Pyongyang testa novo lançador de mísseis
Imprensa alerta para a possibilidade de um ataque de forças combinadas
A Coreia do Norte realizou um novo teste bem sucedido a partir de uma nova plataforma de lançamento na base de Tongchangri, no norte do país, informou no sábado a agência estatal KCNA.
O teste, que incluiu novos motores de propulsão, foi supervisionado pessoalmente pelo líder nortecoreano, Kim Jong-un, que avaliou o sucesso como “um novo nascimento para a indústria de projécteis norte-coreanos”.
“O Mundo vai logo perceber o significado da vitória histórica que conseguimos hoje (sábado)”, disse o líder norte-coreano, citado pela agência. O novo propulsor vai permitir que a Coreia do Norte atinja o nível dos países com melhores resultados no lançamento de satélites.
O teste aconteceu na sequência de uma advertência à Coreia do Norte pelo Secretário de Estado (Ministro das Relações Exteriores) dos EUA, Rex Tillerson, durante uma visita a Seul, onde o chefe da diplomacia norte-americana disse que não descartava a possibilidade de uma acção militar se o Governo de Pyongyang ameaçasse as forças norte-americanas ou sul-coreanas.
A subida da tensão na região está a dar lugar a especulações sobre o cenário de uma possível guerra entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte. Segundo analistas militares, parece que os EUA se preparam para uma revisão séria da sua política em relação à Coreia do Norte. “Acho que é importante perceber que os esforços diplomáticos dos últimos 20 anos para trazer a Coreia do Norte à mesa de negociações fracassaram”, comunicou o Secretário de Estado durante a sua visita ao Japão.
Segundo Rex Tillerson, durante este período os EUA cederam 1,35 mil milhões de dólares de ajuda à Coreia do Norte, mas isso levou apenas ao reforço das capacidades nucleares do país. “É claro que é necessário procurar outra abordagem”, disse o dirigente norte-americano. Nas condições actuais, outra abordagem pode significar a preparação de uma operação militar. Segundo o jornal “The Washington Post”, a Casa Branca elaborou a expressão especial “kinetic options”, que significa a possibilidade de utilização da força contra a Coreia do Norte.
Aqui surge a questão sobre o cenário de uma possível guerra entre os dois países. Parece que os EUA têm um plano para isso, que pode conter a utilização de vários meios letais.
Modelo de ataque
O primeiro elemento é um ataque com armas hipersónicas de alta precisão contra objectivos de maior importância. Por isso, a expressão “kinetic options” pode significar, por exemplo, bombas aéreas como a BLU-113, que foi utilizada no Iraque, ou o míssil hipersónico X-51A Waverider. Aqui é mais provável que se preveja a utilização de um míssil hipersónico, bem como a realização do programa Prompt Global Strike, que prevê a realização de um ataque contra qualquer ponto em 60 minutos após a decisão correspondente.
O segundo elemento é um ataque aéreo em massa com uso dos caças mais recentes F-22 - pelo menos 4 caças foram deslocados para a Coreia do Sul - e F-35 baseados no Japão. Prevê que a defesa anti-aérea norte-coreana não possa conter o ataque dos caças e eles eliminem o sistema de comando e os objectivos mais importantes que já foram atacados com armas hipersónicas.
O terceiro elemento é o desembarque de um contingente de forças terrestres que devem capturar ou eliminar as autoridades políticas e militares. Depois disso, a guerra deve acabar, e a região da Península coreana passa a contar com um clima mais ameno. A diplomacia norte-americana acredita que o cenário militar é pouco provável, por isso estão em curso vários contactos políticos junto de países como a China e a Rússia e no âmbito das Nações Unidas.