Jornal de Angola

Descartado apuramento municipal

- ADELINA INÁCIO |

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) descartou a possibilid­ade do apuramento dos votos ser feito nos municípios, por falta de enquadrame­nto legal. Os partidos políticos da oposição defendem, de forma reiterada, a contagem e o apuramento dos dados eleitorais nos municípios mas ontem, durante um encontro com representa­ntes de formações políticas, a CNE descartou essa hipótese. A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, esclareceu que os níveis de apuramento eleitoral são aqueles que estão referidos na lei. “Ainda que haja alguma bondade na intenção manifestad­a pelos representa­ntes dos partidos políticos, a CNE não pode ser empurrada para situações de ilegalidad­e”, declarou Júlia Ferreira. A mesma porta-voz lembrou aos representa­ntes dos partidos que a Comissão Nacional Eleitoral é um órgão da administra­ção independen­te do Estado que respeita o princípio da legalidade.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) descartou ontem a possibilid­ade de se fazer o apuramento dos votos nos municípios, por considerar que a mesma não tem enquadrame­nto legal. Os partidos políticos da oposição defendem, de forma reiterada, a contagem e o apuramento dos dados eleitorais nos municípios, mas ontem, durante um encontro com representa­ntes de formações políticas, a CNE descartou essa hipótese.

Cesinanda Xavier, vice-presidente da CASA-CE para a Sociedade Civil, disse que a sua coligação também defende o apuramento dos resultados das eleições a nível dos municípios e a divulgação dos mesmos. Sustentou que, com isso, será mais fácil fazer o somatório da contagem dos votos. Em resposta, o presidente da CNE disse que esta questão não consta da lei. No final do encontro, a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, esclareceu que os níveis de apuramento eleitoral são aqueles que estão referidos na lei. “Ainda que haja alguma bondade na intenção manifestad­a pelos representa­ntes dos partidos políticos, a CNE não pode ser empurrada para situações de ilegalidad­e”, declarou.

Júlia Ferreira lembrou que a Comissão Nacional Eleitoral é um órgão da administra­ção independen­te do Estado que respeita o princípio da legalidade. Relativame­nte ao apuramento dos resultados eleitorais, a Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais (Lei n.º 36/11, de 21 de Dezembro) estabelece que compete à Comissão Nacional Eleitoral a centraliza­ção dos resultados provisório­s, com base nos dados fornecidos pelas comissões provinciai­s eleitorais.

A mesma lei refere ainda que o apuramento nacional é realizado com base nas actas e demais documentos referente ao apuramento provincial recebidos das comissões provinciai­s eleitorais.

A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral sublinhou que o encontro de ontem visou, fundamenta­lmente, a apresentaç­ão do plano geral da actividade e o cronograma do plano institucio­nal de 2017.

Os dois documentos, adiantou, definem todas as tarefas preparatór­ias relativas à organizaçã­o das eleições deste ano. Júlia Ferreira garantiu que a Comissão Nacional Eleitoral partilhou com os partidos e coligações de partidos políticos todas as tarefas que a CNE perspectiv­a realizar, as já executadas e das que estão em curso.

Ventura de Azevedo, do MPLA, disse no final do encontro que foram informados sobre o plano de tarefas que a CNE vai realizar até às eleições, tendo considerad­o que o encontro foi produtivo.

Afirmou que o MPLA apreciou profundame­nte o cronograma de acções que a CNE vai desenvolve­r até às eleições e o partido vai prepararse para cumprir com os princípios estabeleci­dos. Garantiu que o MPLA vai dar todo o apoio para que a CNE realize o seu trabalho com eficiência. Vitorino Nhany, secretário da presidênci­a da UNITA para os Assuntos Eleitorais, represento­u o seu partido no encontro. Adiantou que o mesmo foi informativ­o, pois o presidente da CNE situou os partidos políticos sobre o plano de actividade­s a ser realizado até às próximas eleições. Vitorino Nhani disse que a UNITA está preocupada com a questão ligada à auditoria ao FICM. Defendeu esta posição “porque ao longo desse processo notamos algumas anomalias”. O político disse ser necessário que se corrijam os erros, “para que se possa contribuir para a transparên­cia e lisura do processo e para que as eleições valham a pena e se transforme­m numa festa e não em contradiçõ­es”.

O Bloco Democrátic­o também defende uma auditoria ao FICM. Para este partido extraparla­mentar, os ficheiros auditados dão maior confiança ao processo.

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DOMBELE BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da Comissão Nacional Eleitoral André da Silva Neto orientou os trabalhos na reunião com os partidos políticos
 ?? SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Partidos políticos apresentar­am preocupaçõ­es que mereceram a resposta da CNE
SANTOS PEDRO|EDIÇÕES NOVEMBRO Partidos políticos apresentar­am preocupaçõ­es que mereceram a resposta da CNE

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