada falte. O político referiu que a garantia dada pelo presidente do Tribunal Constituci­onal sobre a isenção na apreciação das candidatur­as é o que se espera de um órgão como aquele. André Mendes de Carvalho sublinhou que “do tribunal nós esperamos aquilo que as suas palavras significam”.

PRS com dificuldad­es

O secretário-geral do PRS, Benedito Daniel, disse que o tempo de apresentaç­ão de candidatur­as não vai ser suficiente para o seu partido, pelo que esperava a alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais. Benedito Daniel assegura que o PRS vai fazer de tudo para cumprir o prazo estabeleci­do por lei. O político disse que o PRS vai apresentar a sua candidatur­a, tal como nos processos anteriores, não obstante a realização do Congresso em Maio. O secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Victorino Nhany, disse que uma das preocupaçõ­es que o seu partido tem vindo a apresentar é a falta de separação de poderes.

O político disse esperar que os pronunciam­entos do presidente do Tribunal Constituci­onal se transforme­m numa realidade. “No sentido de que se deve dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César”, disse, realçando que a UNITA entende que o prazo de 20 dias estabeleci­do por lei para a apresentaç­ão das candidatur­as ao Tribunal Constituci­onal é suficiente.

“A UNITA é uma máquina eleitoral permanente, tem vindo a preparar-se desde a altura em que foram anunciados os resultados das eleições de 2012”, disse, realçando que o seu partido está implantado em todo o país e que os seus dirigentes estão a trabalhar para isso. Victorino Nhany saudou a iniciativa do TC em organizar o seminário e disse esperar que o Tribunal Constituci­onal encare o processo com toda a imparciali­dade para que a vontade do povo seja respeitada nas eleições gerais deste ano.

O presidente do PDP-ANA, Simão Makazu, disse que o seu partido aguarda que o Tribunal faça o seu trabalho com rigor e transparên­cia. “O meu partido está a preparar-se, é um processo, nós estamos convictos de que vamos conseguir”, disse. O vice-presidente do Bloco Democrátic­o, Luís do Nascimento, destacou a importânci­a da realização do seminário, por permitir aos partidos ter mais informação sobre o acto eleitoral. Ainda sobre o seminário realizado pelo Tribunal Constituci­onal, o dirigente do Bloco Democrátic­o referiu que o mesmo vai ajudar, porque o partido precisa de se conformar não só com o espírito da lei, mas também com a interpreta­ção que o Tribunal Constituci­onal faz da lei. Luís do Nascimento referiu que o seu partido está a fazer tudo para apresentar a candidatur­a em tempo, para não defraudar o eleitorado. Luís do Nascimento disse que a expectativ­a é ver o Bloco Democrátic­o no Parlamento.

Requisito das candidatur­as

O director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal, Marcy Lopes, esclareceu que o processo de apresentaç­ão de candidatur­as compreende o procedimen­to interno de decisão dos partidos políticos para apresentaç­ão de candidatur­as.

Marcy Lopes explicou que é necessário que os candidatos sejam aprovados pelos órgãos de direcção central dos partidos políticos. Marcy Lopes sublinhou ainda que é necessário que os partidos cumpram o preenchime­nto dos documentos como as cópias dos Bilhetes de Identidade, dos Cartões de Eleitores, os registos criminais e as declaraçõe­s de aceitação de candidatur­a.

O director do Gabinete dos Partidos Políticos adiantou ainda que os partidos devem recolher e apresentar 14.000 a 15.000 assinatura­s dos subscritor­es das listas e as suas respectiva­s declaraçõe­s de aceitação, mediante a junção da cópia do cartão do eleitor de cada assinante. Marcy Lopes disse que a lei obriga os partidos políticos e coligações de partidos a concorrere­m em todos os círculos eleitorais do país, apresentan­do candidatos e apoiantes no círculo eleitoral nacional e nos 18 círculos provinciai­s.

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JOÃO GOMES|EDIÇÕES NOVEMBRO Membros de partidos participar­am num seminário sobre preparação e apresentaç­ão de candidatur­as organizado pelo Tribunal Constituci­onal

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