Cabo Verde põe em causa dados estatísticos da ONU
O Governo de Cabo Verde pôs em causa, na quinta-feira, a origem dos dados publicados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2016, divulgados na terça-feira última pela Organização Nações Unidas.
De acordo com os dados da ONU, aumentaram no arquipélago caboverdiano os casos de morte por tuberculose e a prevalência do VIH/Sida.
Em declarações à imprensa, depois de ter presidido à cerimónia de abertura de um seminário internacional sobre “Melhorar o acesso e a utilização adequada de medicamentos para doenças mentais”, o ministro cabo-verdiano da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, garantiu que os números publicados pela ONU não correspondem à realidade.
Os dados do IDH referentes a 2016 apontam que Cabo Verde manteve a posição 122 no rol de 188 países avaliados, mas que o país registou um agravamento do número de mortes por tuberculose, que passaram de 23 para 31 mortes em cada 100 mil pessoas.
A taxa de prevalência do VIH em adultos terá duplicado de 0,5 por cento para 1 por cento e terão aumentado os casos de morte por tuberculose e a prevalência do VIH/Sida.
“Não sei onde é que foram buscar esses dados”, disse Arlindo do Rosário, recordando que os dados mais recentes sobre a seroprevalência resultaram de um inquérito realizado em 2004, devendo os mesmos serem actualizados este ano com a realização do III Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR III).
Actualização
Embora tenha reconhecido a necessidade de se fazer essa actualização, o ministro disse que os dados até aqui apurados, através de inquéritos muito focalizados, não indicam o aumento da seropositividade em Cabo Verde. “Pelo contrário, há a apreciação do Fundo Global, que tem sido o principal financiador do programa de VIH/Sida, que dá nota positiva ao trabalho que tem sido apresentado pelo Comité de Coordenação de Combate à Sida (COSIDA) ”, precisou o ministro
Arlindo do Rosário, que salientou as acções desenvolvidas contra a discriminação dos afectados pelo VIH/Sida em Cabo Verde, disse acreditar que todo o trabalho que o país tem realizado nos últimos anos está a contribuir para a diminuição progressiva das infecções.