Grupo de oficiais angolanos em exercício militar no Ruanda
m grupo de oficiais das Forças Armadas Angolanas participa desde ontem e até quinta-feira no Exercício de Posto de Comando Utulivu Africa III, no Ruanda, na localidade de Gako, cerca de 50 quilómetros a sul da cidade de Kigali, no âmbito da Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises (CARIC).
O “CPX UA-III” foi oficialmente aberto no sábado na Academia Militar do Ruanda, pelo major-general Jacques Musemakweli, chefe do Estado-Maior do Exército ruandês, e contou com a presença do representante da Comissão da União Africana, de adidos de Defesa acreditados no Ruanda e de homólogos destes na Etiópia e União Africana.
Na ocasião, Jacques Musemakweli exortou os participantes no sentido de se empenharem ao máximo, tendo em vista as próximas operações de apoio à paz para as quais a Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises é solicitada a realizar. Citou parte do discurso do Presidente Paul Kagame, do Ruanda, proferido na 27.ª Sessão Ordinária da União Africana, no qual frisou que “durante décadas de conflitos violentos em África, aprendemos lições a não negligenciar”.
Entre as lições citadas por Paul Kagame, está a necessidade de os africanos procurarem soluções duradouras para os seus problemas relacionados com a paz e a segurança e terem os assuntos ligados ao desenvolvimento sob seu controlo, apesar da grande importância da parceria com a comunidade internacional.
A representar a UA na abertura do exercício “CPX UA-III”, o chefe da Divisão de Operações de Apoio à Paz, Sivuiyle Bam, destacou a prontidão para o desdobramento verificada na CARIC como força de países voluntários dispostos a usar os seus recursos por um período de 90 dias, a contar da data da atribuição do mandato pela União Africana.
A cerimónia teve a presença de representantes de nações voluntárias da Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises, nomeadamente, de Angola, da África do Sul, do Uganda e Ruanda, bem como a equipa de coordenação composta por membros da Célula Estratégica da Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises, adstrita à Divisão de Operações de Apoio à Paz da União Africana.
No exercício, os oficiais angolanos desempenham funções na direcção (Chefe do Controlo Táctico, componentes dos órgãos de avaliação, de adestramento e do órgão de coordenação da União Africana) e na audiência primária de treino.
O CPX UA-III visa praticar a execução de uma operação autorizada pela União Africana à luz da disposição constante na alínea h) do artigo 4º do Acto Constitutivo da União Africana, o qual consiste no “direito da União Africana intervir num Estado-membro em conformidade com uma decisão da Conferência em situações graves, nomeadamente, crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade”.
O exercício constitui um dos elementos integrantes do processo de aperfeiçoamento da Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises, cujo alcance da sua capacidade operacional total (COT) foi declarado em 2014, após o Exercício de Posto de Comando realizado em Novembro de 2014, na República Unida da Tanzânia. O Ruanda assume, entre 1 de Janeiro e 30 de Julho do ano em curso, a responsabilidade de Nação Quadro (Nação Líder), substituindo Angola que desempenhou o cargo de 1 de Julho a 31 de Dezembro de 2016.
No âmbito das suas atribuições, Angola indicou o comandante da Força, brigadeiro Dídimo João Capingana, e realizou o Exercício de Posto de Comando Utulivu Africa II, na província do Bengo, em Agosto de 2016.
O país acolheu e organizou com a Comissão da União Africana a Segunda Reunião Ministerial Extraordinária da Capacidade Africana da Reacção Imediata a Crises, a 8 de Dezembro de 2016, em Luanda. Os eventos foram antecedidos pelas reuniões de peritos e de Chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, respectivamente.