MINISTRA DA INDÚSTRIA INAUGURA EMPREENDIMENTO Luanda ganha fábrica de cosméticos
Uma fábrica de cosméticos, com capacidade para 8.840 toneladas de produtos, incluindo cremes corporais, bálsamo mentolado, pó de talco e gel de banho, entrou formalmente em funcionamento ontem, em Luanda, depois de um período experimental que serviu para testar a eficácia dos equipamentos.
Denominada ABC (Active-Beauty Cosmetics), a fábrica, localizada no município de Viana, foi inaugurada pela ministra da Indústria. Na cerimónia inaugural, Bernarda Martins disse que o investimento responde aos apelos do Executivo para a diversificação da economia, tendo em vista a redução gradual das importações e o fomento das exportações.
O investimento de dez milhões de dólares gerou 200 postos de trabalho directos e 25 indirectos, ocupados em grande medida por cidadãos nacionais, jovens na sua maioria, facto enaltecido pela ministra da Indústria por corresponder a outro grande desafio do Governo angolano: a redução da taxa de desemprego.
A ministra Bernarda Martins enalteceu o espírito arrojado dos promotores do investimento, salientando que a decisão de aplicar avultados recursos num mercado que não privilegia apenas o lucro, mas também a qualidade, em tempos menos bons para a economia angolana, “é uma decisão estratégica” que coloca os seus mentores na linha da frente para melhores tempos, que certamente chegarão.
“Nestes tempos menos bons para a economia angolana, souberam, por um lado, tomar uma decisão estratégica e sábia, que coloca o grupo ABC na linha da frente para os melhores tempos que aparecerão e, por outro, provar que correspondem aos apelos do Executivo angolano para a captação de investimento estrangeiro”, sublinhou.
Aos jovens trabalhadores, que encontraram oportunidade de emprego na fábrica de cosméticos, a ministra da Indústria recomendou zelo e dedicação no exercício das suas actividades, tendo em vista a rentabilização da empresa e o progresso do país.
O porta-voz da ABC, Damião Baptista, reconheceu o engajamento dos Ministérios da Indústria e da Economia na execução financeira do projecto. O percurso que culminou com a inauguração da fábrica, salientou, foi marcado por inúmeras dificuldades que só foi possível ultrapassar graças ao apoio dos dois departamentos ministeriais.
Damião Baptista frisou que, com este investimento, a ABC junta-se, ainda que simbolicamente, aos esforços do Executivo para a diversificação da economia e a criação de novos postos de trabalho.
Exportações
Em declarações ao Jornal de Angola, o porta-voz da ABC disse que, além de cremes corporais, bálsamo mentolado, pó de talco e gel de banho, a empresa tem em perspectiva outros produtos. Para Damião Baptista, a aposta da empresa no mercado interno está ganha. Pois, os produtos fabricados em Angola são da mesma marca e têm a mesma qualidade dos fabricados na Índia, de que a companhia era revendedora oficial no país, durante anos.
Trata-se dos já populares cremes “Bebé e Mamã”, pó de talco “Rox” e do gel de banho e loção corporal “Bonita”, que vinham da Índia e eram comercializados pela ABC, empresa que passa de mera revendedora para fabricante e distribuidora.
É na condição de produtora que a ABC perspectiva agora partir para a exportação, tendo como alvo, numa primeira fase, os países limítrofes, com destaque para a República Democrática do Congo (RDC).
A aposta na exportação é, para a empresa, uma estratégia para contornar eventual escassez de divisas no mercado interno, como a que se regista agora. Parte substancial da matéria-prima utilizada no fabrico de cosméticos é importada, o que coloca o funcionamento da fábrica em permanente dependência de moedas convertíveis.
Para o arranque da fábrica, a empresa contou com o apoio dos Ministérios da Indústria e da Economia na aquisição de divisas para importação de matérias-primas. O porta-voz da ABC assegurou que as reservas disponíveis aguentam quatro meses. “São quantidades razoáveis quando se fala em material de consumo”, tranquilizou. A fábrica foi construída em dois anos no âmbito do investimento privado.
A Startimes Media, uma empresa que fornece televisão por assinatura a cerca de 10 milhões de clientes em África, pretende expandir a actividade no continente, sendo Angola um dos países que estão a ser analisados, disse o vice-presidente da operadora chinesa de TV no Quénia, Mark Lisboa. A empresa opera actualmente em 14 países da África subsahariana, como o Quénia, Uganda, Tanzânia, Moçambique e África do Sul. Em declarações à agência noticiosa Xinhua, Mark Lisboa adiantou que a empresa pretende expandir a sua presença no continente e atingir um total de 20 países até ao fim do ano. Os países contemplados nesse processo de expansão incluem, além de Angola, o Egipto, Namíbia e Suazilândia. A empresa disponibiliza cerca de 440 canais, nomeadamente de notícias, filmes, séries, desporto e entretenimento infantil.
A Espanha retirou de circulação, por precaução, 30 contentores com carne proveniente do Brasil, na sequência do escândalo com carne estragada que surgiu naquele país, anunciou, quinta-feira, o Ministério da Saúde espanhol. Estes contentores transportam carne das empresas JBS e BRF, provenientes de instalações implicadas no caso da carne estragada que despontou na semana passada no Brasil, explicou uma porta-voz do Ministério à agência France Presse. “O ministério intensificou as acções quanto a este tipo de produtos que possam ter vindo do Brasil e, até esta quinta-feira, 30 contentores foram objecto de controlos”, acrescentou a mesma fonte, que se escusou a falar das quantidades.