Micróbios resistentes são uma ameaça global
Os micróbios resistentes a medicamentos representam uma ameaça que pode impedir que o Mundo alcance os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, alertou na quinta-feira a vice-secretária-geral da Organização das Nações Unidas.
Na sede da organização em Nova Iorque, Amina Mohammed anunciou a formação de um grupo de coordenação entre agências especializadas da ONU sobre a questão da resistência anti-microbiana que vai co-presidir com a directora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.
Falando a jornalistas, a vice-secretária-geral ressaltou a ameaça causada à realização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente em países em desenvolvimento.
Amina Mohammed acentuou que a “resistência anti-microbiana vai ter efeitos profundos na habilidade de garantir água limpa, a produção sustentável de alimentos e na eliminação da pobreza”.
Por sua vez, a directora-geral da OMS, Magaret Chan, afirmou que a questão já está a prolongar doenças em todo o Mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o uso “inapropriado” de anti-microbianos é a primeira causa de resistência: nos países pobres, porque às vezes as doses administradas são muito fracas e, ao contrário, nos ricos, porque podem ser excessivas.
Para Margaret Chan, a declaração política da Assembleia-Geral da ONU feita em Setembro do ano passado sobre a coordenação da luta contra a resistência anti-microbiana é um compromisso vital para ajudar a combater globalmente o problema.
Margaret Chan afirmou que o grupo nomeado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, começa o trabalho imediatamente. A iniciativa vai apoiar governos em todo o Mundo e aconselhar sobre o “uso e abuso” de antibióticos.
A resistência aos antibióticos está centrada nos seres humanos, mas é uma realidade que, sobretudo nos países mais desenvolvidos, é destinada uma grande quantidade de anti-microbianos ao tratamento dos animais de criação para aumentar o seu rendimento em carne.