Namibe defende forte aposta no turismo
Festas do Mar 2017 terminam em Moçâmedes com exposição de produtos agrícolas
As potencialidades turísticas de cada um dos municípios que compõem a província do Namibe, nomeadamente Bibala, Camucuio, Tômbwa, Moçâmedes e Virei, foram apresentadas sextafeira, numa mesa redonda, no âmbito das Festas do Mar, Edição 2017, visando despertar a classe empresarial local e outros agentes turísticos nacionais e estrangeiros para o seu aproveitamento sustentável.
As colinas do Curoca e lagos do Carvalhão, barragens e lagoas, ilhas, principais praias, plantas casuarinas e flamingos, a capelinha do Pinda, Fundão, o reino animal no Parque do Iona e a rara gigante Welwitschia Mirabilis, são potenciais turísticos que o município do Tômbwa oferece.
O Virei, município com diversidades culturais, dista 130 quilómetros a Leste da sede capital e está a dar pequenos passos para o seu desenvolvimento. Na apresentação foram notórias as legendas das águas termais na área do Tchimundjandja, da Tipa, zona do Pediva com lagoas bonitas, bem como do famoso Tchitunduhulu (mulume e mucai) com as respectivas pinturas e gravuras rupestres, os nativos kuvale, seus hábitos, usos e costumes.
Já para a Bibala, a Serra da Leba e da Umbia são cartões postais, aliadas ao túnel da Chela, pata do veado (pintura rupestre), situado a seis quilómetros do Caraculo. Há ainda o centro turístico da Montipa, também com as suas águas termais, aldeia turística de Mohonguela, Fortaleza do Capangombe e as pinturas rupestres de Mayangulo, localidade do Caraculo. O município tem potencial para a criação de gado bovino, caprino e suíno e para o cultivo de frutas tropicais. É também produtor de mármores e granitos, daí os empresários serem convidados a investir em Maputo (não se trata da capital de Moçambique, mas localidade da província), na implantação de indústrias extractivas e transformadoras.
O município do Camucuio, além do potencial agro-pecuário, tem muitas atracções turísticas. Tratase da Serra das Neves (o famoso PTB-planalto tira barriga), e no Ndolondolo há uma pedra que tine como um sino de metal. Tem ainda águas termais, as famosas gravuras rupestres do Tchipopilo, a lagoa do Munlovei com muito peixe cacusso e outros atractivos turísticos.
Mas o turismo no Namibe tem muito mais. Salas de cinema, edifícios históricos, capelinhas, lindas praias como das Miragens, escadinhas, três irmãos, do Saco-Mar e da Nossa Senhora dos Navegantes, que simboliza as Festas do Mar. O turista pode ainda aproveitar a rede hoteleira e similares que o município de Moçâmedes oferece e o Parque de Campismo, assim como os principais monumentos históricos do Bentiaba para passar bons momentos na província.
A antiga capela de São Nicolau, arte mbali, praias das Salinas, do Piambo, da Baía das Pipas, do Baba, Mucuio e do Caniço são outros atractivos turísticos. Recintos desportivos, postos de abastecimento de combustível, rede viária, constam ainda do mosaico turístico a explorar para a sustentabilidade do emprego e o consequente desenvolvimento da província, como defendeu o governador provincial do Namibe.
Rui Falcão sensibilizou os agentes promotores do turismo local ou outros que queiram explorar riquezas no Namibe, isto na vertente turística, a conhecerem primeiro, ver o que de bom a província ostenta e divulgar isso ao mundo. Rui Falcão advoga a promoção de um turismo barato e com alto rendimento.
O governador defendeu apostas sérias em pequenas coisas baratas, mas que produzem riqueza e agregam mais-valias.
Para o governante, os resorts “são para os ricos.” Citou como exemplo a seguir, alguns países do terceiro mundo como a Namíbia, o nordeste brasileiro e outros, que praticam turismo de baixa renda, mas de grande rendimento, porque muito mais gente procura esses pacotes turísticos.
Este foi o desafio lançado pelo governador aos empresários e agentes turísticos. Rui Falcão disse que o Governo Provincial definiu uma estratégia que visa tirar o Namibe do anonimato onde ficou por muito tempo.
Rui Falcão aconselha a que se ande devagar, mas que não se fique parado. Andar devagar, mas com passos precisos e sustentáveis, em vez de correr e degradar aquilo que “temos de bom”.
Acrescentou que os administradores municipais devem ser os primeiros conhecedores do que de facto há em cada uma das suas áreas de jurisdição, para a sua divulgação, projectando todo o potencial existente para produzir riqueza, para o bem-estar de todos quantos se envolvam nessa área do turismo. “O turismo tem muito para dar, é um mar vasto de emprego. É preciso saber estar no turismo”, disse.
Rui Falcão prometeu acções de formação permanente para que as pessoas tenham visão sobre o que é de facto o turismo.
Para Rui Falcão, turismo não é só ir ao Dubai, Europa ou grandes centros comerciais para fazer compras, mas a exploração daquilo que a natureza e o homem produzem e oferecem.
“Enquanto não se interiorizar isso, vamos continuar nessa de fingir que estamos a fazer o turismo”, alertou. Investidores do Cunene e Cuando Cubango estiveram nas Festas do Mar.