Milhares de menores são desparasitados
CUANDO CUBANGO Campanha está centrada nas escolas primárias e abarca todos os municípios
O Ministério da Saúde deu início ontem, na cidade de Menongue, à primeira fase da campanha de desparasitação com Albendazol e Praziquantel, que vai beneficiar 129.972 alunos do ensino primário de cinco dos nove municípios da província do Cuando Cubango.
Na abertura da campanha, que decorreu na escola 4 de Fevereiro, foi anunciado que a campanha vai abranger as crianças e adolescentes dos cinco aos 15 anos de idade dos municípios de Menongue, Cuchi, Cuíto Cuanavale, Nancova e Cuangar. O director provincial da Saúde, Lucas Mateus Mirco Macay, disse que a campanha tem a duração de 15 dias. Só depois será extensiva para os restantes municípios de Calai, Dirico, Mavinga e Rivungo.
A desparasitação massiva nas escolas primárias está inserida na estratégia de combate às parasitoses intestinais, em cumprimento de uma recomendação da Organização Mundial da Saúde.
Lucas Macay destacou a importância da campanha, na medida que, segundo disse, “muitas das nossas crianças não observam com rigor as condições de higiene, brincam com todo o tipo de objectos e com o lixo, apanham alimentos no chão e não lavam as mãos na hora das refeições”.
Por esta razão, referiu, é importante que elas sejam submetidas à terapia preventiva, já que nem sempre os encarregados de educação e os pais estão por perto. Realçou que é a segunda vez que se realiza esse tipo de campanha nas escolas do Cuando Cubango, com resultados satisfatórios. “Constatou-se que desde a primeira actividade até a presente data houve uma redução significativa dos casos de mortalidade infantil provocadas pelas doenças tropicais negligenciadas”, informou. Para o director provincial da Saúde, a luta contra as doenças tropicais negligenciadas é uma prioridade do Programa Provincial da Saúde do Cuando Cubango, devido ao seu impacto no seio das comunidades. O principal objectivo, disse, é reduzir cada vez mais os custos elevados do tratamento das doenças, principalmente nas zonas rurais. A transmissão das doenças tropicais negligenciadas é feita através da contaminação das fontes de água com excrementos que contêm ovos dos parasitas.
As principais vítimas na província são as populações que vivem nas zonas rurais.
O vice-governador para o sector político e social, Pedro Camelo, apelou aos pais e encarregados de educação no sentido de colaborarem com os técnicos de saúde e da direcção provincial da educação ao longo da campanha de desparasitação, de modo a serem atingidos os objectivos preconizados.
Pedro Camelo salientou que com a realização da campanha de desparasitação escolar procura-se, exactamente, atingir os grandes objectivos que visam dar maior atenção as crianças, protegendo-as das doenças tropicais negligenciadas.
Referiu que a campanha de desparasitação é também uma oportunidade para promover e assegurar os direitos da criança, mais concretamente o direito à saúde, à educação e ao desenvolvimento integral, conforme plasmados nos 11 Compromissos com a Criança, adoptados pelo Governo angolano.