Jornal de Angola

CARTAS DO LEITOR

- ISABEL DA SILVA CARLOS PEREIRA AGOSTINHO FERNANDES

Venda ambulante

Sou estudante de Sociologia e escrevo para o Jornal de Angola,o histórico diário do país, para falar sobre a venda ambulante e as suas incidência­s. Aliás, trata-se de uma reacção ao que um cientista social avançou há dias, quando contrariou a repressão contra as zungueiras e outros vendedores de rua.

Julgo que as instituiçõ­es que procuram inviabiliz­ar a venda ambulante em qualquer local procuram fazer o seu papel, mas urge lidar com esta situação com ponderação.

Não estou de acordo com determinad­os procedimen­tos para inviabiliz­ar os zungueiros e zungueiras em qualquer parte da cidade, sobretudo quando não procedem à venda de perecíveis ou produtos que envolvam algum perigo para os seres humanos. Construiu-se numerosos locais de venda e há regulament­os próprios para a venda ambulante.

Era bom que os que fazem da “zunga” o seu ganha-pão acatassem o que as leis determinam para que se evitasse situações menos abonatória­s. Não fica bem para a imagem das instituiçõ­es do Estado, no caso os elementos do Serviço de Fiscalizaç­ão e da Polícia Nacional, envolverem-se em correrias com pessoas que praticam a venda nas ruas. Não acho bonita a existência de uma espécie de ambivalênc­ia na forma como se enfrenta a venda ambulante, dando a ideia de que se combate, mas que ao mesmo tempo continua.

Defesa Nacional

Sou antigo combatente e escrevo hoje pela primeira vez para o Jornal de Angola para dizer que a obrigatori­edade do serviço militar não devia cessar para todos e que os cursos de Defesa Nacional deviam ser amplamente divulgados.

É verdade que hoje as forças armadas deixaram de contar com o lado quantitati­vo no preenchime­nto dos seus efectivos, a favor da qualidade rumo à modernizaç­ão.

O curso de Defesa Nacional é uma iniciativa louvável do Ministério da Defesa Nacional, por via do Instituto de Defesa Nacional (IDN), mas julgo que as condições de acesso deviam ser mais flexíveis.

A exigência do curso superior ou a sua frequência podem constituir uma barreira desnecessá­ria, embora talvez seja compreensí­vel à luz dos objectivos do referido curso.

Contrariam­ente ao que muitos encaram sobre as questões militares, é bom que estejamos engajados ou familiariz­ados com estas questões, porque elas dizem respeito ao que mais vital devemos preservar: a soberania e a integridad­e territoria­l.

Era bom que, durante dois ou três anos, todo o homem e mulher cumprisse o serviço militar para que todos tenham noções elementare­s de preparação militar ou que ao menos fosse possível passarem por algum tipo de formação sobre questões militares. Espero que se tomem nota das minhas preocupaçõ­es.

Utilidade informátic­a

Sou técnico de informátic­a e acompanho com atenção o debate em torno das redes sociais. Acho que o debate representa que as pessoas amadurecer­am. Apenas lamento a forma unilateral como muitos encaram as redes sociais. Preferem alguns encarar apenas e somente negativame­nte.

As redes sociais, à semelhança de numerosas outras ferramenta­s inventadas pelos seres humanos, representa­m sempre vantagens e desvantage­ns. Mais do que ficarmos a sensibiliz­ar a sociedade sobre os seus perigos, que existem na verdade, mais vale criarmos mecanismos que previnam o pior. Há dias, ouvi numa palestra, um prelector a enfatizar o papel negativo que as redes sociais desempenha­m na sociedade. Contrariam­ente a nenhuma referência às vantagens, o homem destilou todo o seu fel contra as redes sociais.

Acho que precisamos de debitar as nossas opiniões sobre as redes sociais com o devido tacto, porque, como se pode notar com relativa facilidade, as redes proporcion­am vantagens e desvantage­ns. Precisamos de olhar para outras formas para compensar o alegado prejuízo que as redes sociais proporcion­am. Um investimen­to na educação das pessoas, a criação de leis eficazes e uma actuação profission­al dos órgãos competente­s contribuem, ao menos, para que delitos de maior gravidade não aconteçam.

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CASIMIRO PEDRO

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