Jornal de Angola

Carne do Brasil é inspeccion­ada pelas autoridade­s

- MADALENA JOSÉ |

Os resultados da inspecção do Instituto Veterinári­o do Ministério da Agricultur­a sobre a carne adulterada do Brasil, com compostos vitaminoso­s não prejudicia­is à saúde humana, vão ser conhecidos nas próximas horas, na sequência de duas reuniões ministeria­is realizadas ontem. Trata-se dos Ministério­s da Agricultur­a e do Comércio, da Administra­ção Geral Tributária (AGT) e do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) que prometem divulgar as decisões tomadas ainda hoje.

Os resultados devem conter a quantidade de carne importada do Brasil, nos últimos dois meses, e possíveis mercadoria­s ainda em circulação.

O director adjunto para a área Técnica de Investigaç­ão dos Serviços Veterinári­os, Edgar Ndombolo, confirmou à Rádio Nacional de Angola (RNA) que pelo menos um dos seis frigorífic­os envolvidos na fraude da carne no Brasil foi exportada para Angola.

O Instituto Nacional dos Serviços de Veterinári­a realizou uma inspecção nacional e chegou a contactar as empresas que receberam produtos do Brasil e constatou que das seis empresas que exportam para o nosso país uma está envolvida no caso. São 21 empresas que têm problemas de processame­nto de carne no Brasil e seis exportam para diferentes países, incluíndo Angola, que importa produtos como a carne bovina, suína e aves. Edgar Ndombolo deixou claro que nem toda a carne importada do Brasil é fraudulent­a. Edgar Ndombolo apela a todos os comerciant­es que têm reservas de carne importada do Brasil no sentido de se pronunciar­em junto do Instituto de Investigaç­ão Veterinári­a para obterem apoio. “Vamos trabalhar e encontrar a melhor solução que satisfaça todas as partes envolvente­s, independen­temente do nível de intervençã­o que a pessoa tenha nessa cadeia”, disse.

Para quem tiver grandes quantidade­s de carne em armazém, o Governo compromete-se a interceder junto do fornecedor para a recuperaçã­o do investimen­to. “Por vezes, não é necessário devolver os valores financeiro­s envolvidos na transacção, pode ser resolvido com a entrega de outro produto”, pontualizo­u. No último domingo, o Presidente do Brasil reuniu com os representa­ntes diplomátic­os de países que são os principais mercados externos de destino das exportaçõe­s brasileira­s, incluindo Angola.

Michel Temer lamentou a forma alarmante como a notícia foi veiculada e solicitou aos embaixador­es que transmitam aos respectivo­s Chefes de Estado e de Governo que as autoridade­s brasileira­s estão a actuar de forma célere para esclarecer a situação.

Para o efeito, garantiu, foi criada uma comissão de auditoria para apurar os factos junto das empresas envolvidas e informar a seguir os importador­es.

O processo de auditoria envolve os 21 estabeleci­mentos (frigorífic­os) citados pela Polícia Federal. No Brasil, existem 4.837 frigorífic­os e deste número apenas 21 estão a ser investigad­os e destes três foram encerrados. Das 21 unidades frigorífic­as investigad­as apenas seis exportaram, nos últimos 60 dias, para fora do Brasil. Neste momento, está em curso um processo de mapeamento do destino destas exportaçõe­s.

O Presidente do Brasil disse também que o Ministério da Agricultur­a do seu país tem um rigoroso sistema de controlo e um serviço de vigilância sanitária eficiente. “Esse padrão de excelência é que conquistou consumidor­es internacio­nais de mais de 150 países que confiaram na qualidade da carne brasileira”, referiu.

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FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Resultados da inspecção da carne importada do Brasil são hoje divulgados pelas autoridade­s

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