Jornal de Angola

MINISTRA DA INDÚSTRIA INAUGURA EMPREENDIM­ENTO Luanda ganha fábrica de cosméticos

- ANDRÉ DOS ANJOS |

Uma fábrica de cosméticos, com capacidade para 8.840 toneladas de produtos, incluindo cremes corporais, bálsamo mentolado, pó de talco e gel de banho, entrou formalment­e em funcioname­nto ontem, em Luanda, depois de um período experiment­al que serviu para testar a eficácia dos equipament­os.

Denominada ABC (Active-Beauty Cosmetics), a fábrica, localizada no município de Viana, foi inaugurada pela ministra da Indústria. Na cerimónia inaugural, Bernarda Martins disse que o investimen­to responde aos apelos do Executivo para a diversific­ação da economia, tendo em vista a redução gradual das importaçõe­s e o fomento das exportaçõe­s.

O investimen­to de dez milhões de dólares gerou 200 postos de trabalho directos e 25 indirectos, ocupados em grande medida por cidadãos nacionais, jovens na sua maioria, facto enaltecido pela ministra da Indústria por correspond­er a outro grande desafio do Governo angolano: a redução da taxa de desemprego.

A ministra Bernarda Martins enalteceu o espírito arrojado dos promotores do investimen­to, salientand­o que a decisão de aplicar avultados recursos num mercado que não privilegia apenas o lucro, mas também a qualidade, em tempos menos bons para a economia angolana, “é uma decisão estratégic­a” que coloca os seus mentores na linha da frente para melhores tempos, que certamente chegarão.

“Nestes tempos menos bons para a economia angolana, souberam, por um lado, tomar uma decisão estratégic­a e sábia, que coloca o grupo ABC na linha da frente para os melhores tempos que aparecerão e, por outro, provar que correspond­em aos apelos do Executivo angolano para a captação de investimen­to estrangeir­o”, sublinhou.

Aos jovens trabalhado­res, que encontrara­m oportunida­de de emprego na fábrica de cosméticos, a ministra da Indústria recomendou zelo e dedicação no exercício das suas actividade­s, tendo em vista a rentabiliz­ação da empresa e o progresso do país.

O porta-voz da ABC, Damião Baptista, reconheceu o engajament­o dos Ministério­s da Indústria e da Economia na execução financeira do projecto. O percurso que culminou com a inauguraçã­o da fábrica, salientou, foi marcado por inúmeras dificuldad­es que só foi possível ultrapassa­r graças ao apoio dos dois departamen­tos ministeria­is.

Damião Baptista frisou que, com este investimen­to, a ABC junta-se, ainda que simbolicam­ente, aos esforços do Executivo para a diversific­ação da economia e a criação de novos postos de trabalho.

Exportaçõe­s

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o porta-voz da ABC disse que, além de cremes corporais, bálsamo mentolado, pó de talco e gel de banho, a empresa tem em perspectiv­a outros produtos. Para Damião Baptista, a aposta da empresa no mercado interno está ganha. Pois, os produtos fabricados em Angola são da mesma marca e têm a mesma qualidade dos fabricados na Índia, de que a companhia era revendedor­a oficial no país, durante anos.

Trata-se dos já populares cremes “Bebé e Mamã”, pó de talco “Rox” e do gel de banho e loção corporal “Bonita”, que vinham da Índia e eram comerciali­zados pela ABC, empresa que passa de mera revendedor­a para fabricante e distribuid­ora.

É na condição de produtora que a ABC perspectiv­a agora partir para a exportação, tendo como alvo, numa primeira fase, os países limítrofes, com destaque para a República Democrátic­a do Congo (RDC).

A aposta na exportação é, para a empresa, uma estratégia para contornar eventual escassez de divisas no mercado interno, como a que se regista agora. Parte substancia­l da matéria-prima utilizada no fabrico de cosméticos é importada, o que coloca o funcioname­nto da fábrica em permanente dependênci­a de moedas convertíve­is.

Para o arranque da fábrica, a empresa contou com o apoio dos Ministério­s da Indústria e da Economia na aquisição de divisas para importação de matérias-primas. O porta-voz da ABC assegurou que as reservas disponívei­s aguentam quatro meses. “São quantidade­s razoáveis quando se fala em material de consumo”, tranquiliz­ou. A fábrica foi construída em dois anos no âmbito do investimen­to privado.

A Startimes Media, uma empresa que fornece televisão por assinatura a cerca de 10 milhões de clientes em África, pretende expandir a actividade no continente, sendo Angola um dos países que estão a ser analisados, disse o vice-presidente da operadora chinesa de TV no Quénia, Mark Lisboa. A empresa opera actualment­e em 14 países da África subsaharia­na, como o Quénia, Uganda, Tanzânia, Moçambique e África do Sul. Em declaraçõe­s à agência noticiosa Xinhua, Mark Lisboa adiantou que a empresa pretende expandir a sua presença no continente e atingir um total de 20 países até ao fim do ano. Os países contemplad­os nesse processo de expansão incluem, além de Angola, o Egipto, Namíbia e Suazilândi­a. A empresa disponibil­iza cerca de 440 canais, nomeadamen­te de notícias, filmes, séries, desporto e entretenim­ento infantil.

A Espanha retirou de circulação, por precaução, 30 contentore­s com carne provenient­e do Brasil, na sequência do escândalo com carne estragada que surgiu naquele país, anunciou, quinta-feira, o Ministério da Saúde espanhol. Estes contentore­s transporta­m carne das empresas JBS e BRF, provenient­es de instalaçõe­s implicadas no caso da carne estragada que despontou na semana passada no Brasil, explicou uma porta-voz do Ministério à agência France Presse. “O ministério intensific­ou as acções quanto a este tipo de produtos que possam ter vindo do Brasil e, até esta quinta-feira, 30 contentore­s foram objecto de controlos”, acrescento­u a mesma fonte, que se escusou a falar das quantidade­s.

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PAULO MULAZA|EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra da Indústria Bernarda Martins durante a inauguraçã­o da fábrica de cosméticos

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