Método de análise para a identificação de casos de autismo
Cientistas criaram um novo método de análise de biomarcadores metabólicos que permite identificar se uma criança tem autismo, facilitando o diagnóstico do distúrbio neurológico, revela um estudo publicado na sexta-feira na revista PLOS Computational Biology.
O método, desenvolvido por investigadores do Instituto Politécnico de Rensselaer, nos Estados Unidos da América (EUA), tem como base concentrações de substâncias específicas numa amostra de sangue.As substâncias, denominadas metabolitos, são produzidas por processos metabólicos, um deles conhecido por transsulfuração, que estão alterados nas crianças com autismo. Os processos metabólicos são necessários à formação, ao desenvolvimento e à renovação das células.
Os cientistas usaram amostras de sangue de 83 crianças com autismo e de 76 crianças neurotípicas, sem qualquer distúrbio psíquico significativo, com idades entre os três e os 10 anos.
Os dados recolhidos foram trabalhados com o auxílio de modelos matemáticos avançados e de ferramentas de análise estatística, permitindo identificar correctamente 97,6 por cento das crianças autistas e 96,1 por cento das neurotípicas, que têm processos metabólicos um pouco diferentes das autistas.
Os autores da investigação ressalvam que são necessários mais estudos e pretendem perceber se possíveis tratamentos que manipulem os processos metabólicos podem interferir nos sintomas do autismo, um distúrbio neurológico que aparece na infância e caracteriza-se por comportamentos repetitivos e restritivos e dificuldade de interacção social e comunicação.