Indonésia convidada a investir nas minas
Ministro das Relações Exteriores prossegue périplo a alguns países da Oceania e da Ásia
Na sequência do périplo pela Ásia e Oceania, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, mantém hoje conversações com entidades diplomáticas da Indonésia. A identificação de objectivos comuns e o reforço da cooperação entre duas economias fortemente afectadas pela crise do preço do petróleo e gás dominam a agenda das conversações oficiais que decorrem hoje em Jacarta. Georges Chikoti efectua um périplo por vários países da Ásia e Oceania, tendo visitado já a Nova Zelândia e a Austrália, onde se encontrou com representantes dos governos locais e empresários que expressaram desejo de investir na agricultura, pescas, minas e formação de quadros. Apesar de produzir petróleo – é um dos primeiros países exportadores de crude-, a economia indonésia assenta na agricultura, mineração e indústria. A Indonésia tem comprado a Angola petróleo e aço, enquanto Angola importa, sobretudo, medicamentos e outros produtos farmacêuticos. Nas deslocações, Chikoti tem explicado aos seus interlocutores sobre o andamento da transição política em Angola.
O reforço da cooperação entre Angola e a Indonésia está no centro das conversações oficiais entre os responsáveis da diplomacia dos dois países, hoje, em Jacarta, no quadro da visita do ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, à Indonésia.
O ministro das Relações Exteriores efectua um périplo a alguns países da Ásia e Oceania, tendo visitado já a Nova Zelândia e a Austrália, onde se encontrou com os governos locais e empresários que desejam investir na agricultura, pescas, minas e formação de quadro. Na Indonésia, Georges Chikoti aborda com as autoridades locais os mecanismos para o reforço da cooperação bilateral. Na relação comercial entre os dois países, a Indonésia tem comprado de Angola petróleo e aço, enquanto Angola importa sobretudo medicamentos e outros produtos farmacêuticos.
Nestas deslocações, o ministro das Relações Exteriores tem explicado aos seus interlocutores sobre o andamento do processo eleitoral no país e sobre a transição política que está em curso e vai conduzir a uma nova liderança na Chefia do Estado.
Considerado o maior arquipélago do mundo, a Indonésia possui uma área de 1,9 milhão de quilómetros quadrados e uma população de aproximadamente 230 milhões de habitantes. A economia está em constante desenvolvimento, com destaque para a agricultura, cujos principais cultivos são o arroz, milho, cacau, café, banana, cana-de-açúcar, tabaco, entre outros. As riquezas minerais do solo indonésio proporcionam a extracção de níquel, bauxite, ouro, cobre, gás natural e petróleo, que é o maior responsável pelas exportações do país. O sector industrial é representado pelos segmentos electrónicos, têxtil, cimento, mineração, pneus e celulose.
Trata-se da segunda vez que o chefe da diplomacia angolana se desloca à Indonésia. A primeira vez foi em Abril de 2015, quando Georges Chikoti integrou a delegação angolana que participou, em Jacarta, na Cimeira África-Ásia. A delegação angolana foi chefiada pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e a homóloga da Indonésia, Retno Marsudi, consideraram prioritária a abertura de embaixadas nos respectivos países, para facilitar o comércio bilateral e o fortalecimento das relações de cooperação política e económica.
Durante as conversações decorridas em Jacarta, os dois ministros manifestaram interesse de intensificar as relações de cooperação com alguma brevidade. “Consta das nossas projecções futuras para a zona da Ásia, a abertura de uma embaixada aqui na Indonésia e uma, eventualmente, em Timor-Leste e ainda outra na Austrália”, disse, na ocasião, Georges Chikoti. Da parte da Indonésia, o interesse em abrir uma embaixada em Luanda está expresso, já que Angola é o terceiro parceiro económico na África Austral.
Abertura de embaixadas
Georges Chikoti admitiu que a abertura das embaixadas pode demorar algum tempo. “Não é possível abrir já essas embaixadas, dado o tempo difícil que atravessamos, mas pelo potencial económico da Indonésia e dessa região, não podemos ficar fora dela”, sublinhou o ministro , para quem as trocas comerciais entre Angola e a Indonésia têm crescido 27 por cento ao ano. Durante o encontro, foi manifestada a intenção de Jacarta importar alguns produtos de Angola, numa altura em que os acordos entre a Sonangol e a petrolífera da Indonésia indicam que existe uma boa cooperação nesse domínio. A Indonésia tem contribuído para a formação de alguns técnicos no projecto Angola LNG e pretende continuar a formação.
Na ocasião, também foi abordada a questão de parcerias entre empresários dos dois países nos mais variados ramos da economia. “Notamos que a Indonésia tem uma grande capacidade industrial e estão dispostos a entrar em parcerias com empresas angolanas. Acho que é um país que pode cooperar largamente com Angola”, sublinhou, na altura, Georges Chikoti, que destacou ainda as grandes vantagens que aquele país pode oferecer no segmento da indústria de materiais de construção, agricultura tropical e também na área de construção de estradas.
Após a Indonésia, a Coreia do Sul e o Vietname são as duas últimas etapas do périplo do ministro das Relações. A cooperação entre Angola e a Coreia do Sul nos sectores industrial militar, naval e no ensino ganhou um novo impulso no final do mês passado, com a assinatura, em Luanda, de um memorando de entendimento entre delegações dos dois países. O documento, assinado pelo secretário de Estado para a Política de Defesa, Gaspar Rufino, e pelo vice-ministro sul-coreano da Defesa, In Moo Hwang, prevê também a troca de visitas oficiais.