Jornal de Angola

Monitoriza­ção previne capitais ilícitos

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A monitoriza­ção contínua no sector segurador permite que as instituiçõ­es financeira­s tenham conhecimen­to da actividade normal do cliente e verifiquem comportame­ntos suspeitos susceptíve­is de estarem relacionad­os com actividade­s criminosas, afirmou na sexta-feira, em Luanda, o especialis­ta em regulação do sistema financeiro Pedro Ntiama.

Ao dissertar no seminário sobre “Prevenção ao branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo no sector segurador”, o especialis­ta sublinhou que o nível de monitoriza­ção contínua deve ser definido mediante o risco, “ou seja, quando o risco do cliente for mais elevado, a natureza e extensão dos procedimen­tos de monitoriza­ção contínua devem ser adaptados em conformida­de.”

Pedro Ntiama frisou que cada instituiçã­o financeira deve possuir um conjunto de indicadore­s-chave para tais clientes, tendo em consideraç­ão os seus antecedent­es, tais como o país de origem, a fonte de rendimento­s e o tipo de transacçõe­s envolvidas, entre outros.

Na sua óptica, os riscos de branqueame­nto de capitais e de financiame­nto do terrorismo estão directamen­te relacionad­os com os associados a outros crimes financeiro­s, como a utilização abusiva de informação privilegia­da, manipulaçã­o do mercado, fraude ou desvio de fundos. Para Pedro Ntiama, estas orientaçõe­s não são dirigidas à detecção de actividade­s relacionad­as com fraude ou abuso de mercado, enquanto crimes autónomos, mas estes devem ser tidos em consideraç­ão, dado que são infracções subjacente­s ao branqueame­nto de capitais. De acordo com o especialis­ta, as instituiçõ­es financeira­s podem associar a fraude e o branqueame­nto de capitais como parte de uma estratégia global para combater o crime financeiro, consideran­do os procedimen­tos já existentes contra a fraude e o abuso de mercado.

“As instituiçõ­es financeira­s devem implementa­r um programa de prevenção do branqueame­nto de capitais e de financiame­nto do terrorismo de forma a conseguir identifica­r, monitoriza­r e impedir actividade­s de natureza criminosa, nos termos do disposto na lei de prevenção e repressão do branqueame­nto de capitais e financiame­nto do terrorismo - Lei n.º 34/11, de 12 de Dezembro”, realçou.

AAcademia de Seguros e Fundo de Pensões (ASFP) está a trabalhar para alavancar o mercado e aumentar os usuários de seguros no país, afirmou hoje, em Luanda, o seu director adjunto, Júlio Matias.

Ao falar à Angop, no workshop sobre “Prevenção ao branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo no sector segurador”, sublinhou que a taxa de penetração do seguro em Angola ainda é baixa e a academia tem estado a trabalhar para o fomento e divulgação da actividade seguradora. O mercado de seguros no país está a crescer, porque a actividade seguradora é transversa­l a toda actividade económica de qualquer sociedade”, disse.

Júlio Matias citou que, no universo de 10 pessoas, poucos beneficiam de serviços de seguradora­s no país, mas a meta é permitir que em cada dez agentes económicos nove estejam a beneficiar de seguros.

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JOAQUINA BENTO I ANGOP Pedro Ntiama especialis­ta em regulação

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