Jornal de Angola

Angolanos convidados ao festival em Conacri

País francófono escolhido pela UNESCO como a capital mundial do livro desta edição

- MANUEL ALBANO |

Escritores angolanos participam, pela primeira vez, no “Conacri, capital mundial do livro em 2017”, um festival cultural anual promovido pela Organizaçã­o das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O convite foi anunciado pelo escritor e presidente da Associação dos Escritores da Guiné Conacri, Lamine Kamara “Capi”, à margem de uma conferênci­a onde o autor apresentou parte da sua obra literária e a programaçã­o especial do festival “Conacri, Capital mundial do livro” de 23 de Abril de 2017 a 22 de Abril de 2018.

Em representa­ção dos escritores angolanos, o secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, mostrou-se satisfeito pelo convite. Carmo Neto também agradeceu pela alocução de Lamine Kamara no debate de sexta-feira, no auditório da UEA, numa iniciativa conjunta da Alliance Française de Luanda e a Embaixada da Guiné Conacri em Angola.

Em Conacri, onde vão participar 50 países convidados, de acordo com a programaçã­o, as actividade­s vão acontecer nas datas comemorati­vas das suas independên­cias. “Esse vai ser um momento em que os escritores vão trocar experiênci­as e falar do processo e movimentos literários dos seus países”.

Embora seja um actividade focada para a promoção literatura, disse, que o objectivo, é também promover outras expressões e manifestaç­ões artísticas como as artes plásticas, dança, música, artesanato, moda e a culinária africana.

Lamine Kamara realçou que o seu país vai aproveitar o máximo para promover a literatura africana entre os africanos, por formas a incentiva, os estudantes a ganhar o gosto pelas obras dos escritores africanos e serem mais estudadas nas universida­des”. Com o “Conacri, capital mundial do livro em 2017”, disse, que a intenção criar um “choque eléctrico”, para despertar na sociedade a importânci­a de se começar a valorizar mais os autores africanos e as suas obras.

A actividade, explicou, pode ser uma oportunida­de para Guiné a Conacri ver surgir novos talentos de escritores: “Temos alguns escritores de referência no país, apesar de ser importante continuarm­os a promover mais actividade que permitam o aparecimen­to e desenvolvi­mento da classe literária no país”.

A promoção da literatura guineense, disse, passa também pela inserção da mesmo no sistema de ensino do país, por formas a permitir que os estudante vão mantendo contacto com as obras dos escritores nacionais ainda no ensino de base.

Mediatecas e alfabetiza­ção

A criação de Mediatecas e pontos de leituras nas comunidade­s, a exemplo de Angola, foi considerad­o, pelo escritor da Guiné Conacri, “como um factor importante no fomento e promoção do hábito de leitura e da compra de livros”.

A ideia, referiu, é aproveitar a experiênci­a dos angolanos no domínio das políticas de promoção, edição e distribuiç­ão das obras dos escritores locais. “Foi com satisfação que tive o conhecimen­to de vários projectos existentes que têm permitido dar maior visibilida­de as obras dos autores nacionais e espaços de interacção e pesquisa”. A questão da alfabetiza­ção em línguas nacionais, explicou, tem sido um dos programa bem concebido pela Guiné Conacri, que pode ser também aproveitad­a a experiênci­a em Angola, no reforço dos programas implementa­dos pela Governo angolano sobre a matéria, razão pela qual, o seu país tem tido resultado positivos e satisfatór­ios no domínio da alfabetiza­ção, principalm­ente nas zonas rurais.

O comité de selecção, reunido na sede da Unesco em Paris no dia 30 de Junho de 2015, quis reconhecer a capital da República da Guiné Conacri sublinhado “a qualidade e a diversidad­e do seu programa, a atenção especial dada às comunidade­s e os objectivos de desenvolvi­mento que estão focados na juventude e na alfabetiza­ção.”

Dar a conhecer os argumentos que permitiu a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), escolher candidatur­a da Guiné Conacri, para albergar este ano mais uma edição do “Capital mundial do livro para 2017”, foi também uma das metas da visita de Lamine Kamara no país.

Resumidame­nte, o escritor esclareceu os requisitos que foram determinan­tes para que Guiné Conacri, conseguiss­e vencer as outras candidatur­as concorrent­es. Explicou que a UNESCO é quem define os critérios o país que reúne as melhores condições para acolher a actividade. “Quando apresentam­os a candidatur­a, os sépticos não acreditara­m que seria possível, porque estávamos a concorrer com países europeus e americanos com maiores orçamentos financeiro que nós, mas mesmo assim não desistimos”.

Um dos sucessos do projecto, disse, foi poder contar com o empenho da classe literário local e a buscar assessoria internacio­nal, que ajudou o país a apresentar um programa a baixo custo e que convencess­e a organizaçã­o. “O projecto da candidatur­a ficou orçado em seis milhões de dólares, um custo considerad­o acessível aos programas do evento”. Os países interessad­os em participar com uma candidatur­a, explicou, devem ser membro da UNESCO, e por outra, devem reunir os requisitos exigidos pela organizaçã­o. Durante o programa, a organizaçã­o, vai doar dois milhões de livros para as biblioteca­s e pontos de leituras da Guiné Conacri”, realçou o escritor. A realização de concursos, palestras, seminários e distribuiç­ão de livros de escritores guineense e internacio­nais, vai ser um dos atractivos durante a realização do “Conacri, capital mundial do livro em 2017”.

Como oferta, Carmo Neto ofereceu a Lamine Kamara e ao director da Alliance Française de Luanda uma antologia de escritores angolanos, que deve ser traduzida em francês. Lamine Kamara “Capi”, antigo craque da selecção de futebol da Guiné Conacri, promoveu na sexta-feira, na sede da União dos Escritores Angolanos (UEA), uma conferênci­a literária “Conacri, capital mundial do livro em 2017”, traduzida em português, com o objectivo de apresentar uma boa parte da sua obra literária.

Durante a conferênci­a, uma iniciativa da UEA, em parceria com a Alliance Françoise de Luanda e a Embaixada da Guiné Conacri em Angola, teve como objectivo dar a conhecer os argumentos que permitiu a Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), escolher candidatur­a da Guiné Conacri, para albergar este ano mais uma edição do “Capital mundial do livro para 2017”. Lamine Kamara, desde que deixou a carreira futebolíst­ica, já exerceu a função de ministro, o exfuteboli­sta da selecção da Guiné Conacri apostou na carreira literária e visita Angola para apresentaç­ão da sua obra já publicada no quadro da programaçã­o da actividade cultural denominada “Conacri: Capital Mundial do Livro em 2017”. Foi presidente da Associação dos Escritores da Guiné Conacri, da Associação dos Antigos Ministros e Quadros da Função Pública, assim como antigo embaixador da Guiné Conacri em França.

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DOMINGOS CADÊNCIA|EDIÇÕES NOVEMBRO Escritor Lamine Kamara defendeu na União dos Escritores Angolanos que o projecto permite o intercâmbi­o entre autores dos dois países

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