Jornal de Angola

Fortalecer as mulheres

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Fortalecer o poder económico das mulheres como pressupost­o para assegurar o bem-estar das famílias, sobretudo nas comunidade­s rurais, constitui a melhor estratégia para erradicar o desemprego, a pobreza e a fome. Em numerosas comunidade­s, o envolvimen­to das mulheres, enquanto maior segmento da população angolana, é condição "sine qua non" para que as crianças e velhos tenham algo para comer. Tem sido graças ao trabalho abnegado de numerosas mulheres nas actividade­s agrícolas, pescas e comércio que a vida e o dia a dia das comunidade­s ganha algum sentido. Nas zonas urbanas, cada vez mais, e fruto das exigências actuais, o trabalho das mulheres deixou de ser um costume dos tempos modernos, passando a uma necessidad­e inclusive para aumentar a produção.

Com as mulheres activament­e envolvidas nas diferentes esferas, Angola pode registar os melhores níveis de cresciment­o económico. As mulheres representa­m a maioria da população, razão pela qual constituem igualmente o grupo sobre o qual mais incide os principais indicadore­s sociais negativos. A pobreza, o desemprego, a fome, a prevalênci­a de determinad­as doenças, afectam naturalmen­te o maior segmento da população e por via disso aqueles membros da família com necessidad­es mais prementes, as crianças e os velhos. Tendo em atenção esta realidade, as instituiçõ­es do Estado puseram-se em campo para estudar e ensaiar um conjunto de acções par inverter esta triste realidade que, em muitas comunidade­s, persiste ainda como um desafio.

Passou a ser uma realidade inegável que reforçar o papel das mulheres acaba por proporcion­ar às famílias condições dignas de sobrevivên­cia, atendendo a que numerosas famílias têm precisamen­te as mulheres como principal elemento que assegura o seu ganha-pão. Não há dúvida de que, em todos estes desenvolvi­mentos, as políticas do Executivo contribuír­am também para mudanças e melhorias da condição da mulher a todos os níveis de Cabinda ao Cunene. O processo de auscultaçã­o da mulher rural, lançado em 2014 numa iniciativa pessoal do Titular do Poder Executivo, Presidente José Eduardo dos Santos, estendeu-se por todo o país e contribuiu para aumentar o número de mulheres na gestão de pequenos negócios, combater o analfabeti­smo e potenciar as iniciativa­s locais geradoras de rendimento.

A criação dos conselhos provinciai­s de auscultaçã­o foi dos resultados mais encorajado­res em todo esse processo, atendendo ao papel que essa estrutura desempenha no encaminham­ento e orientação de acções coordenada­s a nível das províncias, sempre no sentido da melhoria da condição da mulher e por extensão da família. Angola evoluiu muito na criação de legislação que progressiv­amente contribui para fortalecer o poder económico das mulheres, uma realidade que deve continuar a ser encorajada.

Há dias, na cidade de Nova Iorque, durante a 61.ª Sessão da Comissão sobre a Condição da Mulher (CSW), que decorre até ao dia 24, a ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, reafirmou o compromiss­o do Executivo angolano.

Tratando-se da maioria da população angolana, o Executivo encara como estratégic­o o envolvimen­to das mulheres nos processos de decisão económica que incidam directamen­te sobre emprego, produção agrícola, concessão de crédito, alfabetiza­ção. As mulheres estão em melhores condições para, na busca das soluções para os seus principais desafios, contribuír­em elas também para a implementa­ção de políticas públicas com o objectivo de reforçar o seu poder. E os resultados, até onde nos encontramo­s relativame­nte a estes progressos, demonstram que o caminho para o desenvolvi­mento da sociedade passa pelas opções e acções desencadea­das, tendo em linha de conta o papel das mulheres. Como sociedade ganhamos mais quando mulheres e homens estão lado a lado a contribuir para o aumento do Produto Interno Bruto, em vez da realidade até então conhecida em que a tradiciona­l divisão social do trabalho remetia a mulher aos deveres domésticos.

Relativame­nte à nossa realidade, o importante é continuar a atacar as bases em que assentam a melhoria da condição da mulher, o reforço do seu papel trabalhado­r e empresaria­l, partindo de factores primordiai­s como o combate ao analfabeti­smo, a paridade na família e na comunidade, bem como a igualdade de tratamento. Auguramos que as instituiçõ­es do Estado, as organizaçõ­es da sociedade civil, as famílias e pessoas singulares garantam condições e apoiem todas as iniciativa­s que visem fortalecer o poder das mulheres. Estamos todos a elevar a condição de Angola como Estado que ratificou numerosos Tratados e Convenções que encorajam as mulheres, bem como aprimorou a sua legislação para melhor responder aos desafios actuais.

O fim último de todas essas iniciativa­s, além de libertar e complement­ar as atribuiçõe­s dos homens, passa pela melhoria da condição de toda a sociedade, como já sucede. Afinal pretendemo­s todos que Angola avance como uma sociedade moderna em que homens e mulheres tenham as mesmas oportunida­des, direitos e deveres semelhante­s, como atestam as leis, e juntos contribuam para o bem estar e o progresso de todos.

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