Jornal de Angola

Monumento em homenagem aos combatente­s

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Um monumento para homenagear os guerrilhei­ros sul-africanos tombados em Angola será construído no município do Quela, província de Malanje, anunciou ontem o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Sul-Africanas, general Solly Zachariah Shoky.

De visita à província, acompanhad­o pelo segundo comandante do Exército das Forças Armadas Angolanas, general Marques Banze, o dirigente militar sul-africano rendeu homenagem aos combatente­s do ANC (Congresso Nacional Africano) tombados pela causa de luta de libertação contra o regime do apartheid.

A visita do general Solly Zachariah Shoky serviu para identifica­r uma área para construção do monumento, a ser erguido a 115 quilómetro­s da sede capital da província de Malanje, para relembrar os guerrilhei­ros sul-africanos tombados naquela província.

A escolha da construção do memorial no município do Quela deveu-se ao facto de ter sido a região onde esteve instalada a base militar das tropas do ANC logo após a sua chegada à província de Malanje.

A materializ­ação da criação do monumento está condiciona­da à conclusão dos trabalhos de desminagem daquela circunscri­ção territoria­l.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Sul-Africanas foi recebido no aeroporto pelo vice-governador para o Sector Económico, Domingos Eduardo, tendo em seguida procedido à deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconheci­do do ANC, no Cemitério Municipal de Cafuma.

O general sul-africano visitou os túmulos de 14 soldados sul-africanos que morreram durante a guerra contra o regime de minoria branca na África do Sul, na década de 80, e sepultados naquele cemitério.

O general Solly Zachariah Shoki disse tratar-se de uma soberana oportunida­de, visto que nunca houve possibilid­ade de homenagear os combatente­s cujos restos mortais estão sepultados em Angola.

Afirmou nunca ter tido o privilégio de desfrutar os benefícios da paz efectiva em Angola e que a liberdade reinante na África do Sul resulta igualmente dos esforços, bravura e o sangue derramado por aqueles militares.

O chefe de Estado-Maior das Forças Armadas Sul-africanas reconheceu o papel e contributo de Angola no processo de libertação do seu país e de outros Estados africanos, como é o caso da Namíbia. “O que somos hoje é também graças aos angolanos”, disse.

A manutenção das campas dos seus compatriot­as, disse, tem a ver com a tradição do povo sul-africano, na perspectiv­a de cuidar os entes queridos. Exprimiu satisfação pelo facto de ter sido acolhido em Angola, em particular em Malanje, dizendo que os esforços das relações entre os dois países não são em vão. As bases militares dos guerrilhei­ros do ANC, que na altura combatiam contra o regime de minoria branca, depois da independên­cia de Angola, estavam instaladas nas províncias de Malanje, Huíla e Cuanza Sul.

O chefe das Forças de Defesa Nacional da África do Sul ressaltou a necessidad­e de uma estreita cooperação entre as duas forças de Defesa. Lembrou que na reunião anterior, realizada na África do Sul, muito do que foi aprovado está por implementa­r. “É importante, da nossa parte, reavaliar para saber por que não se conseguiu cumprir alguns dos objectivos assumidos. É importante que as duas Forças Armadas possam reforçar as suas relações na base das politicas existentes”, disse o oficial general sul-africano.

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