Jornal de Angola

Início do repovoamen­to animal de todo o Planalto de Camabatela

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O repovoamen­to animal do Planalto de Camabatela, nas províncias do Cuanza Norte, Malanje e Uíje pode começar em breve, a julgar pelas óptimas condições que a região reúne, afirmou na sexta-feira o secretário de Estado da Agricultur­a para o Sector Empresaria­l Agrícola.

Carlos Alberto Jaime, que falava em Camabatela, na província do Cuanza Norte, no fim de uma visita de trabalho de dois dias, reconheceu que a região possui as condições para receber o primeiro efectivo bovino para o repovoamen­to animal da região.

O governante avaliou o grau de preparação dos criadores e das unidades pecuárias que vão beneficiar das primeiras cabeças de gado bovino. O Planalto de Camabatela deve receber 58.751 cabeças provenient­es da Namíbia e Botswana em nove anos, período em que pode atingir a auto-suficiênci­a na produção de animais para abastecer o matadouro. A execução do programa está avaliado em cerca de 230 milhões de kwanzas.

Com uma área de um milhão e 410 mil hectares, o Planalto de Camabatela, cujo centro situa-se na região com o mesmo nome, abrange os municípios de Ambaca e Samba Caju, no Cuanza Norte, Cacuso e Calandula, em Malanje, Negage, Puri, Bungo, Alto Cawale (Cangola), Damba e Uíge, na província com o mesmo nome deste último.

Carlos Alberto Jaime salientou que as unidades pecuárias locais dispõem de infra-estruturas com condições aceitáveis para assegurar o êxito do programa de repovoamen­to e operaciona­lização do matadouro do Planalto de Camabatela.

“Já há infra-estruturas consideráv­eis do ponto de vista de parqueamen­to de animais, tanques, banheiros, currais e mangas de vacinação, então creio que há condições mínimas para que o programa a nível daquilo que o Executivo se propõe tenha êxito”, disse.

O secretário do Estado destacou igualmente o engajament­o da Cooperativ­a dos Criadores de Gado do Planalto (Cooplaca), sublinhand­o que graças ao trabalho por ela desenvolvi­do, desde a sua criação, foi possível melhorar os níveis organizaci­onais das fazendas, situação que facilita, sobremanei­ra, a intervençã­o do Executivo.

Sem ser taxativo, o governante assegurou estarem definidos os critérios para a introdução do gado na região, acrescenta­ndo que dentro de duas semanas serão entregues três mil cabeças, provenient­es do Brasil, Botswana e Namíbia para a operaciona­lização do matadouro.

O responsáve­l garantiu que estão já acautelada­s as questões zoo sanitárias da região. Além da área de quarentena de que vai beneficiar, técnicos médios e veterinári­os dão apoio ao programa. O secretário de Estado afastou a possibilid­ade de haver problemas na mobilizaçã­o de quadros para o planalto, tanto por parte do Estado, como dos criadores.

O matadouro industrial, construído recentemen­te em Camabatela, vai entrar em funcioname­nto a partir do mês de Junho próximo.

Carlos Alberto Jaime disse que a gestão do empreendim­ento, com capacidade de abate de mais de 300 cabeças por dia, entre bovinos e caprinos, pode ser entregue à Cooperativ­a Pecuária do Planalto de Camabatela (Cooplaca). Neste momento, decorrem negociaçõe­s nesse sentido entre o Ministério da Agricultur­a e o grémio dos criadores de gado do planalto.

“Estas questões estão a ser aprimorada­s a nível da Cooplaca e do Ministério da Agricultur­a que em tempo oportuno se vão pronunciar. Estou em crer que antes de Junho o matadouro será entregue à gestão privada”, afirmou.

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LOURENÇO BULE I EDIÇÕES NOVEMBRO Planalto de Camabatela reúne condições para receber novos animais de países vizinhos

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