FNLA intenta acção contra Pedro Gomes
O Bureau Político da FNLA mandatou a direcção do partido a mover uma acção judicial contra Fernando Pedro Gomes, Ndonda Nzinga e seus seguidores, “por estarem a promover sistematicamente actos que visam sabotar e desestabilizar” aquela formação política.
A decisão foi tomada durante a primeira sessão extraordinária do órgão de cúpula do partido liderado por Lucas Ngonda, realizada terça e quarta-feira e a cujo comunicado final o Jornal de Angola teve ontem acesso.
No princípio deste mês, um grupo de supostos membros do Comité Central da FNLA, entre eles Pedro Gomes e Ndonda Nzinga, anunciou a suspensão do presidente do partido, por alegados desvios graves das linhas da formação política. Na ocasião, os contestatários indicaram Fernando Pedro Gomes para exercer as funções de presidente interino do partido, Nsansi Ya Ndele Manuel, como vice-presidente, e Ndonda Nzinga, como secretário-geral interino.
Os membros do Bureau Político da FNLA, numa resolução produzida no final da primeira sessão extraordinária, consideram que a atitude de Pedro Gomes, Ndonda Nzinga e seguidores configura um “acto criminoso” que deve merecer o devido tratamento junto das instâncias judiciais competentes, tendo sublinhado que o Comité Central nunca é convocado por “indivíduos suspensos” mas sim pelo presidente do partido. Sustentam que Fernando Pedro Gomes e Ndonda Nzinga cessaram os seus mandatos em votação unânime dos membros do Comité Central reunidos na II reunião de 30 de Abril do ano passado, por razões disciplinares, com vista à sua expulsão pelo Congresso. Sublinham ainda que, nos termos dos estatutos, o presidente do partido é a única entidade com competência para convocar e dirigir, ordinária e extraordinariamente, o Congresso, Comité Central e o Bureau Político.
Os 50 dos 81 membros do Bureau Político presentes na última reunião esclarecem ainda que “o mandato dos membros da direcção do partido cessa por morte, doença grave, impugnação, invalidez, renúncia e expulsão e nunca por suspensão”. Numa alusão à atitude de Pedro Gomes e Ndonda Nzinga, o órgão de cúpula da FNLA recomenda a promoção de uma “providência cautelar” junto do Tribunal Constitucional, para estancar aquilo que considera “mentira, difamação e calúnia de impostores que procuram enganar a opinião pública nacional e internacional”.
Foi ainda decidida a cessação dos mandatos dos membros do Bureau Político João Lombo, Laiz Eduardo e Tristão Ernesto, por pronunciamentos contrários à direcção.