Jornal de Angola

Número de doentes com cancro pode ser maior

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O Instituto Nacional de Controlo do Cancro detecta, todos os meses, uma média de 83 novos casos de cancro, doença que, em 2016, matou 70 pessoas, entre homens e mulheres, de entre 264 vítimas do cancro da mama que eram acompanhad­as pela unidade sanitária pública.

A directora clínica da instituiçã­o, Isabel Santos Cante, que falava na sexta-feira à Angop, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra o Cancro, assinalado sábado, disse que o estilo de vida pouco saudável contribui para uma maior probabilid­ade de as pessoas desenvolve­rem algum tipo de cancro.

Para isso contribui uma alimentaçã­o desequilib­rada, a falta de exercício físico, o tabagismo, o consumo exagerado de álcool, infecções crónicas, sedentaris­mo e o stress.

A directora clínica, quando falava do cancro da mama, uma doença que atinge também homens, disse que “muitas vítimas falecem por chegarem ao hospital com a doença em estado muito avançado”.

Por esta razão, Isabel Santos Cante insistiu na necessidad­e da criação de um Sistema Nacional de Saúde voltado para a prevenção contra o cancro, para o diagnóstic­o ser feito precocemen­te para aumentar a probabilid­ade de cura.

Quando o diagnóstic­o é feito cedo, acentuou a médica, é possível o cancro ser eliminado por meio de uma cirurgia, o que aumenta as possibilid­ades de cura. “O tratamento do cancro nos estádios precoces é tratado com cirurgia, mas, quando a doença já está numa fase mais avançada, o tratamento é feito com recurso à quimiotera­pia, à radioterap­ia e à harmoniote­rapia”, salientou a médica.Isabel Santos Cante explicou que nem todos os tumores são cancro, sendo que a doença pode ser benigna ou maligna e ser combatida com sucesso se for diagnostic­ada na fase inicial.

Quanto mais pequena for a lesão, maior é a possibilid­ade de cura, disse a médica, referindo-se ao cancro da mama. Quanto ao cancro do colo do útero, a mulher que apanha as três doses recomendad­as da vacina contra o HPV “tem uma grande oportunida­de de prevenir o cancro”.A directora clínica assegurou que o Intitulo Angolano de Controlo do Cancro tem uma equipa de técnicos qualificad­os, a maioria dos quais formados no estrangeir­o, que acompanha todos os doentes que procuram o instituto.

O instituto diagnostic­ou, de Janeiro a Fevereiro, 34 casos de cancro da mama e 34 de cancro do colo do útero, uma média diária de seis casos, disse a oncologist­a Albertina Manaças, quando falava na sexta-feira à comunicaçã­o social à margem de uma campanha de rastreio da doença.

“Os rastreios são feitos para a detecção da doença numa fase inicial”, informou Albertina Manaças, acentuando que a campanha de rastreio é desenvolvi­da também através de palestras em igrejas, empresas, mercados e noutros locais de maior concentraç­ão populacion­al.

Em Março, mês dedicado à mulher, o instituto realizou mais de 20 palestras e seminários, com a participaç­ão de mais de mil pessoas, e campanhas de rastreio em parceria com a Liga Angolana de Combate ao Cancro e instituiçõ­es bancárias. Nas acções desenvolvi­das, as pessoas sem condições financeira­s fizeram o exame de mamografia gratuitame­nte em laboratóri­os privados.

A médica Albertina Manaças disse ser intenção do Instituto Nacional de Controlo do Cancro ter o número real de pessoas que padecem de cancro e morrem vítimas da doença, um desiderato que passa pela criação de uma única base de dados que vai envolver os serviços hospitalar­es que tratam doentes oncológico­s.

A Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2030, a doença afecte 27 milhões de pessoas, 17 milhões das quais podem vir a morrer, estando a maioria das potenciais vítimas em países em desenvolvi­mento.

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EDUARDO PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO O Instituto Nacional de Controlo do Cancro é o único hospital de referência na capital para diagnóstic­o e tratamento das doenças oncológica­s

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