Jornal de Angola

Chuvas fazem estragos

- VICTORINO JOAQUIM |

A chuva que se abateu sobre Luanda no princípio da noite de terça-feira e madrugada de quarta-feira causou a morte de uma moradora do bairro Sambizanga, inundou 186 casas, alagou ruas, derrubou árvores e provocou o deslizamen­tos de terras na encosta da Boavista provocando o lamaçal que dificulta a circulação de pessoas e automóveis.

A chuva que se abateu sobre Luanda no princípio da noite de terça-feira e madrugada de quarta-feira causou a morte de uma moradora do bairro Sambizanga, de 60 anos, inundou 186 casas, alagou ruas, derrubou árvores, provocou deslizamen­tos de terras na encosta da Boavista e o lamaçal dificulta a circulação de pessoas e automóveis.

Estes estragos foram constatado­s ontem pela vice-presidente da Comissão Administra­tiva da Cidade de Luanda para a Área Política e Social, Mara Baptista Quiosa, durante a visita aos distritos urbanos do Rangel, Maianga e Samba.

No distrito urbano do Sambizanga, a cidadã de 60 anos perdeu a vida devido à queda de um poste de energia de média tensão. Na encosta da Boavista, um deslizamen­to de terras causou o desabament­o de cerca de trinta casebres construído­s à revelia em zonas de risco, sem causar vítimas.

O administra­dor do distrito urbano da Ingombota, Hélder Balcia, garantiu que as famílias que perderam os seus casebres já estão a ser acompanhad­as pela área social da administra­ção, ao mesmo tempo que uma equipa da Unidade Técnica da Administra­ção Local já trabalha para retirar a areia da estrada da Boavista causada pelo deslizamen­to de terras.

Mara Baptista Quiosa admitiu que existem pessoas que insistem em viver em zonas de risco, o que tem causado preocupaçã­o às administra­ções. Aproveitou o momento para apelar aos cidadãos a renúncia à construção, em zonas de risco, para o bem de todos.

Sem precisar as ruas, Mara Batispta Quiosa disse que a chuva derrubou árvores nos distritos urbanos do Rangel, Maianga e Ingombota, mas já foram removidas pelos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, deixando as ruas livres para a circulação automóvel.

Mara Baptista Quiosa começou ontem por visitar as ruas da Brigada, da Dona Amália, e dos Sêngulas, no distrito urbano do Rangel, e terminou no distrito urbano da Samba, passando pelo distrito urbano da Terra Nova. Em todas essas ruas, o cenário de inundações era igual. Uma parte da rua da Brigada ficou intransitá­vel. No local eram visíveis homens e máquinas, a trabalhare­m para tapar os buracos e desobstrui­rem as vias de escoamento das águas concentrad­as, junto ao Hospital Américo Boavida.

O administra­dor do distrito urbano do Rangel, Francisco Naval, disse à imprensa que as águas residuais concentrad­as na rua da Brigada são provenient­es do bairro Rangel, devido ao mau estado das ruas e falta de limpeza das valas de drenagem.

Anunciou que uma empresa chinesa está a realizar trabalhos de limpeza das valas de drenagem para facilitar o escoamento das águas. Já nas ruas do Alentejo, Ribatejo, Henrique Gago da Graça, no distrito urbano da Terra Nova, na rua direita da Enana, no distrito urbano da Maianga, e na rua Heróis do Mar, no distrito urbano da Samba, estão equipas técnicas das respectiva­s administra­ções, a realizar trabalhos de sucção das águas paradas. Neste locais estão máquinas e camiões cisterna a retirar a água.

Na rua Heróis do Mar, a jovem Esmeralda Kindando, 25 anos, aproveitou a visita da vice-presidente da Comissão Administra­tiva da Cidade de Luanda, para mostrar péssimo o estado em que fica a sua casa sempre que chove.

A casa de Esmeralda Kindando estava inundada, não só com a água da chuva de ontem, mas também com as águas dos esgotos que saíam da vala de drenagem. Presente no local, a administra­dora do distrito urbano da Samba, Mariana Francisco, que prometeu tomar medidas para resolver o problema.

Na mesma rua, Isabel Maneco, 47 anos, disse à reportagem do Jornal de Angola que teve de faltar ao serviço, para ajudar os filhos a retirar a água que inundou completame­nte o quintal de casa. A situação, disse, está a gerar grande mal-estar, porque é repetitiva. Sempre que chove não são tomadas as medidas mais assertivas para cortar o mal pela raiz.

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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO Ruas do bairro Rangel ficaram assim depois das primeiras grandes chuvas deste ano
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KINDALA MANUEL|EDIÇÕES NOVEMBRO A vice-presidente da Comissão Administra­tiva da Cidade de Luanda durante a visita de campo

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