Superar os obstáculos
Angola é um país visitado por muitos estrangeiros, em particular por empresários que, no nosso país, fazem inúmeros negócios, para tirar partido das oportunidades que lhes são oferecidas ao nível de diferentes sectores produtivos.
Depois do alcance da paz em 2002 , Angola tem sido anualmente ponto de destino de centenas de estrangeiros da área empresarial , que se aperceberam de que em Angola as suas empresas podem maximizar lucros.
O investimento estrangeiro é bom para Angola, numa altura em que pretendemos relançar a actividade empresarial em vários domínios. O investimento privado, realizado por estrangeiros ou por cidadãos nacionais, deve ser incentivado, para que possamos ter uma economia diversificada, capaz de reduzir substancialmente a nossa excessiva dependência do petróleo. É importante que iniciemos a aposta sem reservas à diversificação da produção, para que no futuro não voltemos a enfrentar os problemas que hoje temos.
O futuro deve começar a ser construído agora. Não tenhamos ilusões. Sem diversificação da economia poderemos futuramente voltar a enfrentar crises .
A actividade empresarial deve constituir-se num motor do nosso crescimento económico. A banca comercial deve ajudar, por via do crédito à produção, as empresas nacionais a terem uma actividade produtiva que possa assegurar a produção de bens e serviços ao longo de muito tempo. Queremos todos que haja um empresariado angolano com projectos sustentáveis. Os bancos comerciais, é verdade, têm os seus interesses e as suas estratégias e emprestam dinheiro a quem quiserem. Mas era importante que as instituições financeiras bancárias contribuíssem para o crescimento da economia, por elas hão de beneficiar também com isso, a médio e longo prazos.
Além do capital que chega do estrangeiro para a realização de investimentos em Angola, seria óptimo que a nossa banca comercial concedesse às empresas angolanas, em particular as médias e pequenas unidades produtivas, crédito barato. Os empresários nacionais queixam-se de que os juros aplicados aos empréstimos concedidos pelos bancos comerciais são muito altos, impedindo muitos agentes económicos de terem acesso a recursos financeiros.
Temos no país muitos empresários audazes e trabalhadores merecendo o acesso ao crédito bancário para relançarem a actividade produtiva e o crescimento das suas empresas. A existência de muitas empresas no país tem repercussões positivas na economia, em especial no combate ao desemprego. São as empresas que recrutam os que procuram emprego, e, no nosso país, não são poucos os desempregados.
Vale pois a pena apostar no crédito às pequenas e médias empresas que dele muito precisam. Temos um vasto território e várias potencialidades por explorar. São as empresas que devem criar capacidades para potenciar sectores produtivos importantes, como os da agro-pecuária e das pescas.
Um outro sector que deve merecer a atenção dos empresários é o da indústria turística. O país está em paz há quinze anos, e hoje é possível a circulação de pessoas e bens. A indústria turística implica a existência de infra-estruturas, de modo a que os agentes económicos possam realizar negócios em várias partes do território nacional.
A actividade económica deve fazer-se sentir em toda Angola, até para que sejam reduzidas as assimetrias regionais. Havendo actividade económica em todo o país, são imensas as famílias que vão poder viver em condições dignas.
As empresas geram crescimento económico, que pode resultar em desenvolvimento, que assegura a qualidade de vida para todos. Que se trabalhe no sentido da criação de um bom ambiente de negócios em qualquer ponto do território nacional, para investidores nacionais e estrangeiros. Os incentivos à actividade empresarial que eventualmente venham a ser concedidos pelo Estado devem abranger um elevado número de angolanos, independentemente da região em que vivem.
Os critérios de concessão dos incentivos devem ser objectivos , para que não haja discriminações. Deve-se ajudar aqueles empresários ou potenciais empresários que dão realmente garantias de que vão contribuir, com a sua actividade para o crescimento económico. Há no país muitos jovens empreendedores, com formação média e superior, que gostariam de enveredar pela actividade comercial.
Temos de passar a acreditar nos angolanos que querem dar o seu contributo ao desenvolvimento do país. Deve-se combater a prática do bloqueio às iniciativas de angolanos que pretendam realizar negócios. Devemo-nos sentir orgulhosos do trabalho honesto dos empresários angolanos que, com muito sacrifício, estão a ajudar a construir em Angola uma sociedade próspera.
Estamos em paz e é hora de todos estarmos juntos na luta pelo desenvolvimento. Só a união faz a força. A História do nosso país está marcada por momentos em que a unidade dos angolanos foi decisiva para superarmos muitos obstáculos.
Ensino público
A Reforma Educativa foi implementada com sucesso, atendendo aos resultados em todo o país, sobretudo no que a cobertura escolar diz respeito. Os números falam por si, numa altura em que mais de dez anos depois da sua implementação temos um sistema de educação que envolve todas as famílias de Cabinda ao Cunene. Em todo o caso e em função daquilo que é voz corrente no seio dos próprios professores, era bom que as instituições do Estado dessem ouvidos a estas preocupações. É público a ideia de que a monodocência não está a surtir os efeitos desejados na medida em que existem muitas queixas sobre a despreparação de numerosos docentes para ministrar aulas de disciplinas que dominem. Era bom que, passados mais de dez anos desde a implementação da reforma, fosse possível falar-se agora da necessidade de “se reformar” a Reforma Educativa