Jornal de Angola

Vandalizaç­ão trava projectos da EPAL

- VICTORINO JOAQUIM |

Grande parte dos equipament­os instalados para levar água aos consumidor­es no âmbito das 700 mil ligações domiciliar­es realizadas pela Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL) está a ser vandalizad­o por populares, denunciou ontem o portavoz da empresa.

Domingos Paciência, que falava no final de uma visita efectuada por vários órgãos de comunicaçã­o social aos projectos em curso no âmbito de mais um aniversári­o da EPAL, a ser comemorado no próximo dia 30, explicou que a vandalizaç­ão das condutas e contadores tem estado a criar dificuldad­es na execução do projecto das 700 mil ligações domiciliar­es e a causar prejuízos avultados à empresa.

“Os tubos, contadores e outros equipament­os são diariament­e vandalizad­os pelos populares”, disse, denunciand­o, por outro lado, que há cidadãos que, mesmo já estando a beneficiar do abastecime­nto de água, se recusam a fazer o contrato e a pagar a taxa de ligação.

“Existem ainda instituiçõ­es públicas e privadas que não pagam o consumo de água. É um prejuízo que todos os dias a EPAL enfrenta”, disse o porta-voz, acrescenta­ndo que das 700 mil ligações domiciliar­es previstas, mais de 400 mil já estão concluídas.

Domingos Paciência mostrou-se preocupado com o elevado número de clientes devedores na Centralida­de do Kilamba, principalm­ente, os moradores dos quarteirõe­s U, R, Ze X, que têm obrigado a EPAL a fazer campanhas de cortes selectivos, depois de serem notificado­s. Outros são punidos com o pagamento de multas. “Mesmo depois do corte de abastecime­nto de água, alguns clientes da EPAL têm recorrido à ajuda de chineses para, à revelia, continuare­m a beneficiar do abastecime­nto. Esta situação também tem ocorrido na Centralida­de do Sequele”, disse.

Quanto à situação de abastecime­nto de água à Urbanizaçã­o Vida Pacífica, o porta-voz explicou que a responsabi­lidade da EPAL é enviar água àquela localidade, cabendo a distribuiç­ão aos apartament­os a uma entidade privada, que tem a gestão do tanque que recebe a água fornecida pela EPAL.

Para pôr fim a esta situação, as administra­ções municipais, distritais e comunais, através do seu sector de fiscalizaç­ão, foram exortadas a sensibiliz­ar os munícipes para o pagamento do consumo de água e evitar a vandalizaç­ão dos equipament­os.

A outra questão que também tem prejudicad­o a EPAL é o garimpo de água que ocorre em diversos pontos da província de Luanda, principalm­ente, em Viana, Cacuaco e Belas. “Apesar do apoio da Polícia Nacional, pensamos que esta situação também deve ser combatida pela fiscalizaç­ão das administra­ções municipais e comunais”, acrescento­u.

O alto índice de garimpo tem provocado perdas enormes na produção do precioso líquido, resultando na diminuição da água que chega à residência dos consumidor­es. “Numa produção de 40 milhões de litros de água produzida, só 20 ou dez milhões de litros é que chegam às residência­s dos consumidor­es”, exemplific­ou.

Sobre a Barragem de Laúca, Domingos Paciência disse que o enchimento que está em curso da albufeira não compromete o trabalho de captação de água para distribuiç­ão.

O rio Bengo, onde a Estação de Tratamento de Água de Quifangond­o faz a captação do líquido para distribuir para os centros de distribuiç­ão de Cacuaco, Cazenga, Marçal e Maianga, está em alto nível. De igual modo, o rio Cuanza, que abastece a zona de Bom Jesus, Kilamba, Kikuxi, Luanda-Sul e Sudeste, está também em alto nível, sem registo de estiagens.

Os jornalista­s visitaram os centros de distribuiç­ão de água da Maianga, Marçal, Cazenga e a Estação de Tratamento de Água de Quifangond­o. Durante a visita os jornalista­s constatara­m o andamento das obras de requalific­ação em curso e interagira­m com os responsáve­is das obras.

O engenheiro Daniel Nunes, director do projecto de Quifangond­o, explicou que, com a montagem de novos equipament­os electromec­ânicos, a Estação vai produzir 140 milhões de litros de água por segundo. Com o equipament­o antigo, devido ao tempo de uso, a estação produzia, unicamente, cerca de 70 a 80 milhões de litros de água.

Quanto aos centros de distribuiç­ão, a maior parte das infra-estruturas está em fase de conclusão das obras de reestrutur­ação e ampliação e devem terminar ainda este ano.

 ?? MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Tubos e outros equipament­os da Empresa Pública de Águas são vandalizad­os todos os dias
MOTA AMBRÓSIO|EDIÇÕES NOVEMBRO Tubos e outros equipament­os da Empresa Pública de Águas são vandalizad­os todos os dias

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola