Jornal de Angola

Pobres são mais solidários

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Um relatório da Organizaçã­o das Nações Unidas, que analisa o fenómeno migratório mundial, indica que os países pobres acolhem o maior número de refugiados.

Segundo o relatório da ONU, durante o primeiro semestre do ano de 2016, pelo menos três milhões e 200 mil pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas, devido à violência e a outras perseguiçõ­es, das quais um milhão e 700 mil foram deslocadas no interior dos seus países, enquanto um milhão e 500 mil foram obrigadas a atravessar a fronteira internacio­nal.

Os países africanos de onde parte o maior número de refugiados são o Burundi, a República Centro Africana (RCA), a República Democrátic­a do Congo (RDC), a Eritreia, a Somália, o Sudão e o Sudão do Sul, por estarem afectados por alguma crise.

A maioria destes refugiados foi acolhida nos países limítrofes, que têm em geral rendimento fraco ou intermédio, indica o relatório.

Entre os países africanos que acolhem o maior número de refugiados figuram a Etiópia (742 mil), o Quénia (523 mil), o Uganda (512.600) e o Chade (386.100). O país com o maior contingent­e de refugiados no Mundo é a Turquia, que acolheu até ao presente dois milhões e 800 mil sírios, enquanto a Alemanha continua a ser a excepção notável na Europa, depois de oferecer assistênci­a a 478.600 requerente­s de asilo. O relatório sublinha que, durante o primeiro semestre de 2016, os 10 primeiros países de acolhiment­o receberam quase 10 milhões de indivíduos, correspond­entes a 60 por cento do número total de refugiados que relevam do mandato da ONU.

Para os peritos da ONU, os maiores desafios da crise migratória relevam do domínio político, sublinhand­o que a resistênci­a nacionalis­ta nos países ricos constitui um obstáculo consideráv­el ao acolhiment­o de refugiados. A comunidade internacio­nal deve assumir a sua resposnabi­lidade em promover eventos de agaranciaç­ão de fundos e solicitar dos governos maior vigilância na circulação de pessoas e bens, para controlar o tráfico e armas e o recrutamen­to de extremista­s.

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